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quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

COMPORTAMENTO SEXUAL COMPULSIVO (CSC)

O Comportamento Sexual Compulsivo afeta de 3% a 6% da população, predominantemente homens, e costuma ter início no final da adolescência ou no início da terceira década, sendo sempre de natureza crônica, com períodos episódicos de maior agudização.

Apesar dos transtornos caracterizados por hipersexualidade terem sido descritos há muito tempo e de continuarem a ser assunto de grande interesse clínico, as condições nosológicas dessas afecções permanecem controversas e obscuras.

Ao se discutir o CSC, é preciso levar em conta que esse conceito tende, se não for bem criterioso, a incluir todo o comportamento sexual. Embora sua amplitude ainda seja controversa, alguns investigadores acreditam que a patologia seja composta por padrões anormais de excitação e de comportamento sexuais, quando consequentes de parafilias, bem como de padrões normais de excitação e comportamento sexuais que se tornaram exagerados, transformando-se em CSC relacionado a parafilia ou não-parafílico.

A primeira etapa é a preocupação, na qual a pessoa apresenta um afeto semelhante ao do transe, estando completamente absorta em pensamentos de sexo e partindo para busca obsessiva de estimulação sexual.

A segunda etapa é uma ritualização, na qual a pessoa desenvolve uma rotina que leva ao comportamento sexual. O ritual serve para intensificar a excitação.

A terceira etapa é da gratificação sexual, mediante o ato sexual em si, onde a pessoa se sente incapaz de controlar seu desejo.

A quarta etapa, o desespero, vem após o Comportamento Sexual Compulsivo e se caracteriza por uma sensação de impotência e desânimo.

As pessoas com esta morbidade gastam uma quantidade enorme de energia emocional para manter secretos seus comportamentos e inclinações sexuais, levando, paradoxalmente, ao isolamento social e sexual.

Fonte: Psiqweb

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

HIPERSEXUALIDADE ASSOCIADA À ST E TOC


Talvez por serem tics raros, de pouca incidência dentro do universo da Tourette, existe pouquíssima literatura em português sobre a coprolalia (falar obscenidades e/ou palavras agressivas) e a copropraxia (fazer gestos obscenos e/ou agressivos) associadas à sexualidade.

Talvez, também, porque a ST é pouco divulgada no Brasil, muitos dos casos que eventualmente existam estejam alijados do convívio social, dada sua natureza de suscitar baixíssima tolerância e compaixão.

Pesquisadores norte-americanos observaram que a coprolalia e copropraxia, junto com o aumento do impulso sexual (hipersexualidade) e das parafilias parecem diferir daquelas de obsessões e compulsões clássicas. Os pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo tipicamente descrevem os sintomas, inclusive as obsessões sexuais, como de origem intrusiva e imprópria.

Há relatos, publicados pelo site Neuropsiconews (de onde tiramos estas informações), de sintomas de hipersexualidade em pacientes portadores de disfunção estriatal, como por exemplo, na doença de Huntington, doença de Wilson e na doença de Parkinson pós-encefalítico.

Além disso, muitos pacientes com doença de Parkinson apresentaram aumento do comportamento sexual depois de tratamento com L-dopa. Como esses tratamentos resultam num aumento da atividade da dopamina, supõe-se que a inervação dopaminérgica do estriado ventral é importante na mediação de comportamentos sexuais.

O aumento do impulso sexual pode ser, ainda, um dos sintomas próprios do episódio maníaco ou outros transtornos psicóticos, sendo possível que alguns sintomas hipersexuais, como a masturbação compulsiva, se associem à depressão.

Muitos episódios com sintomas hipersexuais respondem à farmacoterapia antimaníaca. Os antidepressivos também podem ser úteis em pacientes com hipersexualidade comórbida com transtornos do afeto. Entretanto, é muito discutível que os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina e os bloqueadores da dopamina sejam eficazes no tratamento de hipersexualidade sem uma aparente base neuropsiquiátrica.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

COMO A FONOAUDIOLOGIA PODE AJUDAR?


O tratamento fonoaudiológico pode ser um grande aliado para os portadores de ST. Estudos relatam que pacientes com Tourette apresentam dificuldades escolares resultantes de alterações na aprendizagem de habilidades de leitura e de escrita, além das alterações de atenção e de concentração mais relacionadas ao TDAH. Provavelmente, há uma disfunção do processo cognitivo da informação.

Segundo pesquisadores, a leitura é uma variação da linguagem oral e, uma vez que estão interligadas, se a primeira estiver comprometida, a segunda também estará Além das dificuldades citadas, pacientes com ST apresentam atraso aritmético e problemas nas habilidades fonológicas, sintáticas e de fala, sobretudo no que diz respeito à fluência.

É interessante notar que familiares desses pacientes apresentam um maior índice de gagueira, um dos primeiros sintomas de Tourette. Assim, técnicas fonoaudiológicas podem contribuir de forma significativa no tratamento das disfluências e no melhor aproveitamento acadêmico.

Fonte: Tiques, cacoetes, síndrome de Tourette, Ana Hounie e Eurípedes Miguel, org.

REUNIÃO TERAPÊUTICA PARA TOC EM PORTO ALEGRE

Associação Gaúcha dos Portadores de TOC (AGATOC) realiza reuniões mensais abertas à comunidade na última sexta feira de cada mês (hoje, portanto), na sala 160 do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, às 18:30.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

CONHECENDO O TRANSTORNO DO COLECIONISMO


Já falamos aqui, por altos, sobre o transtorno obsessivo-compulsivo por colecionismo, do qual, até aquele momento, nunca tínhamos ouvido falar. Então, fomos buscar mais informações. Descobrimos que o colecionismo é o hábito de reunir e armazenar grande número de objetos que podem ou não ser úteis. Isto faz com que essas pessoas encontrem dificuldades para descartar coisas que são inúteis.

Segundo a personal organizer Sandra Brack, nossa fonte para este texto,  "não se trata de uma excentricidade ou falha de caráter. Não é preguiça, negligência criminosa ou não entender as responsabilidades da vida. É mais grave e mais dificil de controlar do que imaginamos. De fato, é uma doença neuropsiquiátrica, que pode levar a consequências trágicas.

Infelizmente, no Brasil, não há muitas informações sobre este transtorno. Nos Estados Unidos, uma casa pode ser interditada pelo governo, um pai ou uma mãe podem perder a guarda de seus filhos pela péssima qualidade de vida oferecida a eles, em consequência de um grande acúmulo de objetos e a desordem resultante disso. Basta uma denúncia de um vizinho.

Normalmente, colecionistas compulsivos costumam ter dificuldade para classificar itens,  tomar decisões, não se preocupam se os objetos estão à vista, como uma roupa em cima de uma mesa, no chão, limpa ou suja. Isso vai se empilhando aqui e ali, virando com o tempo uma montanha de lixo perigoso.

Como perigoso? Poeira, bolor, mofo e fezes de roedores comumente encontrados em ambientes de desordem extrema podem resultar em alergias, que por sua vez podem causar irritação, dores de cabeça ou problemas respiratórios. Pessoas idosas podem se ferir ao sofrer uma queda no meio de tanta coisa acumulada.

Com o passar dos anos, o acúmulo atinge um nível tal que a sala e, posteriormente, toda a residência, estão cheias de lixo, tornando-se difícil até se locomover no ambiente.

Outro comportamento encontrado é o acúmulo de comida com datas vencidas, em armários ou geladeiras. Mais um perigo. Na linha de raciocínio de um colecionista, esses alimentos podem ser consumidos.

Muitas vezes, os familiares sentem raiva e ressentimento do comportamento aparentemente inexplicável de um colecionista.

A limpeza forçada é muito arriscada. É comum familiares tentarem resolver o problema de forma escondida ou sem permissão do afetado pela síndrome. Mas não se deve fazer isto sem o acompanhamento de um especialista, psicólogo ou psiquiatra que esteja  tratando da pessoa envolvida (isto é, caso o portador esteja sendo tratado).

Assim como em qualquer outro transtorno psicológico, colecionistas compulsivos não percebem que sofrem de um transtorno, e acreditam que a acumulação é útil e inofensiva. Por isto, dar ciência a ele de que tem um problema é o primeiro passo."

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

UMA PAUSA PARA O CARNAVAL


Aos leitores do Clic que não são brasileiros (temos muitos, felizmente!), avisamos que durante o período de Carnaval, no Brasil, o país para. Nada acontece por aqui, nessa época. As pessoas aproveitam os quatro dias de festa para descansar, viajar ou apenas se divertir. Muito!

Bem, o Carnaval brasileiro começa neste sábado, dia 18, e se estende até o dia 21. Assim, o Clic vai dar uma breve pausa, mas dia 22, recomeçamos nosso trabalho com toda a vontade!

Até lá!

TRANSTORNO, SÍNDROME, DOENÇA, DISTÚRBIO

Temos falado tanto, aqui no Clic, sobre síndrome, transtorno, doença, mas, afinal, qual a diferença? Você sabe? Nós não. Aí, achamos que seria interessante esclarecer isto. Olhe só:

Síndrome: é definida como um conjunto de sintomas que ocorrem em conjunto ou um conjunto bem determinado de sintomas que não caracterizam uma só doença, mas podem traduzir uma modalidade patogênica.

Transtorno: este não é um termo exato, porém é utilizado para indicar a existência de um conjunto de sintomas ou comportamentos cujo início ocorre invariavelmente no decorrer da infância, com um comprometimento ou atraso no desenvolvimento de funções relacionadas à maturação biológica do sistema nervoso central, não envolvendo remições e recaídas.

Deve-se considerar ainda que o transtorno não é decorrente de qualquer forma de traumatismo ou doença cerebral adquirida. Origina-se de anormalidades no processo cognitivo que derivam de algum tipo de disfunção biológica.

O termo transtorno revela desarranjo ou desordem neurológica e é usado para evitar termos como doença, caracterizando-se por um conjunto de sintomas sem compromisso com doença, envolvendo sofrimento psíquico e prejuízo do desempenho pessoal.

Doença: caracteriza-se por condição anormal de um organismo que interfere nas funções corporais e está associada a sintomas específicos. É considerada como uma disfunção de um organismo causada por agentes externos ou não ou qualquer condição mórbida ou danosa.

Distúrbio: por definição, é uma uma perturbação, mau funcionamento e interrupção da sequência normal de continuidade, ou mesmo afastamento da norma considerada e está mais vinculada ao sujeito, considerando a existência de comprometimento neurológico. Ainda encontramos distúrbio descrito como sendo uma alteração violenta na ordem natural. Esta alteração é compreendida como sendo no sentido de anormalidade.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A FISIOTERAPIA COMO AUXILIAR DO TRATAMENTO DA ST


Do ponto de vista corporal, pacientes com ST apresentam desconforto, dores e lesões musculares e deslocamentos ou dores nas articulações. As bases neurofisiológicas dos tiques crônicos envolvem uma forte atividade nos gânglios da base, no córtex pré-frontal e nas regiões paralímbicas e um aumento de atividade nas regiões motoras corticais, incluindo a área motora suplementar e o córtex pré-motor. Os gânglios da base também são responsáveis pelo controle postural.

Em uma pesquisa sobre problemas de postura em pacientes com ST, pesquisadores sugerem que anomalias desse controle podem estar presentes nesses pacientes. Uma das hipóteses implica a dificuldade na integração sensório-motora, ou seja, dificuldade em corrigir o deslocamento da massa corporal utilizando informações sensoriais. Mais ainda, esses pacientes podem demonstrar a mesma dificuldade em outros contextos, como força excessiva ao pegar objetos, o que sugere um descontrole na habilidade em transformar informações sensoriais em respostas motoras adequadas.

Todo movimento é executado por meio de distensão e retração musculares. A função da fisioterapia é possibilitar que o portador de ST tenha a consciência física dos músculos (propriocepção) que envolvem os tiques motores para que aprenda a controlá-los por meio dos músculos antagônicos.

A fisioterapia também pode auxiliar no tratamento dos tiques vocais mediante controle dos processos respiratórios. Outra vantagem é que proporciona relaxamento dos músculos, amenizando as dores causadas pela sobrecarga muscular causada pelos tiques.

Fonte: Tiques, cacoetes, síndrome de Tourette, Ana Hounie e Eurípedes Miguel, org.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

TOC EM CRIANÇAS

Como já mencionamos diversas vezes aqui no blog, o TOC é uma comorbidade da síndrome de Tourette. Mas falamos pouco (porque não há muita literatura médica a respeito) sobre este transtorno em crianças. Confira na tabela abaixo, elaborada pelo site Psiqweb, as principais queixas delas a respeito da doença e o percentual de incidência.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

DIFERENÇA ENTRE A NEUROLOGIA E A PSIQUIATRIA

Muitos confundem a área de atuação da neurologia com a da psiquiatria e, não raro, pacientes preferem procurar um neurologista a um psiquiatra na ilusão de que seu problema é mais simples e, portanto, dispensa o psiquiatra, “que cuida de casos mais graves".

O neurologista trata de doenças neurológicas que acometem o cérebro, a medula espinhal e os nervos periféricos, causando prejuízos para a coordenação motora, força muscular, movimentos e sensibilidade do corpo ou cursando com perda da consciência, crises convulsivas, cefaléias, entre outros sintomas. Trata ainda das infecções do sistema nervoso central (meningites, encefalites), dos tumores, das doenças isquêmicas e hemorrágicas (como AVE).

A psiquiatria se encarrega do tratamento das desordens emocionais e do comportamento, que também ocorrem no cérebro, numa área especializada em emoção denominada sistema límbico.

O avanço no campo das neurociências permitiu um melhor entendimento do funcionamento de nossa mente e estreitou sua relação com o restante do cérebro, aproximando a psiquiatria da neurologia. Nesse processo, quem mais avançou sua fronteira foi a psiquiatria, passando a ter uma abordagem mais biológica.

A neuropsiquiatria é o ramo da psiquiatria que procura incorporar conhecimentos da neurologia e tratar doenças neurológicas com manifestações psiquiátricas, como alterações do comportamento, do humor, da percepção e do pensamento.

Fonte: psiquiatra Leonardo Figueiredo Palmeira

UNA SENCILLA EXPLICACIÓN


Confira o belíssimo curta-metragem espanhol (sem legendas) sobre síndrome de Tourette, produzido em 2009, com direção de José C. Martín e protagonizado por Jerónimo Salas.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

UM POUCO SOBRE OBSESSÕES


1 - Obsessão de contaminação, seguida de banhos, ou da higiene das mãos, ou atitudes mais esdrúxulas. O objeto temido é difícil de evitar, como o pensamento sobre urina, fezes, contaminação microbiana, feridas, doenças, sujeira em geral e a compulsão envolve banhos e limpeza. Tais pacientes podem autoproduzir escoriações pela forma exagerada com que se lavam e escravizam-se pelo ritual absolutamente rígido do ato de limpeza. Este é o padrão sintomático mais comum.

2 - A obsessão da dúvida seguida da compulsão para verificação é o segundo tipo mais encontradiço. A obsessão de ter negligenciado a prevenção do perigo, como por exemplo, ter deixado o gás aberto, o ferro de passar ligado, a porta da frente destrancada, a torneira aberta, as gavetas e portas semi-abertas, determina complicados mecanismos de verificação e reverificação, obrigando o paciente a voltar várias vezes ao mesmo local. Diversas são as situações onde o indivíduo obsessivo é incomodado por sentimentos de culpa por ter negligenciado alguma coisa, daí a falsa impressão do perfeccionismo e meticulosidade.

3 - Em terceiro lugar vêm os pensamentos obsessivos meramente invasivos de temática extremamente variável; pensamentos libidinosos e obscenos dirigidos a objetos de veneração e respeito (santos, mãe, crianças, filhos), agressões que o indivíduo considera condenável. Por ter consciência destes pérfidos pensamentos habitando o seu psiquismo, a ansiedade experimentada chega a ser insuportável.

4 - A lentidão obsessiva ou pensamento persistente de criteriosa meticulosidade na execução das atividades corriqueiras transformando cada atividade cotidiana numa verdadeira liturgia de perfeição e ordem. As coisas têm que ser feitas de um ou outro jeito e, na dúvida de terem saído imperfeitas, são meticulosamente repetidas. As tarefas do dia-a-dia tornam-se demasiadamente morosas e de realização extremamente complexa e cansativa.

5 - Colecionismo ou hábito de juntar tranqueiras: chama-se colecionismo a grande dificuldade ou incapacidade de descartar objetos usados e/ou inúteis, mesmo se não tiverem valor sentimental. Trata-se de uma atitude compulsiva, portanto, intimamente relacionada aos transtornos do espectro obsessivo-compulsivo.

Algumas espécies animais têm o colecionismo como mecanismos de sobrevivência, portanto, um comportamento inato. O estudo neurofisiológico desse comportamento favorece hipóteses sobre neurocircuitos dopaminérgicos especificamente relacionados ao colecionismo

Além dos transtornos obsessivos, o colecionismo pode estar presente também em outras patologias, como por exemplo, na demência.

Alguns pesquisadores defendem a ideia de que, em casos específicos, o colecionismo deveria ser considerado uma patologia própria e não um sintoma – seria o chamado colecionismo patológico.  Calcula-se que o colecionismo, puro e simples e sem relação com outros sintomas obsessivo-compulsivos, esteja presente em aproximadamente 5% da população.

Fonte: Psiqweb

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

TICS MOTORES EM CRIANÇAS


No vídeo acima, gravado por uma mãe que quis mostrar ao médico alguns sintomas de ST do filho, um garoto apresenta tiques motores graves, concentrados nos membros inferiores. Veja como ele é quase anulado pela Tourette, podendo se machucar seriamente.



Já este outro mostra uma criança com espasmos motores generalizados. Foi postado pelo próprio médico para ser apresentado aos coleguinhas do menino, no intuito de os fazerem aceitar o garoto como ele é, sem ridicularizá-lo.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

"O PRIMEIRO PASSO É COMPREENDER"


Em 2006, os psiquiatras Ana Gabriela Hounie (foto) e Eurípedes Miguel lançaram o livro Tiques, Cacoetes, Síndrome de Tourette – Um Manual para Pacientes, seus Familiares, Educadores e Profissionais de Saúde (veja postagem a respeito, em novembro, aqui no blog) com o intuito de ajudar aqueles que convivem com o problema. A seguir, ela fala sobre o problema:

Quando buscar ajuda?

Ana Gabriela Hounie – Ter tique não é problema. Os males ocorrem quando eles são fortes ao ponto de atrapalhar os afazeres e a autoestima. A presença de dores musculares e dificuldade de concentração são sinais de que se precisa de auxílio especializado.

Os tiques duram toda a vida?

Ana – A pior fase tende a ser entre os 10 e 12 anos. Em um terço dos portadores, os sintomas vocais se tornam cada vez mais raros e podem até desaparecer e os motores podem diminuir em número e frequência. A cura ocorre em 30% dos casos, mesmo sem tratamento.

Fisioterapia e fonoaudiologia são bem-vindos?

Ana – Ainda não há estudos que comprovem os benefícios. Na prática, se observa que podem ser proveitosos. A fisioterapia tende a ajudar na tomada de consciência corporal e no controle e alívio das consequências dos tiques, com alongamentos, por exemplo. No caso da fonoaudiologia, técnicas aplicadas no tratamento da gagueira podem funcionar, apesar de serem síndromes distintas.

Como a família pode ajudar no tratamento?

Ana – O primeiro passo é compreender o problema e entender que o paciente não tem os tiques por pura mania. Trata-se de uma alteração fisiológica. Insistir com o paciente para que se controle é o pior método, pois isso o deixa ainda mais ansioso e com surtos ainda mais intensos.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

ENFRENTANDO O BULLYING


Bullying não é um fenômeno recente. Crianças com síndrome de Tourette são especialmente vulneráveis a este tipo de maus tratos. Se não testemunhamos diretamente ou se a criança nega ser uma vítima, não significa que não está acontecendo.

O bullying destroi a autoestima da criança. Ele cria o medo, a ansiedade e uma dor incrível. Ele deixa a criança com cicatrizes emocionais que durarão por toda a vida.

Pais e educadores têm a obrigação de fazer tudo o que podem para parar o bullying. Eles devem tomar todas as medidas possíveis para impedir este tipo de abuso que lentamente vai destruindo vidas.

Abaixo, elencamos algumas maneiras muito específicas ao modo como o assédio moral pode e deve ser abordado por pais e professores:

Pais
- Ouvir o seu filho e olhar para as mudanças no comportamento.
- Ensinar palavras específicas para uso em resposta à provocação.
- Dar ideias sobre como o seu filho pode ficar longe das crianças que estão praticando bullying.
- Manter um registro de datas, horários em que esteve envolvido no bullying.
- Falar com o professor sobre isso.  Se nada acontecer, contate o coordenador.
- Informar ao diretor que você espera que isso seja tratado muito severamente.
- Certifique-se que as outras crianças foram ensinadas sobre ST e seus sintomas.

Professores
- Ver e ouvir com atenção o que está acontecendo em sua sala de aula.
- Manter um olhar atento sobre as crianças que são parecem ter problemas sociais, que parecem ser solitárias.
- Discutir essas crianças com pessoal de apoio - orientadores, assistentes sociais, etc .
- Tentar envolver esses jovens em grupos de aconselhamento ou amizade.
- Educar os colegas sobre a Síndrome de Tourette.
- Tornar conhecido que provocações e assédio moral não serão tolerados.
- Incentivar as crianças que estão sendo incomodando a discuti-lo com você.
- Definir um tom de aceitação da criança com ST na sua sala de aula.

Fonte: blog Nossas Vidas com Tourette