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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O ANO EM QUE UM NOVO MUNDO SE ABRIRÁ!


Bem, 2011 está acabando e nossa missão, apenas começando. Neste novo ano, pretendemos nos utilizar ainda mais da imprensa de todo o país para estimular a produção de matérias e reportagens sobre a síndrome de Tourette.

Queremos continuar insistindo para transformar a ST numa doença pop!

Nosso objetivo continuará sendo o esclarecimento sobre esta patologia tão curiosa e intrigante. Será um incentivo para que portadores e familiares sintam-se protegidos e aceitos em sua diferença.

Mais sofrido que ter os sintomas típicos da síndrome de Tourette é conviver e enfrentar a ignorância da sociedade sobre o assunto, trazendo como consequência ao portador o rótulo de diferente e curioso, e com isso, muitas vezes a sua exclusão de ocasiões às quais ele gostaria de participar – seja por desprezo ou vergonha.

Estamos confiantes de que algo vai mudar. Que 2012 seja o marco da abertura de novos caminhos para nós!

FELIZ ANO NOVO!!! :-D

(Voltaremos dia 2)

ANTIPSICÓTICOS CAUSAM DEPENDÊNCIA?

Pessoas leigas costumam confundir as medicações que agem no sistema nervoso central (SNC) com os tranquilizantes de “tarja preta”. Estes são apenas uma classe de medicamentos que agem no cérebro. Todavia, a maioria das medicações utilizadas pela psiquiatria e neurologia é de “tarja vermelha”, como os antidepressivos, antipsicóticos e estabilizadores de humor.

Esses medicamentos não possuem nenhum risco de dependência física. Eles são vendidos com uma receita branca controlada que fica retida na farmácia, apenas porque são medicamentos que atuam no SNC e o governo entende que sua venda precisa ser controlada.

Já os tranquilizantes, vendidos com a receita azul, podem levar à dependência se utilizados de forma abusiva ou sem um controle médico.

Atualmente, existe uma diversidade grande de medicamentos, modernos e eficazes e sem risco de dependência, que substituem os tranquilizantes na maioria dos casos. Se o tranquilizante for imprescindível, ele poderá ser usado por um período curto e com um risco baixo de dependência, pois ela ocorre somente após seis meses de uso contínuo. O uso esporádico ou em dias alternados também reduz o risco do paciente se tornar dependente dele.


Fonte: psiquiatra Leonardo Figueiredo Palmeira

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

COMO DIFERENCIAR TIQUES DE COMPULSÕES


Apesar das diferenças conceituais, pode ser bastante difícil diferenciar os tiques das compulsões. Uma distinção importante que em geral se faz entre ambos é a característica dos tiques de serem rápidos e repetitivos, ocorrendo sem a presença de obsessões e com pouco ou nenhum controle do indivíduo. Já as compulsões são mais sistematizadas e geralmente estão relacionadas a uma ideia obsessiva.

Entretanto, existem tiques complexos envolvendo mais de um agrupamento muscular e tornando o movimento mais lento e muito mais elaborado do que no caso dos tiques simples. Alguns exemplos de tiques complexos são tocar em objetos ou nas paredes, agachar-se, esticar as pernas, voltar sobre os próprios passos e virar para trás ao caminhar. Da mesma forma, há compulsões que não são precedidas por obsessões.

Como exemplos de compulsões semelhantes a tiques, pode-se citar olhar de forma fixa para um determinado objeto ou pessoa, sentir necessidade de tocar em objetos ou pessoas ou esfregar determinada superfície para obter uma sensação específica. Nesses casos, as diferenças são muito arbitrárias e pouco precisas.

Com isso, alguns autores poderão interpretar parte desses comportamentos como tiques e outros, como compulsões. Por exemplo, o mesmo comportamento repetitivo de tocar alguém ou um objeto pode ser considerado uma compulsão quando é precedido por pensamentos ou ideias e iniciados com o objetivo de diminuir o incômodo causado por esses pensamentos, ou pode ser considerado um tique quando motivado por uma sensação corporal ou precedido apenas por um "ter que" tocar.

Para evitar essa confusão conceitual, propõe-se referir esses comportamentos como intencionais repetitivos precedidos ou não por obsessões ou fenômenos sensoriais, acreditando que há um continuum entre esses comportamentos e que a distinção, nesses casos intermediários, não traz muito benefício. É importante lembrar também que a ocorrência de tiques complexos sem a ocorrência de tiques simples é bastante rara.

Fonte: Tiques, cacoetes, síndrome de Tourette, Ana Hounie e Eurípedes Miguel, org.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

DICA DE LIVRO: A VIDA EM OUTRAS CORES


"A Vida em Outras Cores", de Denis Roberto Zamignani e Maria Cecília Labate (ESETec Editores Associados) tem como objetivo relatar a trajetória do projeto assistencial dos Grupos de Apoio a familiares e portadores de Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e Síndrome de Tourette (ST) da ASTOC (Associação Brasileira de Síndrome de Tourette, Tiques e Transtorno Obsessivo-Compulsivo) e fornecer subsídios para a formação de novos facilitadores de grupos de apoio.

O livro traz uma grande contribuição para os portadores do TOC e ST e seus familiares, bem como para os profissionais da saúde que se dedicam a cuidar de portadores da patologia do espectro obsessivo-compulsivo. Em grande parte, a contribuição se dá pelo caráter informativo sobre as patologias, seu desenvolvimento e tratamento.

Por outro lado, mostra com desenvoltura os caminhos a serem trilhados para o oferecimento de mais um serviço que auxilia a convivência com o transtorno, bem como a adesão aos tratamentos preconizados pelos profissionais de saúde.

Está à venda apenas pelo telefone (11) 3088-9198.

Fonte: Netpsi

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

MAIS ALGUNS NÚMEROS SOBRE A TOURETTE

A ST, até pouco tempo, era considerada uma condição rara de índices de baixíssima incidência na população mundial (0,5/1000, em 1984). Entretanto, tem-se observado, atualmente, através de estudos de prevalência, o aumento de sua incidência nos últimos anos.

Estudos atuais demonstram que a taxa de prevalência pode variar de 1% a 2,9% em alguns grupos. Contudo, este dado deve ser subestimado, uma vez que depende, em parte, dos critérios e métodos utilizados e do tipo de estudo epidemiológico realizado.

Dados estatísticos internacionais mostram que esta síndrome é encontrada em vários países, independentemente de classe social ou de etnia, acometendo cerca de três a quatro vezes mais o sexo masculino, em relação ao sexo feminino.

Estudos mostram que a prevalência de ST é dez vezes maior em crianças e adolescentes, sendo que, quando tiques são considerados isoladamente, a freqüência aproximada varia de 1% a 13% nos meninos e 1% a 11% nas meninas.

A razão para este aumento na detecção da incidência mundial da ST parece ser a melhoria na divulgação e no conhecimento das características clínicas da ST, entre os profissionais da área de saúde.

Fonte: HCnet/USP

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

CRESCEM OS PORTADORES DE TDAH


Um novo relatório da Central de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos que aponta um aumento significativo na porcentagem de crianças que são, ou que já foram diagnosticados com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade. Eles agora estimam que 9,5% dos jovens ou são diagnosticadas com TDAH ou que tenham sido em algum momento.

Alguns dos outros achados significativos são: daqueles com TDAH atual, quase metade (46,7%) têm TDAH leve, com o restante tendo moderada (39,5%) ou grave (13,8%). Não surpreendentemente, o TDAH continua a ser diagnosticado mais de duas vezes mais em meninos que em meninas (13,2% para 5,6%). Entre as crianças com TDAH atual, 66,3% tomam medicação para o distúrbio.

Os maiores aumentos em casos diagnosticados eram de adolescentes mais velhos, as crianças multirraciais e hispânicos, e crianças com uma linguagem primária diferente do Inglês.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

ST É HEREDITÁRIA?

Há estudos genéticos mostrando que os distúrbios de tiques, incluindo ST, são herdados como gen ou genes dominante(s) com a capacidade de produzir sintomatologia variada nos diversos membros da família.

O indivíduo portador de ST tem uma chance de cerca de 50 por cento de transmitir seu gen ou genes à sua prole. No entanto, este gen ou genes podem se expressar como ST ou uma síndrome de tiques bastante leve ou ainda como um transtorno obsessivo compulsivo sem expressão de tiques de espécie alguma.

Sabe-se que a incidência de tiques leves e manifestações obsessivo-compulsivas é mais elevada entre os familiares dos pacientes com ST. O sexo da criança também influencia a expressão do gen ou genes. A chance de que o filho de um portador de TS venha a ter o mesmo distúrbio é pelo menos três vezes maior para os filhos do sexo masculino.

Entretanto, somente uma minoria das crianças que herdam este gen ou genes manifestarão sintomas cuja gravidade tornará imperiosa a assistência médica. E há casos de ST em que não se identifica hereditariedade; são casos designados como ST esporádica, já que não se pode estabelecer vinculação genética.

Fonte: Associação Neurológica do Canadá

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

COMO SÃO OS ADULTOS COM TOURETTE


Estudos indicam que adultos que persistem com tiques consideram que os vocais são os mais perturbadores que os motores, e que, embora o impacto dos tiques em suas vidas persista, é moderado.

Um estudo que entrevistou 58 adultos com Tourette encontrou que 80% eram do sexo masculino, com idades entre 19 e 55 anos, 62% eram solteiros, 36% casados e 2% divorciados. Em relação ao nível educacional, 21% tinham ido à universidade e somente 10% tinham concluído apenas o ensino fundamental, enquanto o restante havia alcançado ou concluído o ensino médio. Em relação a emprego, apenas 7% estavam desempregados.

Dessa amostra, 57% tinham apresentado os tiques inicialmente entre os 7 e os 11 anos, 30% antes dos 6 anos e 12% depois dos 12 anos de idade. Quando questionados se haviam melhorado com o passar do tempo, 53% disseram que sim, 22%, que pioraram e 24%, que se mantiveram do mesmo modo. A idade média em que os tiques começaram a melhorar foi 17,5 anos. Dos pacientes entrevistados, 50% estavam em tratamento medicamentoso para tiques.

Há pouquíssimos estudos sobre pessoas cujos tiques se manifestaram pela primeira vez na fase adulta. No entanto, há registros de casos de transtornos de tiques com características de ST com início entre os 18 e 52 anos. Não está claro, porém, se esses casos tinham uma predisposição genética e desenvolveram tiques após um fator ambiental (50% tinham um familiar afetado) ou se eram secundários ao fator ambiental (infecções, trauma físico ou psicológico, exposição a drogas lícitas ou ilícitas).

Um estudo norte-americano com 43 pacientes com ST encontrou que 18% deles haviam iniciado os tiques após os 18 anos de idade. Além disso, aqueles cujo quadro havia iniciado na fase adulta tinham mais tiques faciais e de tronco, enquanto os com tiques iniciados quando eram mais jovens tinham mais tiques fônicos e de extremidades.

A frequência de depressão e transtornos por uso de substâncias também é maior em adultos com ST, o que reforça a necessidade de se tratar o quadro o quanto antes, a fim de evitar esse desfecho indesejável.

Fonte: Tiques, cacoetes, síndrome de Tourette, Ana Hounie e Eurípedes Miguel, org.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A ST INFLUENCIA NA ESCOLHA DA PROFISSÃO?


Algumas raras vezes, a ST pode prejudicar a escolha da profissão. Não podemos nos esquecer de que a maioria dos pacientes são portadores de formas leves da ST. Casos mais severos, que afetam os membros superiores impedem, por exemplo, a escolha de carreiras que exijam movimentos de precisão.

Porém, um número crescente de portadores de formas moderadas ou até mais intensas da ST vem obtendo sucesso profissional nas mais diversas áreas como medicina, engenharia, direito, jornalismo, esportes e ciência da computação (veja a postagem "Touréticos famosos", aqui no Clic).

Muitos outros vêm sendo treinados com sucesso em centros universitários para atuar em áreas técnicas e comerciais.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

BIENVENUE, AMIS DE BELGIQUE!


Aujourd'hui encore nous avons eu 21 nouveaux visiteurs vers votre pays!

PREGUNTAS FRECUENTES ACERCA DE TOURETTE




Una tercera parte de los lectores de Clic son países de habla española. Así que para ellos, dedicamos este post con las preguntas más frecuentes y respuestas sobre el síndrome de Tourette, en su idioma, extraído del sitio de la Asociación Costarricence del Síndrome de Tourette y Trastornos Afines (ASTUTA):


P. ¿Qué es el Síndrome de Tourette?


R. El Síndrome de Tourette (ST) es un trastorno neurológico que se caracteriza por tics - movimientos involuntarios, rápidos y repentinos que ocurren repetidamente de la misma manera. Los síntomas incluyen:


1. La presentación al mismo tiempo de tics motor múltiples y uno o más tics vocales en algún momento durante la enfermedad. aunque no necesariamente de manera simultánea;


2. La aparición de tics muchas veces al día (normalmente a brotes), casi a diario o de manera intermitente a lo largo de más de un año; y 


3. Los cambios periódicos en el número. frecuencia. tipo y localización de los tics. y también en su intensidad; los síntomas pueden hasta desaparecer durante varios meses seguidos.


4. El comienzo de la enfermedad ocurre antes de los 21 años.


El término "involuntario". utilizado para describir los tics del ST es motivo de confusiones. puesto que es bien sabido que la mayoría de las personas con ST sí pueden controlar un poco sus síntomas. Lo que no se reconoce es que el control. el cual se puede ejercer desde segundos hasta horas seguidas, sólo retrasa la aparición de los síntomas. Los tics son como una sensación irresistible. como la necesidad de estornudar o rascarse la picadura de un mosquito, y que finalmente el paciente tiene que realizar. 


Las personas con ST a menudo buscan un lugar retirado donde dar rienda suelta a sus síntomas después de haberlos estado aguantando durante las horas escolares o de trabajo. Típicamente, los tics aumentan como resultado de una tensión o presión y mejoran con la relajación o la concentración sobre un trabajo absorbente.


P. ¿Cómo se podría describir un caso típico del ST?


R. El término "típico" no se podría aplicar al ST La expresión de los síntomas cubre un amplio espectro, desde muy leve, a muy grave. Sin embargo, la mayoría de los casos están en la categoría de leves.


P. ¿Qué causa los síntomas?


R. La causa no ha sido definitivamente establecida, aunque las investigaciones más recientes presentan considerable evidencia de que los trastornos provienen del metabolismo anormal de por lo menos un componente químico del cerebro (neurotransmisor), llamado: “dopamina", Indudablemente, también están involucrados otros neurotransmisores.


P. ¿Cómo se diagnostica el ST?


R. El diagnóstico se realiza por medio de la observación de los síntomas y por la evaluación del comienzo de los mismos. 


No existen análisis de sangre, radiografías, ni ningún tipo de pruebas médicas para poder identificar el ST, no obstante, un médico podría solicitar un "EEG", un escaner o una "resonancia craneal", o cierta clase de análisis de sangre para poder descartar otro tipo de enfermedades que podrían confundirse con el ST.


P. ¿Cuáles son los primeros síntomas?


R. El síntoma inicial más frecuente es el del tic facial tal como el parpadeo rápido de los ojos o muecas con la boca. No obstante, los sonidos involuntarios, tales como el carraspeo de la garganta y olfatear, o tics en los brazos y las piernas podrían ser síntomas de inicio. En algunos pacientes, los trastornos comienzan bruscamente con múltiples movimientos y sonidos involuntarios.


P. ¿Cómo se trata el ST?


R. La mayoría de las personas con ST no están significativamente incapacitadas por sus tics o por sus trastornos de conducta y por lo tanto, no necesitan medicación. No obstante, hay medicaciones disponibles para ayudar a controlar los síntomas cuando éstos interfieren en sus funciones. Los medicamentos incluyen haloperidol (Haldol), clonidina (Catapres), pimozide (Orap), flufenazina (Prolixin. Permitil), y clonazepan (Klonopin). Estimulantes tales como Ritalin, Cylert y Dexedrine, que se recetan para la hiperactividad, podrían aumentar los tics y su uso es discutible. 


Para los rasgos obsesivos y las compulsiones que interfieren significantemente con las funciones de la vida diaria se prescribe fluoxetina (Prozac) y clomipramina (Anafranil). Las dosis necesarias para conseguir el control máximo de los síntomas pueden variar según el paciente y deben ser debidamente ajustadas por el médico. Las medicinas se suministran en pequeñas dosis y en aumentos graduales hasta el punto donde exista un alivio máximo de los síntomas con el mínimo de efectos secundarios. 


Algunos de los efectos no deseados de la medicación son el aumento de peso corporal, la rigidez muscular, fatiga, inquietud motora y aislamiento social, la mayoría de los cuales se pueden reducir con medicaciones específicas. Algunos de los efectos secundarios, entre los que se incluyen la depresión y trastornos cognitivos, pueden aliviarse con la reducción de la dosis o con la sustitución del medicamento. 


Otros tipos de terapias también pueden servir de ayuda. La psicoterapia puede ser útil a una persona con ST y a su familia. Y algunas terapias de comportamiento pueden enseñar a sustituir un tic por otro que sea más aceptable. La utilización de las técnicas de relajación y/o el biofeedback pueden servir para aliviar reacciones de stress que son las causantes de los aumentos de tics.


P. ¿Es importante tratar el Síndrome de Tourette en una etapa temprana?


R. Sí, en aquellos casos en los que las personas consideran la sintomatología de la enfermedad como extraña, perjudicial y causa de espanto. En algunas ocasiones el ST provoca burlas y rechazo por la sociedad, vecinos, profesores, y hasta algún que otro observador. Los padres se pueden sentir agobiados por las rarezas del comportamiento de sus hijos.


El niño puede ser amenazado, excluido de las actividades familiares, e impedirle el disfrute de una relación personal normal. Estas dificultades pueden llegar a ser más graves durante la adolescencia, un período especial de prueba para personas jóvenes y aún más para una persona que esté padeciendo un trastorno neurológico. Para evitar daños psicológicos, el tratamiento y diagnóstico temprano son cruciales. Más aún, en casos graves es posible controlar los síntomas con medicación.


P. ¿Tienen las personas con ST algún otro comportamiento asociado además de los tics?


R. Sí. Problemas adicionales pueden incluir:


• Obsesiones que consisten en repeticiones indeseadas de pensamientos molestos.


• Compulsiones y Conducta Ritualista, por los que las personas sienten que deben hacer algo una y otra vez o hacerla de una cierta forma. Ejemplos incluyen tocar un objeto con una mano después de haberlo tocado con la otra, sólo para "equilibrar las cosas" o revisar repetidamente si el fuego de la cocina está apagado. Los niños a veces les ruegan a sus padres que repitan una frase muchas veces hasta que "suene bien".


• Trastorno de Déficit de la Atención, con o sin Hiperactividad (ADD o ADHD), que ocurre en muchas personas con ST. A menudo los niños muestran signos de hiperactividad antes de que aparezcan los síntomas del ST, síntomas de hiperactividad y ADD pueden incluir: dificultad de concentración, no terminar lo que se empezó, aparentar que no se escucha, ser fácilmente distraíble, actuar a menudo sin pensar, cambiar constantemente de una actividad a otra, necesitar mucha atención; e intranquilidad en general. 


Los adultos pueden tener signos residuales de ADHD tales como un comportamiento impulsivo y dificultades en concentrarse, y la necesidad de moverse constantemente. ADD sin hiperactividad incluye todos lo síntomas mencionados arriba excepto el alto nivel de actividad. A medida que los niños con ADHD crecen, la necesidad de moverse se expresa por intranquilidad y conducta inquieta. Las dificultades con la concentración y el deficiente control de los impulsos persiste.

• Incapacidad de aprendizaje, tales como dislexia - trastornos aritméticos y dificultades perceptivas.


• Dificultades con el control de impulsos, que pueden resultar en casos raros, en comportamientos de agresividad excesiva o actos inapropiados socialmente.


• Trastornos del sueño, los cuales son bastante comunes en personas con ST. Entre éstos se incluyen despertares frecuentes y el caminar o hablar en sueños.


P. ¿Tienen los alumnos con ST necesidades educacionales especiales?


R. Los niños en edad escolar con ST como grupo, tienen el mismo nivel intelectual que la media de la población, pero muchos tienen necesidades educacionales especiales. Se estima que muchos podrían tener algún tipo de dificultad para el aprendizaje. Esa condición, junto con las deficiencias para prestar atención y los problemas que surgen de los continuos tics, a menudo es motivo para una ayuda educacional especial. 


Con frecuencia sirven de ayuda el uso de magnetófonos, máquinas de escribir u ordenadores en caso de problemas para la lectura y la escritura, exámenes sin control de tiempo (en salas privadas si los tics vocales son un problema), y permisos para salir del aula cuando los tics se convierten en algo irresistible. Algunos niños necesitan más ayuda como por ejemplo el acceso a una enseñanza tutorizada.


P. ¿Es el ST hereditario?


R. Los estudios genéticos indican que el ST es hereditario a través de un gen dominante que puede producir síntomas distintos en diferentes miembros de una familia con ST, y que existe un cincuenta por ciento de probabilidades de transmitir el gen a alguno de sus hijos. No obstante, ese gen que se hereda puede manifestarse como un ST o también en forma de tics leves o con rasgos de obsesión compulsiva sin ningún tic. Actualmente se conoce que existe una incidencia más alta de lo normal de trastornos de tics leves y comportamientos obsesivo-compulsivos en las familias de pacientes con ST.


El sexo del niño también determina la expresión del gen. Las probabilidades de que un niño padezca un trastorno característico de las personas con ST es de, por lo menos, tres veces más alto en el varón que en la hembra. Aún así, sólo alrededor del diez por ciento de los niños que heredan el gen tendrían síntomas lo suficientemente graves como para recibir tratamiento médico. En ciertos casos, el ST podría no ser hereditario y se identifica como ST esporádico. La causa es desconocida en estos casos.


P. ¿Existe la curación?


R. Todavía no.


P. ¿Habrá alguna vez una remisión?


R. Muchas personas experimentan una completa remisión o una marcada mejoría a finales de la adolescencia o cuando cumplen los veinte y pocos años. La mayoría de personas con ST mejoran, no empeoran, según van madurando, y pueden anticipar que llevarán una vida normal. Aproximadamente un tercio de los pacientes experimentan una disminución marcada de los tics en la edad adulta.


P. ¿Cuántas personas padecen del ST en los Estados Unidos?


R. Puesto que todavía faltan muchas personas por diagnosticar, no existen cifras concretas. La estimación oficial, según los Institutos Nacionales de la Salud, es que cien mil americanos tienen ST. Los estudios genéticos más recientes nos sugieren que esa cifra podría estar en la proporción de una de cada doscientas personas, si en la cuenta se incluyen a aquellos con tics crónicos múltiples y/o tics transitorios de la infancia.


P. ¿Cuál es la historia del ST?


R. En 1825 el primer caso de ST fue inscrito en la literatura médica con la descripción de la Marquesa de Dampierre, una mujer de la nobleza, cuyos síntomas incluían los tics involuntarios en muchas partes de su cuerpo y varias vocalizaciones incluyendo coprolalia y ecolalia. Ella vivió hasta los 86 años y su caso fue descrito por el Dr. George M. Gilles de la Tourette, el neurólogo francés que ha dado nombre a la enfermedad. Samuel Johnson y André Malraux figuran entre las personas famosas que se cree que han sufrido el ST.


P. ¿Cuál es el enfoque actual de la investigación?


R. Desde 1984, la TSA (Asociación del Síndrome de Tourette) ha subvencionado directamente investigaciones importantes en un gran número de áreas científicas relevantes para el ST. Recientemente, los estudios se han intensificado para poder comprender cómo el trastorno se transmite de una generación a la siguiente. y varios investigadores están trabajando en el camino de conocer la localización del marcador genético del ST. 


Ese enfoque ha sido reforzado por los esfuerzos de un grupo de apoyo de científicos internacionales del ST, quienes han formado una única red para compartir lo que se conoce sobre la genética del ST y su colaboración sistemática para descubrir lo desconocido. Se está obteniendo información adicional con los estudios de grandes familias con numerosos miembros que padecen el ST,  a su vez, los investigadores continúan con su estudio específico sobre grupos de componentes químicos del cerebro para mejorar la comprensión del síndrome y para identificar nuevos y mejores medicamentos.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

TOURETTE NA COSTA RICA


Temos tido muitos leitores da Costa Rica, que vêm buscar no Clic respostas e orientações para sua doença. Assim, para também ajudá-los, repassamos o link da Asociación Costarricense de Sindrome de Tourette y Transtornos Afines (ASTUTA), que reúne grande número de informações a respeito da doença naquele país. Clique aqui para acessar o site.

DICA DE LIVRO: O HOMEM QUE CONFUNDIU SUA MULHER COM UM CHAPÉU


O cientista e neurologista Oliver Sacks, o autor, é também um excelente narrador, dono do raro poder de compartilhar com o leitor leigo certos mundos que de outro modo permaneceriam desconhecidos ou restritos aos especialistas.

Neste livro, somos colocados diante de pacientes que, imersos num mundo de sonhos e deficiências cerebrais, preservam sua imaginação e constroem uma identidade moral própria.

Aqui, relatos clínicos são intencionalmente transformados em artefatos literários, mostrando que somente a forma narrativa restitui à abstração da doença uma feição humana, desvelando novas realidades para a investigação científica e problematizando os limites entre o físico e o psíquico.

Um dos capítulos é sobre a síndrome de Tourette, doença, aliás, da qual ele também é portador.

Você pode fazer download do livro clicando no link a seguir (é seguro): http://ul.to/l1k1f1ar

MOZART PODERIA TER SIDO TOURÉTICO


O compositor Wolfang Amadeus Mozart viu a sua vida afetada por uma estranha e compulsiva doença. Segundo um documentário que a emissora de TV britânica Channel 4 exibiu recentemente, Mozart sofria de síndrome de Tourette. No programa, o compositor James McConnell, que também tem a doença, explica por que o mestre austríaco (1756-1791) parece ter padecido do mesmo problema, depois de analisar algumas de suas cartas e partituras.

Segundo McConnell, Mozart era propenso a utilizar palavras e frases inapropriadas e tinha um comportamento impulsivo, com reações como abandonar o piano em pleno recital e perante a realeza para brincar com um gato que tinha entrado na sala.

O autor de óperas tão conhecidas como "As bodas de Fígaro" escreveu algumas cartas absolutamente repugnantes e, embora as pessoas do século XVIII fossem bastante grosseiras, ele foi ainda mais longe. McConnell acha que a música do gênio austríaco é uma "mistura de caos e controle".

A síndrome de Tourette é uma batalha constante entre duas coisas: ter uma compulsão e controlá-la e isso Mozart transferiu para a música". Permitia, com a introdução de complexas regras, que a sua música se propagasse em direções caóticas, mas sempre sob seu domínio.

Embora o compositor britânico considere que a síndrome tenha influido na obra de Mozart, rejeita que o transtorno fosse a fonte do seu talento. "Ele sofreu com a ST. Embora isso possa afetar a forma como um gênio se expressa a si mesmo, ao fazê-lo ir contra seus princípios, sem a doença ele também teria sido um compositor brilhante", concluiu.

Fonte: Médicos na Internet

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

CONSULTE PREÇOS DE MEDICAMENTOS NO BRASIL

Clique aqui pra saber os preços médios de medicamentos, praticados em todos os estados brasileiros. O link é muito útil, por isto recomendamos que você o salve entre seus favoritos.

OS TICS DURAM A VIDA TODA?

Em geral, a pior fase da ST é o período entre os 8 e os 12 anos. A boa notícia é que mais da metade desses pacientes tende a melhorar muito ao final da adolescência e início da fase adulta. Em um terço das pessoas acometidas, os sintomas vocais se tornam cada vez mais raros ou podem desaparecer, e os tics motores podem diminuir em número e frequência.

A remissão completa ocorre em 30% dos casos, mesmo sem tratamento. No entanto, para uma menor porcentagem de indivíduos, a idade adulta é também o período no qual os transtornos de tics mais graves e debilitantes podem se manifestar. Embora seja mais rato, a síndrome pode começar na vida adulta, mas em geral tem seu início na infância.

Os fatores que influenciam a continuidade dos transtornos de tics da infância para a idade adulta ainda não são bem compreendidos. Supõe-se que envolvam o processo de maturação do sistema nervoso central, mais precisamente a interação dos mecanismos responsáveis pelos tics, bem como a exposição a estimulantes do SNC e o conjunto de experiências emocionais traumáticas e estressantes vividos durante a infância e adolescência.

Acredita-se que, com a maturação do SNC, a conexão entre os córtices frontais e o estriado e entre os córtices motores e sensório-motores se dê mais eficientemente.

Fonte: Tiques, cacoetes, síndrome de Tourette, Ana Hounie e Eurípedes Miguel, org.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

TOURETTE E DEPRESSÃO

Sabe-se que a depressão é mais comum entre pessoas com condições neurológicas desfavoráveis. Às vezes, esses sintomas depressivos são uma resposta a ter que lidar com os sintomas destas doenças. Mas para outros, a depressão pode ser uma parte integrante da condição neurológica. As áreas do cérebro que controlam o movimento também estão envolvidas na geração das emoções.

A família costuma pedir referências a psicólogos ou psiquiatras com experiência em Tourette. Tais referências são o ideal, mas nem sempre é possível ou mesmo necessário. A depressão na população geral é de 10 a 50 vezes mais comum do que no caso de portadores de Tourette.

Por isso, é mais importante procurar um profissional treinado no diagnóstico e tratamento da depressão/ansiedade.

Fonte: Blog Mis Tics

DICA DE FILME: FELIZ NATAL


Feliz Natal foi dirigido e co-produzido por Selton Mello. E não fez feio. Ganhou um bocado de prêmios em festivais conhecidos como o Cine Cero Latitud do Equador, o Los Angeles Brazilian Film Festival e a Seleção Oficial dos Festivais de Nova York, Havana, São Paulo, Paris, Lima e Rio de Janeiro.

Apesar de incomodar, o filme escapa da mesmice de retratar pobreza, comédia e hipocrisia como assunto principal. A história se baseia numa família desestruturada. Caio é o filho que volta do interior, onde tem um ferro velho, para a casa da família na cidade.

Lá ele encontra uma mãe com síndrome de Tourette, um pai que não o perdoa por ter ido embora e só pensa em transar com meninas novas, um irmão rancoroso por ter que cuidar de todos da família (financeiramente) e uma irmã que, apesar de cansada, é otimista.

Talvez o personagem mais marcante seja o pequeno Bruno, sobrinho de Caio. Ele dá uma paz ao filme que chega a impressionar. O final termina pior do que começou. Quando Caio volta para sua terra, ele não parece tranquilo ou feliz de ter revisto a família. O pequeno Bruno, que seria a paz de tudo, também se dá mal. Sem saber, toma os remédios da avó com ST. E o que acontece pela frente não será nada agradável.

O filme está disponível nas locadoras, mas se você preferir, poderá baixá-lo no site Uploaded (livre de vírus). Clique no link a seguir e escolha a opção "free download": http://uploaded.net/file/2c4517ex

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

INFORMAÇÃO, A CHAVE PARA UMA VIDA MELHOR


A síndrome de Tourette está mais presente na sociedade do que as estatísticas oficiais informam. A estimativa de que um para cada 100 habitantes do mundo tem a patologia considera apenas aquelas pessoas que procuraram algum tipo de ajuda médica.

Quem sofre da doença, mas o faz em silêncio, não aparece nos levantamentos, já que nem mesmo eles sabem que são portadores de ST. Talvez (e bem provavelmente) desconhecem até que seus sintomas têm nome, sobrenome e, o melhor de tudo, tratamento.

Esta é a importância de que o maior número possível de pessoas tome conhecimento acerca da Tourette. Mesmo que não apresente nenhum tique, pode conhecer alguém que os tenha e, assim, ajudá-lo. Professores, sobretudo de educação infantil e ensino fundamental, precisam saber diferenciar espasmos crônicos de simples manias de criança.

A disseminação dessas informações poderá evitar que se produzam crianças infelizes, adolescentes complexados e adultos introspectivos. Sem esquecer do tanto de sofrimento desnecessário aos portadores e suas famílias, com graves reflexos em suas vidas social, pessoal e profissional.

UMA LINDA HISTÓRIA REAL

O publicitário e amigo Carlos Dreyer enviou uma colaboração que, embora não esteja diretamente relacionada ao espectro abordado pelo Clic, merece ser postada, tão linda e comovente. Antes de assistir ao vídeo, por favor, leia a história abaixo:

"O filme Amargo Pesadelo (Deliverance, 1972) estava sendo rodado no interior dos Estados Unidos. O diretor John Boorman fez a locação de um posto de gasolina nos confins do mundo, onde aconteceria uma cena entre vários atores atuando junto com o proprietário real do posto, onde ele também morava com sua mulher e filho. Este último, autista.

A equipe parou no posto de gasolina para abastecer e aconteceu a cena mais marcante que o diretor teve a felicidade de encaixar no filme.

Num dos cortes para refazer a cena do abastecimento, o ator Ronnie Cox, que, sendo músico, sempre andava acompanhado do seu violão, aproveitou o intervalo da gravação e, já tendo percebido a presença de um garoto que dedilhava um banjo na varanda da casa, aproximou-se e começou a repetir a sequência musical do garoto.

Como houve uma 'resposta' por parte do menino, Boorman captou o significado daquele momento e mandou filmar. A reação dos demais atores, naquele momento, não era fictícia, mas espontânea.

Atente pra alguns detalhes:

- o garoto não estava nos planos do filme;

- a alegria do pai curtindo o duelo dos banjos... dançando!;

- a felicidade da mãe captada numa janela da casa;

- a reação autêntica de um autista quando o ator músico quer cumprimentá-lo.

Vale a pena o duelo, a beleza do momento e, mais que tudo, a alegria do garoto. A sua expressão! No início está distante, mas, à medida que toca o seu banjo, ele cresce com a música e vai se deixando levar por ela, até transformar a sua expressão num sorriso contagiante, transmitindo a todos a sua felicidade.

O garoto brilha, cresce e exibe o sorriso preso nas dobras da sua deficiência, que a magia da música traz à superfície. Depois, ele volta para dentro de si, deixando a sua parcela de beleza eternizada por acaso."


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

SONETO À TOURETTE 1

Cada um vive seus próprios dilemas
Mesmo quando não se enxerga saída
Uns dizem que é mesmo coisa da vida
Outros chamam de esperança, apenas

Eu chamo acaso, sincronicidade
Um imperceptível contraditório
Misteriosamente coeso, inglório
Acima do controle e da vontade

Eu sou caos, desordenado, impulsivo
Sou paradoxo de mim, invasivo
O nulo, dissolução conveniente

Se me mostro indócil ou amuado
É que, inteiro, não mais mascarado
Minha faceta é cordial e consciente

Escrito por Auber

BRUXISMO: UM TIQUE OU NEM TANTO


O Auber, nosso colaborador, tem, atualmente, sete tiques ativos e não simultâneos (já teve 12, já teve três...; eles vão e vêm :-D). O que mais o incomoda fica particularmente agravado quando ele está ansioso ou tenso: o bruxismo. Mas ainda que, no caso dele, se trate de um tique, o bruxismo acontece em cerca de 15% da população mundial, sem relação com a Tourette.

É um hábito parafuncional que leva o paciente a ranger os dentes de forma rítmica durante o sono ou, menos prejudicialmente, durante o dia - que é o caso do Auber. É observado em pacientes de todas as idades e geralmente está relacionado ao alto nível de estresse. Pode causar desgastes nos dentes e agir como um dos fatores causais das dores de cabeça e distúrbios da articulação temporomandibular.

Ranger os dentes à noite e apertá-los durante o dia formam um problema progressivo que o paciente frequentemente não nota e só é percebido se prestar atenção na própria tensão muscular ou se o rangido noturno é escutado por outra pessoa. O diagnóstico geralmente é feito depois de surgirem algumas complicações como desgastes nos dentes, dores na musculatura mastigatória, estalidos nas articulações, perdas ósseas na mandíbula e maxila, travamento das articulações temporomandibulares, etc.

Quando noturno, o bruxismo envolve movimentos rítmicos semelhantes aos da mastigação, com longos períodos de contração dos músculos mandibulares, podendo ser a causa da dor muscular e da fadiga. Um alinhamento incorreto dos dentes e o fechamento inadequado da boca costumam estar presentes em grande parte dos casos.

A doença pode atingir qualquer pessoa não tendo relação direta com a faixa etária. A incidência é maior nas mulheres que nos homens. Existe também o chamado bruxismo diurno, que é caracterizado por uma atividade semivoluntária da mandíbula de apertar os dentes enquanto o indivíduo se encontra acordado, onde geralmente o ranger dos dentes está ligado a algum hábito ou tique, diferente do bruxismo noturno, que é um ato inconsciente enquanto o indivíduo dorme.

As dores de cabeça tensionais são comuns nos portadores de bruxismo. Elas surgem por contração excessiva dos músculos da mastigação, podendo atingir rosto, pescoço, ouvido e até ombros. Outro problema decorrente do bruxismo é dor na articulação temporomandibular (localizada no osso do crânio e mandíbula). Esta também pode sofrer estalos, travamento, restringir a abertura da boca e desviar para o lado ao abrir e fechar.

Fonte: Wikipedia

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

CLIC NERVOSO NO SITE DA ASTOC

Associação Brasileira de Síndrome de Tourette, Tiques e Transtorno Obsessivo-Compulsivo (ASTOC), a entidade brasileira mais atuante na divulgação, apoio e orientação sobre a síndrome de Tourette, sediada em São Paulo, reconheceu o Clic Nervoso e o blog co-irmão Nossas Vidas do Tourette pelo nosso empenho na difusão da ST e suas comorbidades, tanto para ajudar os portadores, quanto para torná-la conhecida de pessoas leigas, tentando, assim, diminuir o preconceito e a discriminação. 

Em seu site, agora, ambos constam como leituras recomendadas entre os links que disponibiliza. Vale dizer, de forma envaidecida, que são os únicos blogs relacionados.

Isto nos engrandece e entusiasma a continuarmos fazendo nosso trabalho com ainda mais vontade.

Muito obrigado!

CIENTISTAS DESCOBREM PISTA SOBRE A ST


Depois da descoberta síndrome de Tourette, há 126 anos, os pesquisadores pouco avançaram na causa do problema. Alguns estudos se voltaram para a investigação dos núcleos da base – região do cérebro envolvido com os comportamentos repetitivos e o neurotransmissor, dopamina. Depois, em 2005, uma equipe encontrou indícios de uma mutação genética no gene “SLITRK1″ em alguns casos, porém, não se sabia como esse gene provocava a síndrome de Tourette.

Agora um novo estudo localizou uma mutação no gene HDC que tem a função de codificar a L-histidina descarboxilase, uma enzima envolvida na produção de histamina, molécula de sinalização com grande variedade de papéis por todo o corpo. Essa enzima é responsável por provocar espirros, coceiras nos olhos e outras ações alérgicas, e também é um neurotransmissor.

Pesquisas feitas em laboratórios nos Estados Unidos comprovam que a histamina pode servir de freio para os movimentos repetitivos nos núcleos da base. “Eles fazem um argumento muito convincente de que esta mutação nesta família é responsável pela síndrome de Tourette”, diz John McClellan, psiquiatra da Universidade de Washington, Seattle, de onde tiramos esta informação. Muitas pesquisas ainda terão de ser feitas até que se faça uma droga efetiva para o tratamento da síndrome.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

DRAUZIO VARELLA ENTREVISTA A DRª ANA HOUNIE


Todos nós temos certas singularidades, certos gestos e posturas corporais que repetimos em determinadas situações e que denunciam, muitas vezes, o que estamos sentindo. Quem nos conhece bem sabe que, quando esfregamos os dedos na testa, cerramos o cenho ou arqueamos as sobrancelhas, é sinal de que estamos muito preocupados, ansiosos ou descontentes.

Há pessoas, porém, que perdem o controle sobre alguns movimentos e passam a repeti-los involuntária e automaticamente. Piscam os olhos, têm espasmos nos ombros ou no pescoço e contrações abruptas nos músculos da face. Esses tiques chamam a atenção de quem está por perto e, não raro, são motivo de pilhéria e imitação.

Tiques podem estar ligados a um tipo de distúrbio conhecido por transtorno obsessivo-compulsivo. O papel de Jack Nicholson (Oscar de melhor ator) no filme “Melhor é impossível” deixa perceber claramente alguns sintomas da doença. Ele faz malabarismos para não pisar nas riscas do chão, leva os talheres para o restaurante onde come todos os dias, na mesma mesa, o mesmo prato servido pela mesma garçonete.

De volta para casa, lava as mãos com água quase fervendo e joga fora o sabonete que usou uma única vez. Felizmente, casos como esse têm tratamento e a qualidade de vida dos pacientes melhora muito.

(continua abaixo)

(continuação) TIQUES: DEFINIÇÃO E CAUSAS

Drauzio – Há gente que morde os lábios quando está preocupada, mexe nos cabelos quando está escrevendo ou tem um jeito característico de piscar os olhos em determinadas situações. Qual a diferença entre esses pequenos gestos e os tiques?

Ana Gabriela Hounie – Os tiques são comportamentos involuntários e repetitivos. Por exemplo: a pessoa pisca muito os olhos ou faz movimentos com os ombros de forma estereotipada e repetitiva. Há outros movimentos incorporados que chamamos de hábitos. Quem ajeita os óculos sobre o nariz para que não caiam desenvolveu um hábito e não um tique. Geralmente as pessoas apresentam mais de um tipo de tique. Quando eles aparecem em grande quantidade, vários tiques diferentes associados a vocalizações padronizadas, por exemplo, estamos diante da Síndrome de Tourette, um transtorno que se caracteriza por tiques motores e vocais crônicos.

Drauzio – Qual a raiz neuropsicológica desse problema?

Ana Gabriela Hounie – Esse debate está em foco desde o século XIX. No início, pensava-se que a origem fosse meramente psicológica. Freud abordou o tema e sua interpretação foi que os tiques seriam provocados por um algum conflito inconsciente. Hoje se considera o fator psicológico como agravante ou desencadeante e não como causa do tique.

Na base dos tiques, existem disfunções funcionais que envolvem neurotransmissores cerebrais e a genética. Na Síndrome de Tourette, o componente genético é bastante importante, mas ainda não se conseguiu localizar o gene nem o cromossomo envolvidos. Suspeita-se que seja o cromossomo 6. Nesse campo, porém, a única certeza é que existe um padrão familiar de transmissão tanto na Síndrome de Tourette quanto nos tiques crônicos.

(continua abaixo)

(continuação) SÍNDROME DE TOURETTE

Drauzio – Para ficar bem claro, vamos estabelecer a diferença entre o tique comum e a Síndrome de Tourette.

Ana Gabriela Hounie – O tique comum é muito frequente na infância. Até 20% da população infantil apresentam tiques na fase dos sete, oito ou nove anos. É uma manifestação transitória que tende a desaparecer naturalmente. Portanto, os pais não devem preocupar-se se virem as crianças piscando os olhos, botando a língua para fora ou repetindo algum movimento estranho. Entretanto, se o problema persistir por mais de um ano e começar a incomodar, pode-se pensar na possibilidade de a Síndrome de Tourette ter-se instalado.

Drauzio – Você disse que a Síndrome de Tourette tem sempre um tique vocálico associado.

Ana Gabriela Hounie — Tem sempre um som vocálico associado ao tique motor. Fungar ou fazer barulho com a garganta são exemplos de tiques vocais simples. Os complexos são mais elaborados. É a repetição de sílabas ou palavras e, em 30% dos casos, a repetição de palavrões.

Drauzio – Como se distribui esse transtorno pelas diferentes faixas etárias?

Ana Gabriela Hounie – Começa na infância, geralmente por volta dos sete anos de idade e a tendência é que diminua na idade adulta. Na verdade, em um terço dos casos o transtorno desaparece com o crescimento.

Na Síndrome de Tourette, quando a causa é genética, os tiques ocorrem na infância, quatro vezes mais nos meninos do que nas meninas. Não se conhece ainda a explicação para esse fenômeno, mas provavelmente fatores hormonais estejam envolvidos.

Drauzio – Pode-se adquirir o tique na idade adulta?

Ana Gabriela Hounie – Pode, mas é raro. Geralmente, quando isso acontece, é consequência de algum problema clínico, por exemplo, de trauma craniencefálico ou abuso de drogas, entre outros.

(continua abaixo)

(continuação) PATOLOGIAS ASSOCIADAS

Drauzio – Existe relação entre tiques nervosos e outras patologias?

Ana Gabriela Hounie – Em 30% dos casos, quem tem Síndrome de Tourette vai apresentar também transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e vice-versa. Isso nos faz acreditar que haja um tipo de transtorno obsessivo-compulsivo ligado a tiques que é transmitido geneticamente. Como o TOC com tiques (Síndrome de Tourette) e o TOC sem tiques são patologias diferentes e estamos à procura da causa genética, tentamos delimitar as diferenças desses transtornos para facilitar a pesquisa dos genes responsáveis.

Drauzio – O que caracteriza o transtorno obsessivo-compulsivo?

Ana Gabriela Hounie – O transtorno obsessivo compulsivo é um distúrbio mental que provoca problemas no processamento da informação e, como o nome diz, caracteriza-se por obsessões e compulsões. A obsessão é uma idéia intrusiva que vem à mente repetidas vezes e, por mais absurda que possa ser, é tão angustiante que a pessoa se vê obrigada a seguir certos rituais pondo em prática algumas compulsões. Pensa, por exemplo, que pegou Aids porque tocou na maçaneta da porta. Embora a idéia seja absurda, é tão aflitiva que ela lava as mãos um sem número de vezes para livrar-se da contaminação pelo vírus.

Drauzio – Qual é exatamente a diferença entre obsessão e compulsão?

Ana Gabriela Hounie – Obsessão é uma ideia ou imagem que ocorre repetidamente e parece estar fora de controle. Compulsão é o hábito que se cria para aliviar a angústia que essa idéia provoca. Existem pessoas que têm compulsão sem obsessão e outras, ao contrário, que têm obsessão sem compulsão, mas o mais frequente é ter as duas simultaneamente.

Uma pessoa apenas obsessiva tem medo de pegar na maçaneta da porta e contaminar-se com o vírus da Aids, mas não lava as mãos obstinadamente. Muitas até se deixam dominar por rituais mentais, criam fórmulas mágicas em sua cabeça para evitar contrair a doença, mas ninguém por perto percebe o que está acontecendo com elas.

No entanto, é fácil perceber as compulsões. Estão diante dos nossos olhos. A pessoa compulsiva dá dois passos para frente e um para trás, abre e fecha a torneira dez, vinte vezes e demora horas no banho. São comportamentos estranhos que podem ser observados, o que não acontece com as ideias obsessivas, muitas vezes mantidas em segredo, pois o próprio paciente as considera absurdas e sofre anos e anos a fio por falta de diagnóstico e tratamento.

Drauzio – As crianças têm um pouco desses distúrbios normalmente. Não pisam nas riscas do chão, ou não deixam de correr o dedo ou bater um pauzinho numa grade se passam ao lado dela. Quando você considera esse tipo de comportamento normal?

Ana Gabriela Hounie – Esse tipo de comportamento faz parte do desenvolvimento da criança e tem função psicológica na infância. O problema é quando se torna exagerado e traz sofrimento. Por exemplo, a criança não consegue responder uma única questão do dever escolar porque escreve, acha que não ficou bem feito e apaga, escreve e apaga, escreve e apaga outra vez. Tal comportamento extrapola os limites do aceitável e, sem dúvida, faz com que essa criança mereça atenção especial.

Drauzio – Nessa hora, em geral os pais reagem mal. Acham que a criança está se comportando assim porque é teimosa ou desobediente.

Ana Gabriela Hounie – É comum as crianças serem castigadas por esse tipo de comportamento e, não sabendo como enfrentar a dificuldade, sofrerem em segredo. Trabalhos mostram que, em média, entre o início da doença e o diagnóstico transcorrem de dez a quinze anos. Por isso, a importância de canais como este para alertar as pessoas de que existem tratamentos e alternativas para o problema e que procurar ajuda mais cedo evita sofrimentos desnecessários.


(continua abaixo)

(continuação) COMPORTAMENTO COMPULSIVO

Drauzio – Quando viajo, costumo colocar a passagem e o passaporte sempre no mesmo lugar, na maleta de mão junto com o computador, mas não consigo sair de casa sem verificar se tudo está no lugar em que eu mesmo coloquei e de onde nada tirei. Como você diferencia um comportamento como esse do transtorno obsessivo-compulsivo?

Ana Gabriela Hounie – Seu comportamento demonstra a preocupação em não perder o voo, mas se a cada cinco minutos você se perguntasse se os documentos estariam ali mesmo e voltasse a olhar na mala repetidas vezes, seria um sintoma obsessivo.

Verificar se a casa está bem fechada, o gás desligado, o carro trancado são comportamentos normais. Agora, se a pessoa verifica três, cinco, dez vezes, ou tem um número mágico que precisa respeitar – cinco vezes ou múltiplos de cinco – e, se perde a conta, começa a contar de novo, já ultrapassou os limites da precaução razoável.

Drauzio – Isso pode transformar-se num inferno na vida das pessoas…

Ana Gabriela Hounie – Certamente. Existem pacientes que não fazem absolutamente nada na vida. Conheço o caso de uma mulher que não sai de casa há anos com medo de contaminação e nem o tratamento aceita, porque acha que o remédio pode estar contaminado. Não aceita sequer a receita, porque está ligada ao médico, que está ligado ao hospital, que está ligado à contaminação. O transtorno obsessivo-compulsivo pode realmente transformar a vida num inferno.

Drauzio – O mais curioso nesses quadros é que a pessoa tem consciência de que o comportamento é absurdo, mas não consegue quebrar o ritual.

Ana Gabriela Hounie – Não consegue, porque a angústia e a ansiedade são muito grandes e não existe a capacidade de assumir o risco. Ela não consegue dizer – acho que não vou pegar Aids se tocar na maçaneta. Simplesmente, não pega na maçaneta, porque a angústia é tão grande que a impede de arriscar.

Esse é um dos aspectos trabalhados na terapia: a necessidade de aceitar o risco. A vida é cheia de riscos. Nunca se sabe se, ao sairmos à rua, um avião cairá sobre nossas cabeças. A pessoa com transtorno obsessivo não consegue diferenciar probabilidade e possibilidade da certeza e não sai de casa porque tem medo de que um avião realmente caia sobre sua cabeça.

Drauzio – Como costumam reagir amigos e familiares diante desse tipo de problema?

Ana Gabriela Hounie – Em relação a qualquer doença mental, algumas pessoas não compreendem e se afastam. Outras, mais bem informadas, levam o paciente ao médico e a grupos de apoio como o ASTOC, por exemplo.

A informação é sempre fundamental. Quanto mais informação a família receber, mais capaz fica de entender o problema e de agir da maneira mais adequada seguindo a orientação médica e psicológica. Às vezes, a própria família precisa também de tratamento, pois é muito frequente os familiares colaborarem com os rituais obsessivos.

Nem sempre é fácil convencê-los de que não podem participar desses rituais, porque a angústia do paciente os contagia e eles tentam ajudar de alguma forma. É o caso do indivíduo que não quer tocar em garfo e faca com medo de se matar e a família passa a oferecer-lhe o alimento na boca. Gestos como esse ajudam a manter o problema intocável e devem ser evitados com o consentimento do paciente.

(continua abaixo)

(continuação) CAUSAS DO TOC

Drauzio – Você disse que 30% dos pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo também apresentam tiques. Qual a explicação para isso?

Ana Gabriela Hounie – A explicação mais aceita atualmente é a genética. Acredita-se que exista um tipo de transtorno obsessivo-compulsivo transmitido junto com os tiques. No cérebro, há uma região chamada gânglios de base. O caudado, uma estrutura mais ligada à parte cognitiva, parece estar relacionado com esse tipo de transtorno. Já o putâmen, área mais ligada aos comportamentos, estaria relacionada com os tiques.

Existe também uma teoria imunológica que está sendo investigada para explicar transtorno obsessivo-compulsivo e tiques. Estudos em neuroimagem mostram, por exemplo, aumento no tamanho dessas estruturas cerebrais nas pessoas com TOC e redução após tratamento experimental chamado plasmafarese, que retira anticorpos presentes no sangue.

Estudos funcionais com PET SCAN e SPECT mostram também uma mudança no metabolismo da glicose em determinadas estruturas cerebrais após o tratamento com psicoterapia. Tudo isso prova como é importante associar os tratamentos psicoterápicos e o farmacológicos para aliviar os sintomas.

(continua abaixo)

(continuação) INCONTINÊNCIA VERBAL

Drauzio - O caso de crianças que soltam palavrões no meio da conversa pode provocar um problema de relacionamento social sério. Elas têm consciência de que estão falando palavrões?

Ana Gabriela Hounie – Têm consciência, mas não sabem por que fazem isso. Muitas vezes, principalmente se o padrão moral for muito rígido, a família acha que é má-criação e castigam até fisicamente as crianças. No entanto, para conduzir o tratamento é fundamental diferenciar se a criança está falando palavrão porque quer ou se é uma coisa involuntária, um tique.

Drauzio – Como surgem os palavrões? Aparecem isoladamente ou intercalados na frase?

Ana Gabriela Hounie – São intercalados nas frases. Num programa que passa na TV a cabo, Ally McBeal, há uma personagem com Síndrome de Tourette que deixa claro como isso acontece. Assim como a pessoa com tiques pode piscar os olhos, pode falar um palavrão entre uma palavra e outra. Apesar de serem o sintoma mais famoso dessa síndrome, os palavrões só ocorrem em 30% dos casos.

Drauzio – São só as crianças que apresentam esse tipo de incontinência verbal?

Ana Gabriela Hounie – Não, os adultos também podem apresentá-lo, mas como só 1/3 dos casos da Síndrome de Tourette permanece na idade adulta, o número de pacientes adultos com esse sintoma é bem menor. Nos outros 2/3, a síndrome costuma melhorar bastante ou desaparecer com ou sem tratamento. O interessante é que ela tem um curso flutuante. É um vai e vem. Fases de muitos tiques se alternam com fases em que eles praticamente desaparecem.

(continua abaixo)

(continuação) TRATAMENTO

Drauzio – Como você orienta os casos de pessoas com tiques ou com tiques acompanhados de incontinência verbal?

Ana Gabriela Hounie – Só se costuma medicar esses casos se forem graves e acompanhados de muito sofrimento. Havendo problemas associados, como baixa estima, por exemplo, indica-se também psicoterapia cognitivo-comportamental.

Drauzio – No tratamento medicamentoso, quais são os remédios mais indicados?

Ana Gabriela Hounie – Os de maior ação são os neurolépticos, também chamados de antipsicóticos, o que não significa que o tique seja uma psicose. Como essas medicações têm efeitos colaterais adversos, costuma-se tentar primeiro outras que não são tão eficazes, mas que podem ser bem mais seguras, como os remédios para pressão alta à base de clonidina.

Drauzio – Como costuma ser a resposta a esses remédios com menos efeitos colaterais?

Ana Gabriela Hounie – Em 60% dos casos, eles são eficazes, mas em 30% é preciso usar os que provocam mais efeitos colaterais. Pode-se, ainda, fazer combinações de medicamentos, dependendo dos problemas associados ao transtorno obsessivo-compulsivo, como tiques, hiperatividade, déficit de atenção.

Drauzio – Que efeitos colaterais provoca a medicação mais forte?

Ana Gabriela Hounie – Sedação, sonolência, falta de concentração, um pouco de depressão são alguns dos sintomas. Entre os neurolépticos antigos, o efeito colateral mais grave é o risco alto de cinesia tardia, um transtorno do movimento irreversível na maior parte dos casos. Por isso, nos Estados Unidos eles deixaram de ser a primeira opção de tratamento medicamentoso. Atualmente, tentamos usar neurolépticos atípicos de menor risco. O problema é que se trata de uma medicação muito cara o que dificulta muito seu uso pela população em geral.

Drauzio – O tratamento com esses neurolépticos mais antigos pode provocar alterações motoras. Isso quer dizer que a pessoa troca os tiques por outro tipo de alteração motora?

Ana Gabriela Hounie – Nem sempre, mas é um risco que se corre.

Drauzio – Qual o papel da psicoterapia nesses casos?

Ana Gabriela Hounie – Para os tiques existem técnicas de reversão de hábitos, uma tentativa de fazer com que um sintoma socialmente inaceitável, como falar palavrão, seja modificado. Recentemente, vi o caso de uma criança que conseguiu fazer um acordo com o terapeuta. Quando viesse o impulso de falar um palavrão, ele seria dito em outra língua, em chinês, por exemplo. Como provavelmente quase ninguém entenderia o que foi dito, o problema estaria em parte resolvido porque, se o palavrão não fosse socialmente inaceitável, não haveria inconveniente algum em soltá-los no meio das frases.

Para a criança é muito importante sentir-se aceita tanto pela família quanto pelo meio em que vive. Por isso, a informação é fundamental para que não seja necessário medicar essas pessoas que estão sendo socialmente reprimidas. Crianças podem viver felizes apesar dos tiques, a não ser que sejam dolorosos. Algumas acabam lesando a coluna de tanto que mexem o pescoço ou provocam lesão na córnea enfiando repetidas vezes o dedo nos olhos. Esses são tiques graves que exigem medicação específica.

Drauzio – Pode-se dizer que essas pessoas que arrancam pelos do corpo têm tique?

Ana Gabriela Hounie – A tricotilomania é um problema também associado aos tiques. Nem sempre a pessoa tem consciência do que está fazendo. Pode ser um gesto involuntário (quando percebe, já arrancou o pelo) ou uma compulsão. Precisa arrancar um fio de cabelo, por exemplo, para evitar que algo de mau lhe aconteça ou, se arranca de um lado tem de arrancar do outro para manter a simetria e a perfeição. Por isso, é sempre importante investigar qualquer fenômeno para estabelecer um diagnóstico preciso.

(continua abaixo)

(continuação) POSSIBILIDADES DE CURA

Drauzio – É possível curar definitivamente as pessoas com tiques ou com a Síndrome de Tourette?

Ana Gabriela Hounie – Em Medicina é sempre muito difícil falar em cura. Existem tratamentos, controle. As pessoas conseguem ter boa qualidade de vida, mas não se pode afirmar que o problema vai desaparecer completamente, até porque a Síndrome de Tourette é flutuante. Pode desaparecer na infância e voltar na fase adulta. Quanto ao transtorno obsessivo-compulsivo, há pessoas que nunca mais apresentam problemas depois que são tratadas e as que passam a vida inteira precisando de tratamento.

Drauzio – Os adultos são mais resistentes ao tratamento do que as crianças?

Ana Gabriela Hounie – Quanto mais se demora para fazer o diagnóstico, piores são os resultados, porque os distúrbios parece que ficam enraizados, como se fizessem parte da personalidade da pessoa. É muito difícil mudar um comportamento que tem 20 anos de evolução.

Drauzio – Tive um paciente que, quando saía do banco onde trabalhava, cismava que havia deixado um bilhete no qual revelava que era homossexual. Voltava, então, ao banco e passava horas procurando o tal bilhete que não existia, porque ele nunca o escrevera. Como você trataria uma pessoa assim?

Ana Gabriela Hounie – Com certeza, é um caso de transtorno obsessivo-compulsivo. O esquema ideal de tratamento pressupõe medicação com antidepressivos inibidores da recapacitação da serotonina associada à psicoterapia.

Drauzio – Considerando esse caso teórico, em média, quanto tempo dura o tratamento?

Ana Gabriela Hounie – Isso varia muito. Há pessoas que apresentam resposta excelente a medicações e o comportamento indesejável desaparece. Em seis meses, estão levando vida normal. Existem casos que não respondem e é necessário trocar de medicação. Pode-se dizer que 40% deles, os chamados de refratários, não apresentam melhora mesmo depois de terem sido tentadas todas as medicações possíveis.

Nesse aspecto, existem linhas de pesquisas em várias áreas tentando descobrir novas técnicas para ajudar os pacientes refratários. Há um tipo de cirurgia que atua no córtex frontal, que interrompe sua ligação com as estruturas dos gânglios de base, e a estimulação transcraniana, ou seja, a aplicação de ondas magnéticas no cérebro sem necessidade de abri-lo. Em certos pacientes, algumas horas depois da aplicação, o pensamento obsessivo desaparece, mas infelizmente retorna depois.

Fonte: www.drauziovarella.com.br

(Fim)

Para saber ainda mais, adquira o livro "Tiques, cacoetes, síndrome de Tourette: um manual para pacientes, seus familiares, educadores e profissionais de saúde", dos drs. Ana Gabriela Hounie e Eurípedes Miguel (org), clicando aqui.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

CLIC COMPLETA UM MÊS DE VIDA!


Neste dia, o Clic Nervoso faz um mês de existência, com o orgulho de termos conquistado parcerias muito valiosas de entidades representativas no trato da síndrome de Tourette e suas comorbidades; de conseguirmos uma visibilidade inacreditável, com média de 150 visualizações/dia (com picos de 450/dia!); e com a certeza de estarmos conseguindo atingir nossos.públicos-alvo: portadores dessas patologias e pessoas leigas.

Agradecemos a todos que têm nos ajudado a tentar fazer deste blog uma boa referência de pesquisa, em especial à psiquiatra Ana Hounie, ao neurologista Carlos Rieder, à blogueira Daniela Torres e ao dr. Luis Lehman (Argentina).  Sem eles, não teríamos tanto material pra disponibilizar a você.

Muito obrigado! :-D

DEPOIMENTO SOBRE ST



Diretora da Riostoc, parceira do Clic Nervoso, Roberta Rocha fala à TV Brasil sobre a síndrome de Tourette, doença que a acomete.

EL DON DE TENER UN DEFECTO


Karina Barco
(Lima, Peru)

Es un día cualquiera, un día en que hace frío, el viento sopla fuerte y el dolor se torna más intenso; sin embargo, ese viernes no iba a hacer uno más para Nicolás; pareciera que el amor y el destino se hubieran entrelazado para jugar un rato con sus heridos corazones.

Camila estaba  ahí sentada a su costado, no podía dejar de contemplar aquel rostro, se apresuro a invitarle un cigarro y la conversación empezó. Sin darse cuenta el tiempo se hizo corto.

Camila, parecía como si en todo ese tiempo sus labios hubiera esperado para pronunciar su nombre; pero ¿quién era ella?, todo lo que alguna ves quiso saber, sus lagrimas lo dijeron todo; Camila esa niña queriendo se mujer, Camila esa leona ensangrentada pero dispuesta a seguir luchando, ese rostro que emociona al ser más duro: ella tenía algo  que muy pocas personas tienen, tenía el don de tener un defecto, tenía la suerte de tener una enfermedad.

Pero Dios fue maravilloso, para contrarrestar su mal le regalo un corazón con la capacidad de amar como ningún otro ser  que alguien pudiera contar. Alguna vez Nicolás escuchó “que todos la miraban por sus tics”, pero Camila no solo era eso, era más que un tic, era un milagro de la naturaleza. Poco a poco fue enamorándose de ella, de esa pequeña herida por la vida, golpeada, no dela Camila del tics, de la niña queriendo ser mujer que luchaba  cada día, cada minuto cada hora, contra la vida, contra los retos, y sobre todo contra su propia enfermedad. ¿Alguna vez pensó en la mujer perfecta? Nunca soñó con ella y sin embargo ya estaba allí sentada a su costado, llorando su dolor, sus miedos; llorando sus frustración contra un mundo vacío lleno de prejuicios. Nicolás  apretó su manso, la abrazo, no era un abrazo cualquiera al menos así lo sintió Camila.

Era un abrazo en donde parte del alma se queda contigo; era un abrazo en el que sientes que el propio Dios te mandó un ángel para consolar tanto dolor. Entonces todo el dolor que había en su alma desapareció llenándola de calma.

Sin embargo quién era Nicolás, nombre de galán de telenovela.

Nicolás el chico que lo tenía todo, el hijo de un prestigioso empresario, Nicolás el chico que por años alimento su alma con drogas, Nicolás el chico golpeado por una desgracia familiar, el corazón cansado de tanto; ése era Nicolás.

Todo estaba a su favor, al mismo tiempo todo estaba en su contra; pero el amor estaba allí en el aire y no podían dejarlo pasar.

A veces el amor se presenta de distintas maneras solo es cuestión de saber leer entre líneas. Camila había encontrado  a la persona que nunca se cansó de esperar, encontró a aquel que respete sus silencios y le saque una sonrisa.

 Nicolás por su parte encontró a Camila esa maravillosa mujer; la pequeña  que calme sus dudas  y venza sus miedos solo con un beso. Recorrieron juntos las calles, con ese frío intenso que en ocasiones te recuerda las lágrimas que has derramado: podría recorrer las calles solo por que sé que estás en al ciudad, pronuncio Nicolás. Camila le respondió con un beso, un beso suave, un beso dulce, un beso lleno de amor y ternura, un beso como queriéndose escapar y meterse entre sus almas.

Camila y Nicolás se casaron un Viernes de Septiembre después de haber vencido muchas batallas, se casaron un día diferente al que se conocieron, era primavera y el sol estaba allí queriendo salir tan solo para iluminarlos con su presencia.

Sabían que le esperaba guerras muy difíciles pero se tenían ambos y cuando dos corazones se juntan no hay fuerza que pueda separarlos, pues no hay fuerza mayor que el amor, y Nicolás tenía la suerte de que Camila tuviera un don, tenía el don de tener un defecto.

karinabarco@hotmail.com

Publicado originalmente no blog Mis Tics

JÁ TEMOS LEITORES EM TODOS OS CONTINENTES!

A visibilidade mundial que o Clic tem alcançado nos surpreende a cada dia. Já temos leitores em 23 países, de todos os continentes!


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

TESTE: VOCÊ TEM TDAH?

Psiquiatra mineiro Galeno Alvarenga disponibiliza em seu site um teste simples, de assinalar, pra identificar se o indivíduo possui transtorno do déficit de atenção e hiperatividade e, em caso positivo, em que grau. Se você tem dúvidas a respeito de si ou de algum familiar, clique aqui pra conferir.

COISAS QUE VOCÊ QUERIA SABER, MAS NÃO TINHA A QUEM PERGUNTAR

Pergunta - É verdade que TOC não tem cura?

Não é verdade. A maioria das pessoas toma a medicação por alguns anos e para. Alguns precisam por muitos anos mas vivem de forma absolutamente normal sem ter nenhuma limitação ou sintoma. Mais ou menos como um óculos, a gente precisa usar todos os dias, gostando ou não, porque com óculos vivemos melhor. Não deixa de ser a cura de um problema. Mesmo que a pessoa esteja completamente livre dos sintomas, raramente vai tomar o remédio menos que dois anos.

P - Sofro de depressão com sintomas obsessivos, ansiedade e pânico e gostaria de saber se esse meu problema pode evoluir para esquizofrenia?

A resposta para 99,999999% dos casos é não.

P - Penso constantemente que estou sendo seguida por alguém. Tenho pânico de andar de avião. O simples pensamento desta hipótese me tira o sono. Tenho pensamentos que às vezes me desligam da realidade e me sinto como se vivesse um mundo à parte desse que vivo, com pessoas diferentes. Por que isto ocorre?

São pensamentos obsessivos acompanhados de uma ansiedade muito grande que quase chegam a ser um ataque de pânico. Esse "desligamento da realidade" se chama desrealização. Tratamento geralmente super rápido e simples.

P - Tenho 39 anos e nunca apresentei nenhum sintoma próximo a depressão. Mês passado tive assim, no meio do nada, uma crise de pânico. O que eu tenho? Pode ser TOC? Que tipo de tratamento devo fazer?

Pânico é pânico, transtorno obsessivo-compulsivo é transtorno obsessivo-compulsivo. TOC pode ter ataques de pânico, mas não costuma começar aos 39 anos. Sem diagnóstico exato, não há como saber o tratamento necessário.

P - Desde os 12 ou 13 anos, conheci a masturbação e os vídeos eróticos. Hoje tenho 35 e sou casado. No princípio era algo incrível que me dava muito prazer, porém agora me sinto escravo disto pois tenho me isolado e não tenho forças para largar este vício. O que devo fazer?

Provavelmente uma terapia e um tratamento para TOC.

P - Meu filho de 14 anos tem problemas de tic e vem fazendo tratamento há alguns anos sem nenhum progresso. No início, ele fazia apenas movimentos com a boca e balançava a cabeça; nos últimos meses ele vem emitindo sons, como se fossem gemidos, e embora com medicamentos, não consegue ter nenhum domínio. Gostaria de saber que tipo de doença é esta.

Pode ser uma síndrome de Tourette. O tratamento é feito com neurolépticos. Um deles é o Haldol. Mas muitas vezes precisa tentar vários até achar o ideal daquela pessoa. O tratamento pode acabar com todos os sintomas; às vezes não acaba com todos. Com certeza ele irá precisar de medicação por alguns anos.

P - Toda pessoa que tem algum tipo de idéia fixa, preocupações e pensamentos fixos que não sai da cabeça sofre de TOC?

Não.

P - É normal pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo ficarem na dúvida se têm ou não a doença?

Sim, é comum. A pessoa acaba achando que as "manias" são apenas "manias" e não percebe que passa horas do dia obedecendo aos rituais ou pensamentos. Além do mais, os leigos não consegue imaginar que gestos e pensamentos possam ser problemas químicos e tratáveis.

P - Gasto compulsivamente, sei que não tenho dinheiro, mas mesmo assim compro sem parar, gasto sem controle. O que isso pode ser?

Isso deve ser tratado não só com terapia, mas também com remédio, como qualquer distúrbio obsessivo-compulsivo. Demora alguns meses mas passa.

P - Meu marido é um "comedor de unha" compulsivo. Ele diz ter esta "mania" desde criança. Gostaria muito de ajudá-lo, pois ele detesta este vício. Não sei se este caso é para psiquiatria.

Roer unhas pode ser tratado como qualquer fenômeno obsessivo e como na maioria deles, cerca de 50 a 60 % das pessoas tratadas melhoram. Mas também pode ser apenas ansiedade. É preciso ir mais fundo para se ter um diagnóstico correto.

P - Tenho tics desde pequena. Como posso me ver livre deles sem precisar recorrer a um psicoterapeuta?

Tics são tratados com remédios, não com psicoterapia.

P - Desde criança tenho atração pelo cheiro de sabão e sabonete. Lembro-me de ter mastigado lápis de cera, porém sabonete não tinha tido coragem até agora. O que é isto?

Pode ser uma doença chamada síndrome de Pica, muito rara e de tratamento muito difícil.

P - Existem tratamento alternativos para TOC?

Não, e cuidado para não perder meses com tratamentos alternativos.

P - Frequentemente sinto-me deprimida por achar que estou fedendo. Confesso que fiquei um pouco paranóica por causa disso. Isso é uma fobia?

Existe um quadro clínico chamado de dismorfofobia. Pode ser isto. Procure um psiquiatra.

P - Tenho ciúme doentio da minha namorada. Isto é doença?

É mais provável ser ciúme patológico dentro de um quadro de TOC. Provavelmente algum neuroléptico mais uma psicoterapia irão ajudar muito.

Fonte: Mentalhelp

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

NOVA DROGA PARA TRATAMENTO DE ST É TESTADA


O laboratório Psyadon Pharmaceuticals Inc., dos Estados Unidos, anunciou que está trabalhando em um ensaio clínico para determinar a eficácia potencial de uma droga nova chamada ecopipam pra controlar os sintomas neurológicos da síndrome de Tourette.

Experimentos em animais sugerem que a droga, que pertence a uma classe de agentes referidos como antagonistas da dopamina D1, interage com as células nervosas e dos sistemas no cérebro que contribuem para o desenvolvimento de tiques e outros sintomas em ST.

Já está em andamento a segunda fase do ensaio clínico para examinar a capacidade do ecopipam tanto pra reduzir a gravidade dos tiques quanto pra determinar sua segurança em indivíduos adultos. Deve se estender até 2012.

Vários medicamentos são prescritos por médicos para o tratamento da Tourette, mas apenas dois - pimozida e haloperidol - são aprovados pelo Food and Drugs Administration (FDA, órgão responsável pelo controle de medicamentos nos EUA) para o tratamento da doença.

Fonte: Newsmedical.net

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O PORTADOR DE TOC MAIS FAMOSO DO BRASIL


Quem tem assistido aos shows de Roberto Carlos, nos últimos tempos, se surpreende com sua atuação no palco. Roberto está visivelmente mais à vontade e alegre. Canta músicas que havia riscado do repertório por conterem palavras que considerava tabu, como "mentira" e "maldade".

Parece um novo Roberto Carlos – e é mesmo. Tudo porque ele vem se submetendo a sessões de terapia cognitivo-comportamental para se livrar de um distúrbio psicológico que o acomete há mais de uma década, mas que só agora ele resolveu combater – o transtorno obsessivo-compulsivo, ou TOC.

Trata-se de um distúrbio que se manifesta por meio de uma série de excentricidades e manias cultivadas no cotidiano. No caso de Roberto, por exemplo, tornaram-se famosas manias como sair de um ambiente pela mesma porta pela qual entrou, não usar nada de cor marrom, evitar palavras de conotação negativa e jamais assinar documentos na fase minguante da Lua.

Na entrevista a seguir, ele conta como estão se dando essas transformações.

Quando você soube que sofria de transtorno obsessivo-compulsivo, distúrbio conhecido pela sigla TOC?

Há quase dez anos. A princípio, pensei que pudesse me curar sozinho. Tentei fazê-lo com a ajuda de um livro que fala do assunto. Mas logo vi que o transtorno obsessivo-compulsivo é algo muito mais sério do que em geral se imagina.

Que sintomas levaram ao diagnóstico?

Minhas manias e superstições. Todo mundo tem algumas maniazinhas, como sentar no mesmo banco quando vai à igreja, por exemplo, e não fica chateado quando o banco está ocupado. Mas minhas manias estavam me incomodando. Já consegui me livrar de algumas delas. Também confundia alguns sintomas do TOC com superstições. Hoje, vejo que não sou tão supersticioso assim. Minhas superstições até que são bastante comuns, muita gente também as tem.

O que o fez procurar tratamento?

Fiquei sabendo do caso grave de TOC de Luciana Vendramini. Depois disso, cheguei a conversar com ela sobre o assunto. Já sentia vontade de fazer tratamento e fiquei animado com o que ouvi dela. Resolvi que era hora de procurar a cura. Há algum tempo estou fazendo terapia cognitiva-comportamental. Submeto-me a sessões de uma hora, duas vezes por semana. A autocura é possível, mas é muito difícil. Bom mesmo é ter um terapeuta cuidando de cada aspecto do transtorno. Hoje já existem muitos terapeutas especializados em TOC. É um distúrbio que atinge, em diferentes níveis, 3% da população brasileira.

Você toma remédios para combater o TOC?

Não. No meu caso, em que não há sintomas graves, como ficar horas parado no mesmo lugar, não me foram receitados remédios. A cura pode demorar um pouquinho mais sem eles, mas é possível. Estou me curando apenas através da conversa com a terapeuta. A cura depende muito da vontade do paciente. Tem de ter coragem, disposição, empenho.

Qual a reação das pessoas quando sabem que você sofre de TOC?

É incrível, mas o TOC às vezes é tratado até como uma coisa engraçada. Há quem diga "Para com isso, rapaz. Que bobagem!". No filme Melhor É Impossível, em que o personagem de Jack Nicholson sofre de TOC, o transtorno também é mostrado de forma meio cômica. Mas não é nada disso. O TOC é uma coisa muito séria, que perturba muito. Quem o tem deve procurar um terapeuta o mais rápido possível.

Por que você demorou para procurar um terapeuta?

Gostaria de tê-lo feito antes. Teria sido bom para mim. Mas, de qualquer maneira, sinto que estou melhor a cada dia que passa. Estou um pouco mais solto.

Fonte: Revista Veja

"EU TINHA QUE SAIR PELA PORTA EM QUE ENTREI"

Neste vídeo, extraído de uma entrevista ao Programa do Jô, o rei Roberto Carlos conta, de maneira muito descontraída, sua experiência com o TOC. Repare como ele mexe os ombros, dando pistas de que ele também sofre de ST:

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

PALESTRA SOBRE TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO

Recebemos do dr. Marcelo Basso de Souza, supervisor do PROTAN (Programa de Transtornos de Ansiedade) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, a informação de que neste sábado, às 9 horas, haverá uma palestra gratuita e aberta lá no HCPA sobre Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC).

Pra quem quiser saber mais a respeito da doença, que pode ocorrer como comorbidade da síndrome de Tourette, é imperdível. O dr. Marcelo também coordena a Associação Gaúcha de TOC (AGATOC), ligada à ASTOC.

O Hospital de Clínicas fica na rua Ramiro Barcelos, bairro Bom Fim. Nós estaremos lá.