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quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

BIANCA SAEZ, O CASO MAIS GRAVE DE ST NO MUNDO, GANHA VIDA NOVA

Logo no começo dos nossos trabalhos, nos deparamos com o caso da jovem norte-americana Bianca Saez, que era considerada o pior caso de Tourette do mundo. Mostramos uma entrevista, legendada em espanhol, que trazia o drama vivido por ela e sua família. É comovente. Clique aqui para recordar.

Pois ficamos felizes por saber que este ano Bianca foi submetida à cirurgia (o implante cerebral profundo - mais detalhes aqui) e já está podendo, final e felizmente, ter uma vida normal. Trata-se de uma operação ainda em caráter experimental, no mundo, mas já é feita inclusive no Brasil. O custo é elevado (cerca de R$ 350 mil).

Reveja a história de Bianca e assista ao procedimento cirúrgico que lhe devolveu a felicidade!




terça-feira, 3 de dezembro de 2013

COPROLALIA: QUANDO FALAR PALAVRÃO TORNA-SE UM PROBLEMA DE SAÚDE



Já falamos aqui, logo no início dos nossos trabalhos, sobre a coprolalia, um tique vocal tão incomum quanto severo. Trata-se da incapacidade de controlar um imenso desejo de falar obscenidades.

Naquela primeira abordagem que fizemos, mostramos um grupo de portadores de Tourette em uma sessão de terapia, para que aprendessem a lidar com o problema, que lhes cria grandes dificuldades de aceitação por parte da sociedade.

O vídeo era mostrado em uma linguagem bem-humorada, porém, em inglês (clique aqui para assistir). Agora, conseguimos outro documentário, em duas partes, produzido pelo canal Natgeo, sobre o tema, com três daqueles mesmos personagens retratados anteriormente. Finalmente, em português!

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

DOIS ANOS DE CLIC NERVOSO

Hoje, completamos dois anos de existência, período em que conquistamos milhares de leitores de mais de 100 países, fizemos inúmeras amizades profissionais e pessoais e esperamos ter ajudado a esclarecer e informar ao maior número de pessoas possível sobre a síndrome de Tourette, o transtorno obsessivo-compulsivo, o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, além de outras comorbidades e problemas neurológicos assemelhados.

Por razões profissionais, não teremos mais condições, a partir de agora, de atualizar nosso blog com a frequência que vínhamos fazendo. Entretanto, sabemos já ter acumulado um volume bastante significativo de material que pode ajudar a quem nos procurar. Por isso, pedimos desculpas se não pudermos fazer mais.

Muito obrigado! Fique com Deus.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

PSICOCIRURGIA PARA TRATAR O TOC



A lobotomia e o eletrochoque, práticas que no século passado eram usadas para tratar doenças mentais, estão sendo atualizadas e ganham novas aplicações, como, por exemplo, o controle do transtorno obsessivo compulsivo, o TOC.

A volta dessas técnicas, que já foram usadas até em tortura, causa polêmica e põe de um lado aqueles que argumentam ser a última chance para pessoas que sofrem de distúrbios graves sem solução com métodos de rotina, e críticos, que afirmam se tratar de opções experimentais que levam pacientes a correrem riscos. Para eles, não há provas da validade dos novos métodos.

Pela primeira vez desde que a lobotomia (retirada parcial ou total de um lobo do cérebro) caiu em descrédito na década de 50, cirurgias para tratar transtornos de comportamento ganham adeptos, mas geram polêmica. Nos EUA, ela gira em torno da operação para tratar o TOC.

Há dois anos, a agência americana que controla drogas e alimentos (a FDA) aprovou essa operação, mas em artigo na revista "Health Affairs" especialistas dizem que isso foi um erro. Segundo eles, a técnica não foi suficientemente testada, nem a sua eficácia a longo prazo nem os seus efeitos colaterais são bem conhecidos.

- Não somos contra a operação, mas queremos vê-la corretamente testada antes de ser indicada - disse o principal autor do artigo, Joseph Fins, chefe de ética médica do hospital NewYork Presbyterian. - Com a herança da psicocirurgia, é importante não deturpar as coisas, dizer que é algo é tratamento quando não é.

Na verdade, a técnica para aliviar o TOC, a estimulação cerebral profunda (DBS, na sigla em inglês) é conhecida há décadas, mas só atualmente tem sido mais aplicada. Basicamente é o implante de eletrodos dentro do cérebro para ativar determinadas áreas.

Os autores do artigo na "Health Affairs" citam pelo menos um estudo para ficar com o pé atrás com relação à psicocirurgia. Cientistas suecos observaram que pessoas submetidas a outro tipo de cirurgia para TOC (a capsulotomia, que corta circuito cerebral) apresentavam apatia e dificuldade de autocontrole.

Ainda para os críticos, o interesse comercial é que tem impulsionado o uso da DBS. Mas os médicos que usam o método discordam.

- Os pacientes são capazes de tomar decisões com base em nossa experiência - disse Wayne Goodman, da Escola de Medicina Mount Sinai. - Eu não gostaria de privá-los da opção. Sua vidas têm sido tão destruídas pelo TOC que eles poderiam pensar em suicídio se não existisse a opção cirúrgica.

Segundo defensores das técnicas, seus críticos não têm experiência com TOC.

- Acho que a FDA agiu certo - diz Benjamin Greenberg, da Universidade de Brown. - Dados sobre eficácia da DBS não são exatos, e estamos fazendo estudos mais substanciais.

Para o neurocirurgião Alexandre Castro do Amaral, responsável pelo Ambulatório de Neurocirurgia Funcional e Dor do Hospital dos Servidores do Estado do Rio e professor do Instituto de Pós-graduação Carlos Chagas, parte das críticas a técnicas como a DBS se deve ao fato de remeterem à lobotomia, usada muito tempo por regimes autoritários para torturar e punir inimigos.

- Hoje as técnicas em neurocirurgia não têm relação com a lobotomia, que deixava a pessoa abobada. No caso de TOC e Parkinson a estimulação cerebral profunda, quando bem indicada, pode ser a única opção - diz Amaral. - Já existe protocolo para controlar distúrbios alimentares.

Uma medida para casos extremos

Amaral reforça que a cirurgia para TOC só é aprovada em casos extremos, quando nenhum outro tratamento clínico resolve, e ela deve ter pelo menos o aval do psiquiatra do paciente e um outro, neutro. Quanto ao eletrochoque, a eletroconvulsoterapia para depressão grave, Amaral afirma que ela tem indicação.

- Cerca de 20% dos doentes com depressão não respondem a qualquer tratamento, e 30% vão tentar o suicídio. O eletrochoque não vai curar a depressão, mas o paciente ficará livre das crises por algum tempo e poderá responder melhor aos medicamentos - explica.

O neurocirurgião José Oswaldo de Oliveira Júnior, da Central de Dor do Hospital A.C. Camargo , defende a aplicação da neurocirurgia para transtornos mentais apenas em casos bem selecionados e avaliados por uma equipe multidisciplinar.

- Alguns dos tratamentos em psicocirurgia ainda precisam ser validados, outros estão estabelecidos, como no mal de Parkinson. Já esquizofrênicos, por exemplo, poucos melhoram com a DBS. É preciso analisar com muito cuidado cada situação.

Fonte: jornal O Globo

terça-feira, 5 de novembro de 2013

O QUE SÃO EFEITOS EXTRAPIRAMIDAIS?


Na neuroanatomia humana, o sistema extrapiramidal é uma rede neural localizada no cérebro humano que faz parte do sistema motor envolvido na coordenação dos movimentos. O sistema é chamado de "extrapiramidal" para diferenciá-lo dos tratos do córtex motor que atingem seus destinos passando através das "pirâmides" da medula.

O sistema extrapiramidal pode ser afetado de diversas maneiras, que podem ser manifestados como uma série de sintomas extrapiramidais como acinesia (incapacidade de iniciar o movimento) e acatisia (incapacidade de se manter imóvel).

Os sintomas ou efeitos colaterais extrapiramidais, também chamados impregnações, são diversos transtornos do movimento, sendo o mais comum a discinesia tardia (movimentos musculares irregulares e involuntários, geralmente na face).

Outros sintomas extrapiramidais incluem acatisia (incapacidade de se manter imóvel), distonia (espasmos musculares do pescoço, olhos, língua ou mandíbula, mais frequente em crianças), parkinsonismo induzido por drogas (rigidez muscular, bradicinesia/acinesia, tremor de repouso e instabilidade postural; mais frequente em adultos e idosos).

O antipsicótico mais comum associado com os sintomas extrapiramidais é o haloperidol, utilizado no tratamento da síndrome de Tourette. Outros medicamentos antidopaminérgicos como o antiemético metoclopramida ou o antidepressivo tricíclico amoxapina também podem causar efeitos colaterais extrapiramidais.

Fonte: Wikipedia

terça-feira, 29 de outubro de 2013

A IMPORTÂNCIA DO MEDICAMENTO E A QUALIDADE DE VIDA



Depoimento de Daniela Torres, criadora do blog Nossas Vidas com Tourette e mãe de um adolescente portador de ST:

"Amamos viajar. Quem não gosta?

Mas, com a Tourette como companheira de viagem, nem sempre tudo ia bem.

Não vamos culpar apenas a Tourette, tínhamos  também na bagagem o TOC. Uma verdadeira compulsão, obsessão, que podia tornar determinados momentos do passeio um tormento.

Sabíamos o que estava acontecendo, mas mesmo assim era difícil aceitar. Imagine para nosso filho. Ele era o principal alvo de tudo isso.

Quando viajávamos, além do pensamento em comprar (TOC), os movimentos (tiques) se exacerbavam: era a expectativa da viagem. Sempre voltávamos dos passeios com uma coleção de tiques, muitos...

Felizes, sim, mas com uma ponta de cansaço pelo desgaste que tudo provocava em meu filho e pelo fato de não conseguir amenizar tudo isso.

Depois dos medicamentos novos (meio do ano passado para cá), essa foi nossa primeira viagem para um lugar distante.

Avião, expectativa e nenhuma palavra COMPRA, shopping ou algo parecido. O TOC adormeceu realmente, faz algum tempo que notávamos isso. Foi um teste difícil para mim porque tinha tudo isso e ele passou com nota 10.

O TOC adormeceu, está controlado. Podemos vencer o TOC sim, é real . Com um bom psiquiatra, um bom medicamento e uma boa terapia cognitiva.

Que bom que eu, como mãe, não desisti. Que bom que lutamos por essa qualidade de vida.

Os medicamentos têm dois lados. Podem destruir mais ainda, mas se bem administrados, se bem escolhidos e bem dosados de acordo com cada paciente, podem dar qualidade de vida.

Claro que os ajustem tem que ser feitos e que paciência é fundamental.

Mais uma vez , não se conforme se algo continuar errado, tem algo a fazer, e tudo isso eu agradeço a Deus e à psiquiatra dra.  Fabiana Corado, que assumiu a Tourette, entendeu e continua nos ajudando sempre.

Amo meus filhos , cada pedaçinho deles, então imagine como estou .

Parabéns filho, mais uma vitória!!!!

E lembre-se sempre: 'Eu tenho Tourette, mas a Tourette não me tem.'"

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

A MACONHA E A ST


Vários indivíduos com Tourette severa usam regularmente maconha e reportam que ela acalma e alivia seus tiques. Alguns poucos ensaios clínicos randomizados do Delta 9-tetra-hidrocanabinol, ou THC, o ingrediente ativo da maconha, foram realizados.

Alguns dos pesquisadores estão convencidos de que o THC e componentes relacionados da maconha chamados canabinoides ajudam; outros ainda têm dúvidas.

A análise mais ampla até agora da eficácia de canabinoides para a síndrome de Tourette veio de um grupo de pesquisa na Grã-Bretanha, o Cochrane Collaboration, que revisou toda informação disponível. Eles descobriram que "as melhoras na frequência e severidade dos tiques foram pequenas e apenas detectadas por algumas medições de resultados".

O grupo concluiu que não há provas suficientes para sustentar o uso de canabinoides no tratamento de tiques e de comportamento obsessivo-compulsivo em pessoas com síndrome de Tourette. Além disso, o uso regular da maconha também tem potenciais efeitos colateriais físicos e psicológicos, como apatia, depressão e até psicose em indivíduos vulneráveis.

Quanto à forma de ação, existe uma crescente literatura científica tratando da capacidade do corpo de produzir substâncias chamadas endocanabinoides, que se assemelham aos componentes ativos da maconha. O corpo humano contém várias enzimas que produzem esses canabinoides endógenos, e dois tipos específicos de receptores dessas substâncias estão espalhados pelo corpo, inclusive no cérebro.

Parece que os canabinoides podem modular grandes sistemas neurotransmissores no cérebro, inclusive aqueles envolvendo o GABA e a glutamina. Essa série de reações químicas fornece uma hipótese do motivo da maconha às vezes ter o efeito de reduzir os tiques.

Fonte: Portal Terra

(O Clic Nervoso é contra a automedicação. Isto inclui experimentos com drogas ilícitas, cujos benefícios ainda não estão devidamente comprovados. Além do que, consumir maconha, no Brasil, é crime).

terça-feira, 22 de outubro de 2013

COCA COLA E CAFÉ PODEM PIORAR OS TIQUES


Recentemente, foram publicados resultados de um estudo cujo objetivo é aumentar o conhecimento sobre a influência de determinadas bebidas na ST. Um questionário padronizado foi enviado para 887 pessoas recrutadas através do ambulatório de Hannover (Alemanha).

Foi encontrada correlação positiva em termos de agravamento de tiques provocados por bebidas que contêm cafeína e tanino. Os resultados mostraram que 34% e 47% dos entrevistados, respectivamente, ressaltaram que o café e bebidas do tipo Coca Cola pioraram seus tiques. Especula-se que as substâncias podem estimular um sistema dopaminérgico hiperativo. Para os brasileiros, especificamente, o mesmo vale para o chimarrão e o tererê.

No entanto, apenas com esses dados preliminares ainda não é possível fazer recomendações gerais a respeito de dietas especiais e restrições alimentares aos portadores de ST. Mas é um começo.

Fonte: Escola Médica de Hannover

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

UM POUCO SOBRE TRANSTORNO DESAFIADOR OPOSITIVO



O transtorno desafiador opositivo (TDO) envolve um padrão recorrente de negativista, desafiador, desobediente e hostil direcionado para figuras de autoridade. Embora esta desordem tem significado clínico importante, muito pouco se sabe sobre ela, provavelmente porque muitos especialistas consideram uma variante ou uma manifestação de transtorno de conduta.

Neste sentido, deve salientar-se que o transtorno desafiador opositivo tem um risco aumentado de comportamento desenvolver transtorno de conduta e manifestar uma personalidade anti-social na idade adulta, mas para não ser identificado com transtorno de conduta em si.

Estima-se que o TDO tem uma prevalência na população varia entre 2 e 16%. Quase 75% dos casos estão associados com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, tanto que entre 40 e 60% das crianças diagnosticadas com TDAH terminam desenvolvendo um comportamento desafiador opositivo.

O Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais especifica quais são os principais sintomas do transtorno desafiador opositivo:

1. Se irrita facilmente;

2. Discute com adultos;

3. Desafia ou se recusa adultos atender suas ordens;

4. Deliberadamente irrita os outros;

5. Acusa os outros por seus erros ou mau comportamento;

6. É suscetível ou facilmente aborrecido pelos outros;

7. Tem raiva e ressentimento;

8. É rancoroso ou vingativo.

Existem evidências de prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social ou acadêmico. Os comportamentos não ocorrem exclusivamente durante o curso de um transtorno psicótico ou um transtorno de humor. A diferença essencial entre transtorno desafiador opositivo e outras condições é que estas crianças não violam a lei ou os direitos fundamentais dos outros.

Fonte: blog Síndrome de Tourette Gran Canaria

terça-feira, 15 de outubro de 2013

DEPOIMENTOS DE PORTADORES DE ST


Nos muitos fóruns de discussão sobre a síndrome de Tourette na internet, coletamos alguns depoimentos de portadores da doença pra ajudar àqueles que têm o mau hábito de rir ou discriminar quem tem ST. Quem sabe, lendo as descrições de constrangimentos e sofrimento dessas pessoas, a mentalidade possa, aos poucos, ir mudando e um mundo novo comece a se abrir pra nós. Os nomes foram trocados:

Fernando: Eu tenho muitos tiques. Piscar os olhos, sacudir a cabeça, emitir som da garganta ("hum hum hum"), mexer os ombros, entortar os olhos, e mais alguns.

Cleide: sem querer, percebi que estou fazendo "hum, hum, hum". Se alguém nota, finjo que estou cantando. Eu também tenho síndrome do pânico. Outro dia, ao saber que um irmão seria, finalmente internado, desatei a chorar, gritar no hospital e... Perdi a memória! Acordei muito mais tarde em casa, sem saber o que ocorrera... Acho que foi muito stress ou pânico, sei lá. Cheguei no limite, estou procurando um clínico-geral que me analise e encaminhe para um neurologista ou psicólogo.

Alberto: eu tenho tiques sempre principalmente quando fico nervoso. Suo muito. Me canso rapidamente e viro muito o pescoço. Eu sou poeta, mas tem um bom tempo que não escrevo pela dificuldade de controle dos tiques. Nem ler sossegado eu posso mais. Mas não me desespero. Eu canto, danço, jogo vôlei, luto capoeira, tenho uma vida normal e tenho uma família que me apoia e muitos amigos que me amam como eu sou. Preconceito sempre se encontra, mas não dou bola. Estou de bem comigo mesmo.

Cláudio: eu esbugalho os olhos, mexo o nariz, pisco sem parar, mexo o pescoço, esfrego um dedo no outro (na mão e pé). Tento não pensar neles. Sempre que lembro, eles voltam.

Ana Lúcia: tenho desde os 5 anos. Quando minha mãe me levou ao médico, ele falou que o problema era com minha mãe, que eu não tinha nada. Aí, ela conversou com minha madrinha, elas acharam um absurdo. Daí, então, minha madrinha pesquisou e descobriu o que eu tinha. Desde então fui em muitoooooooooooooooooos médicos, tomei váááários medicamentos, principalmente calmantes. Já tomei Ziprexa, Apraz, Risperidona, Lexotan, Rivotril, Anafranil, Tofranil, Assert, Haldol (inclusive fui parar no Hospital, por causa da impregnação que ele causa), fora os muitos outros que já tomei que não lembro agora. Atualmente, uso o Orap 1 mg, que no começo do tratamento deu muito certo, porém agora não está mais adiantando.

Alguns dos meus tiques são: bater a cabeça para frente, enrugar a testa, pular, gritar, pigarrear, raspar a garganta, estralar os dedos, curvar pra frente quando estou andando, juntar os ombros para trás. Fora os TOCs que são: contar escadas, azulejos. Se encosto a mão em algum lugar tenho que encostar a outra; se apago a luz e vejo que ela está apagada, passo a mão no interruptor pra ver se realmente está apagada, entre outros.

Sobre preconceitos, já sofri vááááários. Na escola então, nem falo. Na rua, as pessoas me olham diferente, fora quando me perguntam se estou passando mal. Já cheguei muitas vezes em casa chorando, muito chateada. Mas minha famíla inteira entende, já sabem do problema, me apoia demaaaaisss. Isso é o que mais nos anima.

Kelly: desde pequena, eu tenho mania de cheirar coisas, principalmente comidas; xingar; quando fico com raiva me mordo bato a cabeça na parede. Sempre tive baixa autoestima, sempre tive a mania de triscar as coisas com o pé pra ficar igual; contorcer o pescoço; cheirar o lábio superior. Já percebi algumas vezes umas coisas estranhas na minha voz, tipo mudança de entonação, gaguejos ou às vezes afinava demais. Agora estou tendo outros trecos: quando eu vou ao banheiro eu me contorço e às vezes começo a pular!!! Tenho mania de quando eu estou procurando uma coisa, olhar nos lugares várias vezes, mesmo sabendo que já olhei lá e não estava. E a dificuldade em apredizagem! E o pior que eu so vim descobrir agora, com 17 anos!!!

Amuar: geralmente, eu tenho dado mordidas constantes na mão e desde pequeno eu tenho descargas involutárias envolvendo braços, mãos e pernas. Também minha linguagem; quando eu era pequeno, era mais evoluída do que as das outras crianças, apesar de falar TANTA besteira e sem querer largar um palavrão.

Edson: quando criança, tomei um murro na boca porque eu tinha tiques. Depois diminuiu. Aí, da adolescencia até agora é só aquele sofrimento. Já tive vontade de matar algumas pessoas, mas aí passa porque percebi que quem ri é gente tola. Coitados! E parece que essa doença deixa a gente mais hábil com outras coisas, viu? E o brabo também é que escolhi ser professor, aí os alunos ficam me zoando, mas logo ajudo-os a aprenderem a respeitar os problemas pois sempre se pode apontar pros outros e ver defeitos. Todo mundo tem.

Quando criança, meus tiques eram com os lábios e os olhos; agora é com a cabeça pro lado umas cinco vezes seguidas e o ombro também. Já tive outros, mas aprendi a controlar concentrando e meditando.

Mário: já tive 1 milhão de tiques. Hoje em dia, tenho um de puxar a pálpebra do olho, faço de um jeito como se estive coçando o olho para disfarçar, mas não me importo muito, não. Tenho vários amigos, alguns tiram onda, ai eu mando se F... e tá tudo certo. Não se pode viver em função disso porque se nao você não vive, o mais complicado é ficar administrando a vontade em horas que você não pode fazer mesmo. Isso sim leva o cara à loucura!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

APENAS UMA REFLEXÃO



Incontrolável!!!

É assim que a maioria, senão todas as pessoas que têm síndrome de Tourette descrevem como é conviver com os tiques.

Aos olhos de quem observa, é angustiante perceber que um ser humano movimenta-se e emite sons que o fazem chegar ao seu limite de exaustão. Algumas vezes, quando os tiques começam, quanto mais se tenta controlar, mais fortes e insuportáveis eles são manifestados.

Quando adultos, há um "controle na falta de controle". Com o passar dos anos, com a educação e a repressão social, aprende-se a mascarar os tiques. Disfarçá-los. A cobrança do meio por uma postura correta impede que os tiques sejam expressos livremente, então, o corpo reage se tensionando, prendendo o tique e encouraçando a vontade.

Aí vem dores, muitas vezes insuportáveis, de nódulos de tensão. Horas de tanto fazer, horas por conter. E o que acontece, então, com quem não consegue ter esse pequeno "auto-controle" do disfarce?

Infelizmente, não são raros os casos de discriminação. Exclusão de vínculos de amizades, falta de oportunidade de emprego e vergonha de quem não tem como evitar a companhia de quem vive com tiques.

Felizmente, porém, há muitas pessoas boas que auxiliam, ajudam, apoiam e entendem que a pessoa não é a síndrome de Tourette, mas apenas a tem.

É inevitável que as pessoas que cercam alguém com tiques vivenciem também sentimentos e emoções difíceis de serem trabalhadas. Raramente, quem convive com alguém com síndrome de Tourette fica indiferente frente a esta problemática.

As reações mais encontradas são de superproteção ou rejeição. Os que lidam com maior normalidade ou que apoiam e auxiliam o portador são os que têm mais acesso ao conhecimento do que se trata e como se ameniza a síndrome.

Dentre outros fatores, este é o maior motivo pela importância da divulgação da síndrome. Tornar entendível aos leigos que quem tem tiques consegue lidar melhor com eles se for menos julgado, discriminado, satirizado e diferenciado.

Extraído do blog Psicologia Para Todos

terça-feira, 8 de outubro de 2013

EFEITOS COLATERAIS: COMO PROCEDER


Mantenha seu médico sempre informado dos sintomas e reações que você sinta após o início da medicação. Relate tudo, mesmo aquilo que você julga não ser proveniente do medicamento. O psicofármaco age no sistema nervoso central e pode provocar efeitos colaterais físicos (náuseas, vômitos, sonolência, insônia, urticária, tremores, tonteiras, cefaléia, entre outros) e psíquicos (ansiedade, inquietação, desânimo, pessimismo, irritabilidade, tristeza, etc).

Somente o médico terá condições para julgar se os sintomas são ou não decorrentes do tratamento, já que muitos efeitos colaterais podem se confundir com os sintomas da doença que está sendo tratada.

Não se assuste com os sintomas descritos nas bulas (pense que até uma simples aspirina pode matar), procure conversar com o médico sobre a sua experiência com aquele medicamento para ver se os efeitos relatados na bula são ou não comuns na prática. A bula contém todas as informações sobre o produto, inclusive aquelas raras e que ocorreram na freqüência menor do que 1%.

Não interrompa o medicamento bruscamente. Geralmente os efeitos colaterais são leves e transitórios, ocorrendo no início do tratamento e desaparecendo após uma semana de uso, pois é o tempo que o organismo leva para se acostumar com a ação do medicamento.

Fale com o médico sobre remédios paliativos que possam ser utilizados no caso de efeitos adversos, como analgésicos, antieméticos e protetores da mucosa gástrica. Na maioria dos casos esses medicamentos podem ser usados, mas não é recomendável que o paciente faça uso de qualquer medicação sem obter antes a orientação do médico.

Fonte: psiquiatra Leonardo Figueiredo Palmeira

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A GRAVIDADE DO TOC


O TOC é considerado uma doença mental grave por vários motivos:

- está entre as dez maiores causas de incapacitação, de acordo com a Organização Mundial de Saúde;

- acomete preferentemente indivíduos jovens ao final da adolescência – e muitas vezes começa ainda na infância – sendo raro seu início depois dos 40 anos;

- geralmente é crônica e, se não tratada, na maioria das vezes se mantêm por toda a vida. Os sintomas raramente desaparecem por completo. O mais comum, quando não é realizado nenhum tratamento, é que apresentem flutuações ao longo da vida, aumentando e diminuindo de intensidade, mas estando sempre presentes em algum grau;

- Em aproximadamente 10% dos casos, tendem a um agravamento progressivo, podendo incapacitar os portadores para o trabalho e acarretar sérias limitações à convivência com a família e com as outras pessoas, além de submetê-los a um grande e permanente sofrimento.

Felizmente, têm sido desenvolvidos novos métodos de tratamento, utilizando medicamentos e psicoterapia (terapia cognitivo-comportamental), que conseguem reduzir os sintomas e, muitas vezes, eliminá-los completamente.

Fonte: Riostoc

terça-feira, 1 de outubro de 2013

PESQUISADOR MEXICANO FAZ UM ALERTA AOS CASAIS



O pesquisador da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), Rodolfo Solís Vivanc, faz um alerta aos casais em que um dos membros tem síndrome de Tourette. Diz ele:

"Os filhos homens tendem a padecer mais de Tourette, numa proporção de quatro a um com respeito às mulheres. Encontramos uma tendência clara que os descendentes de pais com síndrome de Tourette têm mais risco de adquirí-lo, que aqueles cujos progenitores não o possuem. Este padecimento agrava-se se o filho se submete a períodos de estresse e inclusive o mesmo sucede com jovens que têm que tomar decisões importantes em sua vida."

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

COMO É E PARA QUE SERVE A TCC


A psicoterapia cognitivo-comportamental (TCC) é um tipo de psicoterapia onde o mais importante não é descobrir a causa de determinado comportamento ou sintoma, mas sim como mudar esse comportamento ou sintoma. Funciona quase como um treinamento. Quase sempre tem tempo de duração determinado, geralmente de 4 a 6 meses, com uma sessão por semana.

Exemplo das técnicas de mudança de comportamento:

- Reversão de hábito para aumentar a percepção do paciente de cada episódio que traz desconforto e da capacidade de interromper isso por meio de uma resposta mais adequada.

- Aumentar a consciência para identificar os fatores desencadeantes e as seqüências de acontecimentos associados com determinado sintoma ou comportamento.

- Monitoramento e registro de cada ocorrência, anotando informações como dia e hora, localização, pensamentos, sentimentos, etc., que podem ser úteis ao tratamento.

- Utilização de uma resposta adequada para controlar a reação.

- Motivação para a manutençao do tratamento.

- Treinamento de relaxamento.

- Controle de stress: como quase todos os sintomas de quase todas as doenças costumam aumentar ou reaparecer em fases de mais stress, a TCC também pode ensinar maneiras eficientes de controlar o stress (controle de respiração, relaxamento muscular e técnicas cognitivas para ajudar o controle da angústia).

- Prevenção de recaídas: o paciente aprende a lidar com os fatores desencadeantes de recaídas.

A TCC é especialmente útil (mas não apenas) em:

- Transtorno Obsessivo-Compulsivo

- Transtorno de Síndrome do Pânico

- Fobia Social ou Transtorno de Ansiedade Social

- Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade

- Depressão

Fonte: Mentalhelp

terça-feira, 24 de setembro de 2013

INVOLUNTÁRIO OU INCONVENIENTE?



Embora a palavra "involuntário" seja usada para descrever a natureza dos tiques, isso não é inteiramente correto, segundo alguns estudiosos do assunto. Não seria verdade dizer que as pessoas com ST não têm absolutamente qualquer controle sobre seus tiques, como se fosse algum tipo de espasmo

Defendem que um termo mais apropriado seria "inconveniente". Pessoas com Tourette sentem uma vontade irresistível de realizar os seus tiques, tal qual a necessidade de coçar uma picada de mosquito. Elas são capazes de reter os seus tiques por horas em um momento, mas isso só leva a uma forte explosão de movimentos, uma vez que estão finalmente autorizados a serem manifestados.

Fonte: Tourette Association of Canada

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

O TRATAMENTO DE TDAH


O tratamento do TDAH deve ser combinado e integrado, por meio de medicamentos, orientação aos pais e professores, e técnicas específicas que são ensinadas ao portador.

A medicação é parte muito importante do tratamento. Em 80% dos casos ajuda a pessoa a concentrar-se, a terminar suas tarefas sem interrupções, reduz a impulsividade e a agitação.

Os medicamentos mais comumente utilizados no Brasil são:

- Metilfenidato

- Imipramina

- Nortriptilina

- Bupropiona

- Clonidina

A terapia cognitivo comportamental (TCC) é indicada para o tratamento do TDAH com ótimos resultados. Não existe até o momento nenhuma evidência científica de que outras formas de psicoterapia auxiliem nos sintomas do transtorno.

O tratamento com fonoaudiólogo está recomendado nos casos onde existe simultaneamente transtorno de leitura (dislexia) ou transtorno da expressão escrita (disortografia). Apesar do TDAH não ser um problema de aprendizado, as dificuldades em manter a atenção, a desorganização e a inquietude atrapalham o rendimento nos estudos.

É importante que os professores conheçam técnicas que auxiliem os alunos com TDAH a ter melhor desempenho. Em alguns casos é necessário ensinar ao aluno técnicas específicas para minimizar as suas dificuldades.

Fonte: Banco de Saúde

terça-feira, 17 de setembro de 2013

UM POUCO SOBRE DISTONIA


A distonia é uma doença do sistema nervoso, cuja principal característica é o movimento involuntário dos músculos (espasmos), provocando movimentos e posições anormais de uma parte ou da totalidade do corpo. Há uma paragem repentina do movimento da pessoa, provocada pela contracção involuntária, lenta e repetitiva do músculo.

A distonia tem várias denominações consoante o local afetado. Se for numa zona limitada do corpo como as mãos, pescoço ou olhos, é distonia focal. Em duas zonas juntas, como braço e mão, a distonia é segmentar; em metade do corpo é hemidistonia; se afetar todo o corpo, é distonia generalizada.

Há dois tipos de distonia, a primária e a secundária. Na primeira, desconhece-se a causa, sendo parte das distonias primárias genéticas; na segunda, a causa é consequência de uma doença, acidente ou problemas no parto.

As causas não são conhecidas (idiopáticas) em grande parte dos doentes. Há quem defenda ser devido ao funcionamento incorreto dos núcleos da base do cérebro, provocando contrações e movimentos involuntários nos músculos errados quando a pessoa está parada ou em movimento.

Também pode ser devida a uma hiperatividade de algumas áreas do cérebro, como o tálamo, córtex cerebral e gânglios basais.

A distonia crônica pode ter origem genética. A distonia também pode ser provocada numa situação grave de hipoxia (falta de oxigénio no cérebro), por alguns metais pesados, reação a alguns medicamentos (geralmente melhora com medicação injetável), por doenças ou acidentes que provoquem lesão em certas zonas do cérebro (distonia secundária).

As distonias focais afetam apenas uma zona limitada do corpo. Normalmente, os sintomas começam após os 30 anos e podem passar despercebidos. Posteriormente, as contrações musculares são mais intensas e frequentes, manifestando-se também durante o repouso. Nesta altura, pode haver dor no músculo comprometido.

As cinco distonias focais mais frequentes são a blefarospasmo, distonia oromandibular, torcicolo espasmódico, disfonia espasmódica e cãibra do escrivão.

Fonte: Conhecer Saúde

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

CONHECENDO OUTROS TRANSTORNOS


- O transtorno do estresse pós-traumático ocorre quando, após presenciar acontecimento traumático que envolveu morte, grave ferimento ou ameaça à integridade física própria, ou de outros, o evento é persistentemente revivido (recordações aflitivas, pesadelos, agir ou sentir como se estivesse ocorrendo novamente).

Há sofrimento psicológico intenso quando ocorre exposição aos indícios do fato ocorrido, reações fisiológicas ao lembrar da situação vivida(suores, tremores, etc.). Esquiva persistente aos estímulos associados com o trauma, afastamento em relação a outras pessoas, diminuição do interesse em atividades, sentimento de desesperança, dificuldades no sono, irritabilidade, hipervigilância, sobressaltos.

Considera-se quadro agudo quando ocorre dentro de um período de três meses e crônico quando de maior duração.

- Transtorno de ansiedade induzido por substância decorre do uso de determinadas substâncias que pode levar a um ou mais transtornos ansiosos, como: ansiedade generalizada, ataques de pânico, sintomas obsessivo-compulsivos,  sintomas fóbicos.

Os sintomas aparecem durante ou dentro de um mês após a intoxicação ou abstinência de uma ou mais substâncias. O distúrbio causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida da pessoa comprometida.

O início pode ocorrer durante o uso excessivo(quando há intoxicação) ou durante a abstinência(logo após interrupção do uso).

Substâncias causadoras mais conhecidas : álcool, anfetaminas (comuns nas fórmulas para emagrecimento), cafeína, cannabis (maconha), cocaína, heroína, alucinógenos (LSD), inalantes (cola), sedativos, hipnóticos e tranquilizantes.

- Transtorno de ansiedade generalizada não é fácil de identificar, confundindo-se facilmente com sintomas encontrados nos outros transtornos de ansiedade. Há a necessidade de se procurar sempre um especialista quando suspeita-se desse transtorno.

Grande parte das pessoas procuram clínicos gerais e outros especialistas devido ao comprometimento físico muito frequente.

O transtorno caracteriza-se por ansiedade e preocupações excessivas (uma expectativa apreensiva) que persistem por pelo menos seis meses. As preocupações ocorrem com as diversas atividades do dia a dia e há dificuldade em relaxar ou livrar-se delas.

A ansiedade e as preocupações estão associadas à uma inquietação ou à sensação de estar com os nervos à flor da pele, cansaço, dificuldade em concentrar-se (“brancos”), irritabilidade, tensão muscular (dores musculares), perturbação do sono. Muitas vezes há disfunções somáticas gastrointestinais associadas, como: gastrites, colites, diarréias, etc.

- Transtorno bipolar do humor, anteriormente conhecido como psicose maníaco-depressiva, apresenta um conjunto de sintomas que são necessários para caracterizar este diagnóstico e ocorre em duas fases: euforia (ou mania), que apresenta humor elevado ou expansivo, autoestima exagerada, sentimentos de grandiosidade, diminuição da necessidade de sono, pressão por falar, distratibilidade, fuga de idéias, envolvimento excessivo em atividades sem medir consequências, irritabilidade exacerbada, aumento do desejo sexual, atividades prazerosas exacerbadas; e depressão, que apresenta humor deprimido a maior parte do dia, interesse ou prazer acentuadamente diminuídos, por quase todas ou todas as atividades, choro fácil, perda ou ganho significativo de peso ou alterações do apetite quase todos os dias, insônia ou excesso de sono, agitação ou retardo psicomotor, fadiga ou perda de energia, sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva, capacidade de concentração ou de pensar diminuída, pensamentos de morte frequentes.

Como vimos, há possibilidades contraditórias numa mesma patologia o que exige capacitação técnica para determinar um diagnóstico preciso e o tratamento mais adequado, necessitando-se de conhecimento médico psiquiátrico

Fonte: Ambulatório de Ansiedade (Amban)s pacientes.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

CASO CLÍNICO DE ST, DESCRITO POR UM PSIQUIATRA


O Jornal Brasileiro da Psiquiatria, editado pelo Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro, descreveu um caso de adolescente com sintomas de síndrome de Tourette e TDAH. Embora longa, recomendamos ler a descrição do psiquiatra. Alertamos, entretanto, que a linguagem é voltada para médicos.

A., masculino, 12 anos, brasileiro, negro, natural do Rio de Janeiro, cursando a 4ª série do ensino fundamental.

Resumo do caso: Síndrome de Gilles de la Tourette associada ao transtorno de déficit de atenção com hiperatividade: resposta clínica satisfatória a inibidor seletivo da recaptura de serotonina e metilfenidato

Nascido a termo, de parto cesáreo em virtude de eclampsia, apresentou desenvolvimento neuropsicomotor sem alterações. A mãe refere que, quando bebê, ele era calmo. Contudo, desde os 3 anos de idade, passou a apresentar comportamento hiperativo. Na escola, ficava muito agitado, batendo e mordendo os colegas. Em casa, ele gostava de assistir a desenhos animados na televisão, mas "levantava o tempo todo, não parava quieto".

Aos 7 anos, na 1ª série do ensino fundamental, as professoras passaram a relatar manifestações de déficit de atenção: "ele vivia desligado" e não interagia. A família buscou atendimento neuropsiquiátrico em outra instituição. Foram prescritos risperidona e ácido valproico. A mãe não percebeu melhora. A seguir, introduziu-se carbamazepina, "que o deixava bobo". Foi reprovado na escola.

No ano seguinte (aos 8 anos), continuava com a medicação prévia e foi associada fluoxetina, sem sucesso. Apresentou ganho de peso significativo, pois "comia compulsivamente". Ainda nessa época, passou a exibir tique motor, "piscar demais os olhos" e algum tempo depois a apresentar tiques vocais manifestados como "pigarros", que é como a mãe chamava os ruídos que o paciente emitia como se estivesse "limpando ou aliviando uma comichão na garganta". Essas vocalizações ocorriam numa frequência semelhante e, por vezes, acompanhando o abrir e fechar rítmico das pálpebras.

A mãe informa que alguns meses depois iniciaram as compulsões: quando caminhava, "parecia que estava medindo tudo, colocava um pé atrás do outro". Além disso, "se abrisse a porta, tinha que fazer isso várias vezes" e, ao assistir a desenhos animados, passou a repetir a fala de todos os personagens, de todos os exames. Foi possível observar alguns desses fenômenos no primeiro exame.

Foi encaminhado ao Serviço de Psiquiatria do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG) para avaliação diagnóstica e conduta terapêutica (aos 9 anos, na 2ª série). Na ocasião, estava em uso de carbamazepina 100 mg/dia, ácido valproico 1,5 g/dia, risperidona 1 mg/dia e fluoxetina 20 mg/dia. Durante a consulta, apresentava hiperatividade, mostrando-se bastante inquieto, andando pela sala, manuseando os objetos à sua frente, como o carimbo do médico.

Apresentava prejuízo significativo no desempenho escolar e social. O paciente exibia comportamento impulsivo. Relata que os colegas de escola chamavam-no de esquisito e, às vezes, ele "não aguentava e batia neles". Segundo a mãe, as brigas eram semanais e ela encontrava-se bastante preocupada, pois A. estudava com bolsa em uma escola particular. Ela temia que ele perdesse o benefício por causa do mau comportamento e do baixo rendimento escolar.

Foram diagnosticados transtorno de Tourette, transtorno obsessivo-compulsivo e transtorno de déficit de atenção com hiperatividade, tipo combinado, segundo os critérios diagnósticos do DSM-IV-TR. A conduta consistiu em aumentar a fluoxetina para 30 mg/dia. Houve melhora rápida da irritabilidade (duas semanas) e gradual das compulsões e tiques (dois meses), confirmada pela professora. A risperidona foi, então, suspensa e iniciou-se a redução gradual da dose de carbamazepina e ácido valproico, até sua retirada completa.

Contudo, a hiperatividade e a impulsividade eventuais persistiam com prejuízo escolar. Iniciou-se, então, metilfenidato 10 mg/dia pela manhã, que era seu turno na escola. Segundo a mãe, após aproximadamente sete dias a concentração dele aumentou, assim como a tranquilidade. A professora informou que A. passou a copiar a matéria no caderno e a prestar atenção às aulas.

A mãe relatou que com o tratamento A. passou a comer menos e "as repetições diminuíram". Houve redução "no piscar dos olhos", vocalizações e "mania de pisar com um pé na frente do outro". Cessaram os comentários sobre os tiques na escola. "Pararam de chamá-lo de esquisito", diz a mãe.

Com a introdução do metilfenidato, apresentou redução acentuada da hiperatividade, refletindo-se em melhora da coordenação e psicomotricidade, a qual pode ser observada por meio da mudança na caligrafia do paciente. Além disso, o desenvolvimento da atenção voluntária levou à melhora significativa em seu desempenho escolar. No ano em que iniciou o tratamento no HUGG, ficou entre os 10 melhores alunos da turma. O controle dos tiques motores e vocais possibilitou melhor relacionamento interpessoal. Após a suspensão da risperidona, carbamazepina e ácido valproico e início de uso do metilfenidato, houve redução de 10 kg de massa corporal em um ano, atingindo a faixa de peso esperada para sua altura.

O paciente é acompanhado no serviço há dois anos, não tendo sido necessário aumento de dose das medicações nesse período.

Discussão

Trata-se de um caso característico de SGT. Os sintomas de TDAH precedem os tiques motores, os quais, usualmente, se manifestam antes das vocalizações. Os sintomas compulsivos surgiram por último. A coprolalia, tida como típica do transtorno, ocorre em menos de um terço dos casos, não sendo observada no caso relatado.

Muitas vezes, torna-se difícil diferenciar TOC de sintomas obsessivo-compulsivos integrantes da SGT. Contudo, é sugerido que rituais de lavagem e checagem são mais frequentes em pacientes com TOC, enquanto pacientes com SGT exibem mais comumente compulsões de tocar, contar, piscar, sendo, dessa forma, vistas por muitos como tiques complexos.

No caso descrito, o paciente não apresentou piora dos tiques com o uso do metilfenidato, beneficiando-se da melhora no quadro de TDAH. Além disso, a fluoxetina levou à redução não apenas dos sintomas compulsivos, mas também, possivelmente, dos tiques. Uma vez que o paciente continuou sendo acompanhado no serviço, mantendo a melhora observada há dois anos, acredita-se que esse fato não seja apenas uma oscilação espontânea da intensidade dos sintomas, decorrente da evolução da doença, mas sim efeito da medicação.

Embora alguns ensaios clínicos tenham evidenciado ausência de efeito ou pouco efeito da fluoxetina nos tiques, relatos de casos, bem como a nossa experiência clínica, vêm demonstrando bons resultados. Uma hipótese neuroquímica para isso seria a deficiência de serotonina e seus metabólitos, observada em alguns estudos.

Kurlan et al. avaliaram 11 crianças com SGT em uso de haloperidol ou clonidina, ao qual foi adicionado, randomicamente, fluoxetina (20-40 mg/dia) ou placebo. Os pacientes relataram melhora na intensidade e capacidade de supressão dos tiques com a adição de fluoxetina, sugerindo algum efeito potencial dos ISRS no tratamento de tiques.

Convém ressaltar que o ensaio clínico conduzido por Scahill envolveu apenas 14 pacientes e a dose de fluoxetina foi estabelecida em 20 mg/dia, sem possibilidade de aumento12. Dessa forma, o baixo poder do estudo (em virtude do pequeno tamanho amostral), bem como a baixa dose administrada de fluoxetina, pode ter sido responsável pela ausência de resposta dos tiques.

Conclusão

O paciente descrito foi manejado satisfatoriamente apenas com ISRS e metilfenidato, sem necessidade de uso de bloqueadores dopaminérgicos para controle dos tiques da SGT.

Se confirmada a eficácia dos ISRS no manejo dos tiques, estes constituirão uma alternativa terapêutica vantajosa, dado o perfil de eventos adversos mais favorável, possibilitando melhor qualidade de vida do

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

UM POUCO SOBRE FOBIAS


- Chama-se AGORAFOBIA a ansiedade que se sente  em locais ou situações onde possa ser difícil ou embaraçoso escapar, e o auxílio pode não estar disponível na eventualidade de sentirmo-nos mal, devido a sintomas ansiosos : falta de ar, suores, tonturas, sensação de desmaio ou descontrole.

Esses medos são inespecíficos e ocorrem em mais de uma situação como, por ex: na presença de multidões, filas, ônibus, metrô, cinemas, congestionamentos ou às vezes até na própria casa quando se está só. É o medo de ter medo.

Não devemos confundir agorafobia com fobia específica. Esta última está relacionada sempre com situações ou objetos determinados, como por ex: baratas, cachorro, aves, andar de elevador, altura, dirigir veículos, avião, etc.

- FOBIA SOCIAL é o medo persistente de situações em que a pessoa acredita estar exposta à avaliação dos outros, ou se comportar de maneira humilhante ou vergonhosa. Quando tenta enfrentar ou permanecer em tais situações, pode ocorrer uma reação intensa de ansiedade com o aparecimento de sintomas, como: taquicardia, tremores, suor, boca seca, ondas de calor, rubor ou até um ataque de pânico.

Há a tentativa de evitá-las a todo custo, mas reconhece-se que o medo é irracional, mantendo-se a autocrítica. Geralmente, ocorre comprometimento nas atividades sociais e ocupacionais. Quando a Fobia Social ocorre em apenas uma ou algumas situações, é chamada Circunscrita. Quando muitas situações são evitadas, causando grande prejuízo nas atividades, é chamada generalizada.

- Nomeia-se FOBIAS ESPECÍFICAS o medo excessivo e irracional revelado pela presença, ou antecipação da presença, de um objeto ou situação que causa pavor. Quando há intensa ansiedade pode levar ao ataque de pânico.

Reconhecemos que esse medo é absurdo , sem razão, mas não conseguimos livrarmo-nos dele. Às vezes o suportamos com muito sofrimento e por pouco tempo. Na maioria das vezes passamos a evitá-lo, - esquiva fóbica – passando por situações consideradas ridículas ou anormais.

Exemplos: fobias de animais (aves, insetos, gatos, cachorros e outros), sangue e ferimentos, avião, trens, elevadores, altura, de doenças (câncer, AIDS, etc.).

Fonte: Ambulatório de Ansiedade (Amban)

terça-feira, 3 de setembro de 2013

A FAMÍLIA PODE (E DEVE) AJUDAR




Os comportamentos dos pais dirigidos à busca de informações e tratamento para o filho parecem ter um efeito reforçador sobre o comportamento saudável deste. De forma geral, quanto maior o tempo despendido em atividades prazerosas ou produtivas, menor será a gravidade dos sintomas.

Algumas pessoas com tiques crônicos não percebem a presença dos tiques ou sua intensidade. Os pais e a família, orientados por um terapeuta, têm, portanto, o importante papel de ajudar o paciente a observar e descrever a presença dos tiques.

Descrever o sintoma é uma parte do tratamento que o portador de ST precisa fazer. Neste caso, a família deve mostrar e nomear o que está acontecendo, assim como quem está ensinando uma criança a falar. Cabe ao terapeuta melhorar a discriminação do paciente sobre o próprio sintoma e treinar os familiares a fazer o mesmo.

No entanto, algumas pessoas com a síndrome percebem, ainda crianças, que são diferentes das demais. Observam que têm alguma coisa que os outros não têm e precisam de uma explicação para isso. Com essa explicação, a pessoa pode se sentir mais bem compreendida e reagir com maior naturalidade a perguntas feitas fora de casa.

A presença dos sintomas precisa ser tratada como algo natural, sem valor moral, como qualquer outra doença. Essa naturalidade tornará mais fácil o enfrentamento de questões que venham a surgir. A postura da família deve ser norteada pelo binômio "participação e naturalidade".

Fonte: Tiques, cacoetes, síndrome de Tourette, Ana Hounie e Eurípedes Miguel, org.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A TOURETTE PODE REGREDIR?


Sim. A remissão pode ocorrer a qualquer instante. Os dados atualmente disponíveis sugerem que os tiques tendem a estabilizar-se e a ficar menos intensos na idade adulta. Tender não quer dizer necessariamente que vão diminuir. Há muitos casos de adultos com tiques, de leves a graves.

Se serve de consolo, não há qualquer influência da Tourette na longevidade dos portadores da síndrome. As pessoas diagnosticadas têm o mesmo tempo de vida que as pessoas sem ST.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

APRENDENDO A CONVIVER COM A TOURETTE


Embora cada pessoa seja afetada de forma diferente, algumas sugestões que podem ser úteis no trato com as comorbidades da Tourette, desde que sejam adaptadas às particularidades e circunstâncias, e sem tentar substituir o conselho ou orientação para os responsáveis ​​pelas terapias ou tratamentos.

Agravamento dos sintomas

O agravamento dos tiques ou outros sintomas de ST também pode aumentar a irritabilidade, agressividade, desânimo e apatia aos afetados. Neste momento, você deve consultar profissionais e procurar entender e lidar melhor com esta situação.

Também é desejável estimular e apoiar o seu envolvimento nos tratamentos prescritos, evitar a punição aos afetados por seus sintomas ou ficar longe dele e incentivá-lo, explicando que é uma fase de sua evolução, mas que terão o amor e o apoio necessário para superar.

Crise de agitação e irritabilidade

Às vezes, e especialmente a falhas ou frustrações, as pessoas afetadas podem tornar-se impacientes e reagir de forma exagerada.  Estas "tempestades" são geralmente de curta duração e geralmente dirigida àqueles que mais vêm tentando ajudar.

Nestas situações, é desejável para evitar o fracasso culpar ou afetados por seus erros. Redirecionar sua atenção para outras atividades podem acalmar, e a presença de alguém capaz de falar com firmeza também pode inspirar a calma. Se a agitação é excessiva, não é aconselhável deixá-lo sozinho.

Atitudes negativistas

Negativismo pode ser uma forma de se afirmar e proteger a auto-estima, evitando a possibilidade de falhas de novo. A crítica constante diante dos seus sintomas ou conseqüências do fracasso deve ser evitada. O contrário acarreta motivação reduzida e falta de perseverança.

Por isso, é desejável, para evitar críticas, minimizar a importância dos erros (que são inevitáveis e necessários em qualquer aprendizagem) e valorizar as suas realizações; incentivar a sua participação em atividades que possam alcançar resultados satisfatórios, obviamente fazendo-o sentir as suas escolhas e decisões, e promover a sua autonomia e autodeterminação.

Dificuldades com controle de impulsos

Dada a impulsividade que pode ocorrer em alguns casos, é importante estimular a ideia de que manter o controle é possível e que a prática de certas técnicas, sob supervisão profissional e colaboração da família, pode ajudá-lo a alcançar isto.

Sempre desencorajar o consumo de drogas ou álcool para tentar obter uma sensação de calma e controle sobre suas próprias ações.

Depressão, isolamento social e ideação suicida

Às vezes, a rejeição de desânimo e mal-entendido leva o portador de ST a se isolar. Neste caso, você deve evitar deixar a pessoa sozinha. É importante perceber as respostas afetivas para o apoio social e incentivar atitudes que emergem de seu isolamento.

Sintomas de depressão devem ser tratados com ajuda psicológica profissional e podem exigir tratamento medicamentoso.

A ideação suicida nunca deve ser ignorada. Nestes casos, não se deve hesitar em consultar com psicólogos e outros profissionais de saúde especializados nesses problemas.

Fonte: blog Nossas vidas com Tourette

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

COMPORTAMENTO SEXUAL COMPULSIVO (CSC)


O Comportamento Sexual Compulsivo afeta de 3% a 6% da população, predominantemente homens, e costuma ter início no final da adolescência ou no início da terceira década, sendo sempre de natureza crônica, com períodos episódicos de maior agudização.

Apesar dos transtornos caracterizados por hipersexualidade terem sido descritos há muito tempo e de continuarem a ser assunto de grande interesse clínico, as condições nosológicas dessas afecções permanecem controversas e obscuras.

Ao se discutir o CSC, é preciso levar em conta que esse conceito tende, se não for bem criterioso, a incluir todo o comportamento sexual. Embora sua amplitude ainda seja controversa, alguns investigadores acreditam que a patologia seja composta por padrões anormais de excitação e de comportamento sexuais, quando consequentes de parafilias, bem como de padrões normais de excitação e comportamento sexuais que se tornaram exagerados, transformando-se em CSC relacionado a parafilia ou não-parafílico.

A primeira etapa é a preocupação, na qual a pessoa apresenta um afeto semelhante ao do transe, estando completamente absorta em pensamentos de sexo e partindo para busca obsessiva de estimulação sexual.

A segunda etapa é uma ritualização, na qual a pessoa desenvolve uma rotina que leva ao comportamento sexual. O ritual serve para intensificar a excitação.

A terceira etapa é da gratificação sexual, mediante o ato sexual em si, onde a pessoa se sente incapaz de controlar seu desejo.

A quarta etapa, o desespero, vem após o Comportamento Sexual Compulsivo e se caracteriza por uma sensação de impotência e desânimo.

As pessoas com esta morbidade gastam uma quantidade enorme de energia emocional para manter secretos seus comportamentos e inclinações sexuais, levando, paradoxalmente, ao isolamento social e sexual.

Fonte: Psiqweb

terça-feira, 20 de agosto de 2013

HIPERSEXUALIDADE ASSOCIADA À ST E AO TOC


Talvez por serem tiques raros, de pouca incidência dentro do universo da Tourette, existe pouquíssima literatura em português sobre a coprolalia (falar obscenidades e/ou palavras agressivas) e a copropraxia (fazer gestos obscenos e/ou agressivos) associadas à sexualidade.

Talvez, também, porque a ST é pouco divulgada no Brasil, muitos dos casos que eventualmente existam estejam alijados do convívio social, dada sua natureza de suscitar baixíssima tolerância e compaixão.

Pesquisadores norte-americanos observaram que a coprolalia e copropraxia, junto com o aumento do impulso sexual (hipersexualidade) e das parafilias parecem diferir daquelas de obsessões e compulsões clássicas. Os pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo tipicamente descrevem os sintomas, inclusive as obsessões sexuais, como de origem intrusiva e imprópria.

Há relatos, publicados pelo site Neuropsiconews (de onde tiramos estas informações), de sintomas de hipersexualidade em pacientes portadores de disfunção estriatal, como por exemplo, na doença de Huntington, doença de Wilson e na doença de Parkinson pós-encefalítico.

Além disso, muitos pacientes com doença de Parkinson apresentaram aumento do comportamento sexual depois de tratamento com L-dopa. Como esses tratamentos resultam num aumento da atividade da dopamina, supõe-se que a inervação dopaminérgica do estriado ventral é importante na mediação de comportamentos sexuais.

O aumento do impulso sexual pode ser, ainda, um dos sintomas próprios do episódio maníaco ou outros transtornos psicóticos, sendo possível que alguns sintomas hipersexuais, como a masturbação compulsiva, se associem à depressão.

Muitos episódios com sintomas hipersexuais respondem à farmacoterapia antimaníaca. Os antidepressivos também podem ser úteis em pacientes com hipersexualidade comórbida com transtornos do afeto. Entretanto, é muito discutível que os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina e os bloqueadores da dopamina sejam eficazes no tratamento de hipersexualidade sem uma aparente base neuropsiquiátrica.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

COMO A FONOAUDIOLOGIA PODE AJUDAR NO TRATAMENTO DA ST


O tratamento fonoaudiológico pode ser um grande aliado para os portadores de ST. Estudos relatam que pacientes com Tourette apresentam dificuldades escolares resultantes de alterações na aprendizagem de habilidades de leitura e de escrita, além das alterações de atenção e de concentração mais relacionadas ao TDAH. Provavelmente, há uma disfunção do processo cognitivo da informação.

Segundo pesquisadores, a leitura é uma variação da linguagem oral e, uma vez que estão interligadas, se a primeira estiver comprometida, a segunda também estará Além das dificuldades citadas, pacientes com ST apresentam atraso aritmético e problemas nas habilidades fonológicas, sintáticas e de fala, sobretudo no que diz respeito à fluência.

É interessante notar que familiares desses pacientes apresentam um maior índice de gagueira, um dos primeiros sintomas de Tourette. Assim, técnicas fonoaudiológicas podem contribuir de forma significativa no tratamento das disfluências e no melhor aproveitamento acadêmico.

Fonte: Tiques, cacoetes, síndrome de Tourette, Ana Hounie e Eurípedes Miguel, org.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

CONHECENDO O TRANSTORNO DO COLECIONISMO



Já falamos aqui, por altos, sobre o transtorno obsessivo-compulsivo por colecionismo, do qual, até aquele momento, nunca tínhamos ouvido falar. Então, fomos buscar mais informações. Descobrimos que o colecionismo é o hábito de reunir e armazenar grande número de objetos que podem ou não ser úteis. Isto faz com que essas pessoas encontrem dificuldades para descartar coisas que são inúteis.

Segundo a personal organizer Sandra Brack, nossa fonte para este texto,  "não se trata de uma excentricidade ou falha de caráter. Não é preguiça, negligência criminosa ou não entender as responsabilidades da vida. É mais grave e mais dificil de controlar do que imaginamos. De fato, é uma doença neuropsiquiátrica, que pode levar a consequências trágicas.

Infelizmente, no Brasil, não há muitas informações sobre este transtorno. Nos Estados Unidos, uma casa pode ser interditada pelo governo, um pai ou uma mãe podem perder a guarda de seus filhos pela péssima qualidade de vida oferecida a eles, em consequência de um grande acúmulo de objetos e a desordem resultante disso. Basta uma denúncia de um vizinho.

Normalmente, colecionistas compulsivos costumam ter dificuldade para classificar itens,  tomar decisões, não se preocupam se os objetos estão à vista, como uma roupa em cima de uma mesa, no chão, limpa ou suja. Isso vai se empilhando aqui e ali, virando com o tempo uma montanha de lixo perigoso.

Como perigoso? Poeira, bolor, mofo e fezes de roedores comumente encontrados em ambientes de desordem extrema podem resultar em alergias, que por sua vez podem causar irritação, dores de cabeça ou problemas respiratórios. Pessoas idosas podem se ferir ao sofrer uma queda no meio de tanta coisa acumulada.

Com o passar dos anos, o acúmulo atinge um nível tal que a sala e, posteriormente, toda a residência, estão cheias de lixo, tornando-se difícil até se locomover no ambiente.

Outro comportamento encontrado é o acúmulo de comida com datas vencidas, em armários ou geladeiras. Mais um perigo. Na linha de raciocínio de um colecionista, esses alimentos podem ser consumidos.

Muitas vezes, os familiares sentem raiva e ressentimento do comportamento aparentemente inexplicável de um colecionista.

A limpeza forçada é muito arriscada. É comum familiares tentarem resolver o problema de forma escondida ou sem permissão do afetado pela síndrome. Mas não se deve fazer isto sem o acompanhamento de um especialista, psicólogo ou psiquiatra que esteja  tratando da pessoa envolvida (isto é, caso o portador esteja sendo tratado).

Assim como em qualquer outro transtorno psicológico, colecionistas compulsivos não percebem que sofrem de um transtorno, e acreditam que a acumulação é útil e inofensiva. Por isto, dar ciência a ele de que tem um problema é o primeiro passo."

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

A FISIOTERAPIA COMO AUXILIAR NO TRATAMENTO DA TOURETTE


Do ponto de vista corporal, pacientes com ST apresentam desconforto, dores e lesões musculares e deslocamentos ou dores nas articulações. As bases neurofisiológicas dos tiques crônicos envolvem uma forte atividade nos gânglios da base, no córtex pré-frontal e nas regiões paralímbicas e um aumento de atividade nas regiões motoras corticais, incluindo a área motora suplementar e o córtex pré-motor. Os gânglios da base também são responsáveis pelo controle postural.

Em uma pesquisa sobre problemas de postura em pacientes com ST, pesquisadores sugerem que anomalias desse controle podem estar presentes nesses pacientes. Uma das hipóteses implica a dificuldade na integração sensório-motora, ou seja, dificuldade em corrigir o deslocamento da massa corporal utilizando informações sensoriais. Mais ainda, esses pacientes podem demonstrar a mesma dificuldade em outros contextos, como força excessiva ao pegar objetos, o que sugere um descontrole na habilidade em transformar informações sensoriais em respostas motoras adequadas.

Todo movimento é executado por meio de distensão e retração musculares. A função da fisioterapia é possibilitar que o portador de ST tenha a consciência física dos músculos (propriocepção) que envolvem os tiques motores para que aprenda a controlá-los por meio dos músculos antagônicos.

A fisioterapia também pode auxiliar no tratamento dos tiques vocais mediante controle dos processos respiratórios. Outra vantagem é que proporciona relaxamento dos músculos, amenizando as dores causadas pela sobrecarga muscular causada pelos tiques.

Fonte: Tiques, cacoetes, síndrome de Tourette, Ana Hounie e Eurípedes Miguel, org.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

TRANSTORNO, SÍNDROME, DOENÇA, DISTÚRBIO


Temos falado tanto, aqui no Clic, sobre síndrome, transtorno, doença, mas, afinal, qual a diferença? Você sabe? Nós não. Aí, achamos que seria interessante esclarecer isto. Olhe só:

Síndrome: é definida como um conjunto de sintomas que ocorrem em conjunto ou um conjunto bem determinado de sintomas que não caracterizam uma só doença, mas podem traduzir uma modalidade patogênica.

Transtorno: este não é um termo exato, porém é utilizado para indicar a existência de um conjunto de sintomas ou comportamentos cujo início ocorre invariavelmente no decorrer da infância, com um comprometimento ou atraso no desenvolvimento de funções relacionadas à maturação biológica do sistema nervoso central, não envolvendo remições e recaídas.

Deve-se considerar ainda que o transtorno não é decorrente de qualquer forma de traumatismo ou doença cerebral adquirida. Origina-se de anormalidades no processo cognitivo que derivam de algum tipo de disfunção biológica.

O termo transtorno revela desarranjo ou desordem neurológica e é usado para evitar termos como doença, caracterizando-se por um conjunto de sintomas sem compromisso com doença, envolvendo sofrimento psíquico e prejuízo do desempenho pessoal.

Doença: caracteriza-se por condição anormal de um organismo que interfere nas funções corporais e está associada a sintomas específicos. É considerada como uma disfunção de um organismo causada por agentes externos ou não ou qualquer condição mórbida ou danosa.

Distúrbio: por definição, é uma uma perturbação, mau funcionamento e interrupção da sequência normal de continuidade, ou mesmo afastamento da norma considerada e está mais vinculada ao sujeito, considerando a existência de comprometimento neurológico. Ainda encontramos distúrbio descrito como sendo uma alteração violenta na ordem natural. Esta alteração é compreendida como sendo no sentido de anormalidade.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

TOC EM CRIANÇAS

Como já mencionamos diversas vezes aqui no blog, o TOC é uma comorbidade da síndrome de Tourette. Mas falamos pouco (porque não há muita literatura médica a respeito) sobre este transtorno em crianças. Confira na tabela abaixo, elaborada pelo site Psiqweb, as principais queixas delas a respeito da doença e o percentual de incidência.

terça-feira, 30 de julho de 2013

DIFERENÇA ENTRE NEUROLOGIA E PSIQUIATRIA


Muitos confundem a área de atuação da neurologia com a da psiquiatria e, não raro, pacientes preferem procurar um neurologista a um psiquiatra na ilusão de que seu problema é mais simples e, portanto, dispensa o psiquiatra, “que cuida de casos mais graves".

O neurologista trata de doenças neurológicas que acometem o cérebro, a medula espinhal e os nervos periféricos, causando prejuízos para a coordenação motora, força muscular, movimentos e sensibilidade do corpo ou cursando com perda da consciência, crises convulsivas, cefaléias, entre outros sintomas. Trata ainda das infecções do sistema nervoso central (meningites, encefalites), dos tumores, das doenças isquêmicas e hemorrágicas (como AVE).

A psiquiatria se encarrega do tratamento das desordens emocionais e do comportamento, que também ocorrem no cérebro, numa área especializada em emoção denominada sistema límbico.

O avanço no campo das neurociências permitiu um melhor entendimento do funcionamento de nossa mente e estreitou sua relação com o restante do cérebro, aproximando a psiquiatria da neurologia. Nesse processo, quem mais avançou sua fronteira foi a psiquiatria, passando a ter uma abordagem mais biológica.

A neuropsiquiatria é o ramo da psiquiatria que procura incorporar conhecimentos da neurologia e tratar doenças neurológicas com manifestações psiquiátricas, como alterações do comportamento, do humor, da percepção e do pensamento.

Fonte: psiquiatra Leonardo Figueiredo Palmeira

quinta-feira, 25 de julho de 2013

UM POUCO SOBRE OBSESSÕES


1 - Obsessão de contaminação, seguida de banhos, ou da higiene das mãos, ou atitudes mais esdrúxulas. O objeto temido é difícil de evitar, como o pensamento sobre urina, fezes, contaminação microbiana, feridas, doenças, sujeira em geral e a compulsão envolve banhos e limpeza. Tais pacientes podem autoproduzir escoriações pela forma exagerada com que se lavam e escravizam-se pelo ritual absolutamente rígido do ato de limpeza. Este é o padrão sintomático mais comum.

2 - A obsessão da dúvida seguida da compulsão para verificação é o segundo tipo mais encontradiço. A obsessão de ter negligenciado a prevenção do perigo, como por exemplo, ter deixado o gás aberto, o ferro de passar ligado, a porta da frente destrancada, a torneira aberta, as gavetas e portas semi-abertas, determina complicados mecanismos de verificação e reverificação, obrigando o paciente a voltar várias vezes ao mesmo local. Diversas são as situações onde o indivíduo obsessivo é incomodado por sentimentos de culpa por ter negligenciado alguma coisa, daí a falsa impressão do perfeccionismo e meticulosidade.

3 - Em terceiro lugar vêm os pensamentos obsessivos meramente invasivos de temática extremamente variável; pensamentos libidinosos e obscenos dirigidos a objetos de veneração e respeito (santos, mãe, crianças, filhos), agressões que o indivíduo considera condenável. Por ter consciência destes pérfidos pensamentos habitando o seu psiquismo, a ansiedade experimentada chega a ser insuportável.

4 - A lentidão obsessiva ou pensamento persistente de criteriosa meticulosidade na execução das atividades corriqueiras transformando cada atividade cotidiana numa verdadeira liturgia de perfeição e ordem. As coisas têm que ser feitas de um ou outro jeito e, na dúvida de terem saído imperfeitas, são meticulosamente repetidas. As tarefas do dia-a-dia tornam-se demasiadamente morosas e de realização extremamente complexa e cansativa.

5 - Colecionismo ou hábito de juntar tranqueiras: chama-se colecionismo a grande dificuldade ou incapacidade de descartar objetos usados e/ou inúteis, mesmo se não tiverem valor sentimental. Trata-se de uma atitude compulsiva, portanto, intimamente relacionada aos transtornos do espectro obsessivo-compulsivo.

Algumas espécies animais têm o colecionismo como mecanismos de sobrevivência, portanto, um comportamento inato. O estudo neurofisiológico desse comportamento favorece hipóteses sobre neurocircuitos dopaminérgicos especificamente relacionados ao colecionismo

Além dos transtornos obsessivos, o colecionismo pode estar presente também em outras patologias, como por exemplo, na demência.

Alguns pesquisadores defendem a ideia de que, em casos específicos, o colecionismo deveria ser considerado uma patologia própria e não um sintoma – seria o chamado colecionismo patológico.  Calcula-se que o colecionismo, puro e simples e sem relação com outros sintomas obsessivo-compulsivos, esteja presente em aproximadamente 5% da população.

Fonte: Psiqweb

terça-feira, 23 de julho de 2013

COMPREENDER É O PRIMEIRO PASSO



Em 2006, os psiquiatras Ana Gabriela Hounie (foto) e Eurípedes Miguel lançaram o livro Tiques, Cacoetes, Síndrome de Tourette – Um Manual para Pacientes, seus Familiares, Educadores e Profissionais de Saúde (veja postagem a respeito, em novembro, aqui no blog) com o intuito de ajudar aqueles que convivem com o problema. A seguir, ela fala sobre o problema:

Quando buscar ajuda?

Ana Gabriela Hounie – Ter tique não é problema. Os males ocorrem quando eles são fortes ao ponto de atrapalhar os afazeres e a autoestima. A presença de dores musculares e dificuldade de concentração são sinais de que se precisa de auxílio especializado.

Os tiques duram toda a vida?

Ana – A pior fase tende a ser entre os 10 e 12 anos. Em um terço dos portadores, os sintomas vocais se tornam cada vez mais raros e podem até desaparecer e os motores podem diminuir em número e frequência. A cura ocorre em 30% dos casos, mesmo sem tratamento.

Fisioterapia e fonoaudiologia são bem-vindos?

Ana – Ainda não há estudos que comprovem os benefícios. Na prática, se observa que podem ser proveitosos. A fisioterapia tende a ajudar na tomada de consciência corporal e no controle e alívio das consequências dos tiques, com alongamentos, por exemplo. No caso da fonoaudiologia, técnicas aplicadas no tratamento da gagueira podem funcionar, apesar de serem síndromes distintas.

Como a família pode ajudar no tratamento?

Ana – O primeiro passo é compreender o problema e entender que o paciente não tem os tiques por pura mania. Trata-se de uma alteração fisiológica. Insistir com o paciente para que se controle é o pior método, pois isso o deixa ainda mais ansioso e com surtos ainda mais intensos.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

ENFRENTANDO O BULLYING



Bullying não é um fenômeno recente. Crianças com síndrome de Tourette são especialmente vulneráveis a este tipo de maus tratos. Se não testemunhamos diretamente ou se a criança nega ser uma vítima, não significa que não está acontecendo.

O bullying destroi a autoestima da criança. Ele cria o medo, a ansiedade e uma dor incrível. Ele deixa a criança com cicatrizes emocionais que durarão por toda a vida.

Pais e educadores têm a obrigação de fazer tudo o que podem para parar o bullying. Eles devem tomar todas as medidas possíveis para impedir este tipo de abuso que lentamente vai destruindo vidas.

Abaixo, elencamos algumas maneiras muito específicas ao modo como o assédio moral pode e deve ser abordado por pais e professores:

Pais
- Ouvir o seu filho e olhar para as mudanças no comportamento.
- Ensinar palavras específicas para uso em resposta à provocação.
- Dar ideias sobre como o seu filho pode ficar longe das crianças que estão praticando bullying.
- Manter um registro de datas, horários em que esteve envolvido no bullying.
- Falar com o professor sobre isso.  Se nada acontecer, contate o coordenador.
- Informar ao diretor que você espera que isso seja tratado muito severamente.
- Certifique-se que as outras crianças foram ensinadas sobre ST e seus sintomas.

Professores
- Ver e ouvir com atenção o que está acontecendo em sua sala de aula.
- Manter um olhar atento sobre as crianças que são parecem ter problemas sociais, que parecem ser solitárias.
- Discutir essas crianças com pessoal de apoio - orientadores, assistentes sociais, etc .
- Tentar envolver esses jovens em grupos de aconselhamento ou amizade.
- Educar os colegas sobre a Síndrome de Tourette.
- Tornar conhecido que provocações e assédio moral não serão tolerados.
- Incentivar as crianças que estão sendo incomodando a discuti-lo com você.
- Definir um tom de aceitação da criança com ST na sua sala de aula.

Fonte: blog Nossas Vidas com Tourette

terça-feira, 16 de julho de 2013

HIPERFOCO, O LADO BOM DA TDAH


Auber, nosso colaborador, já sofreu em grau relativamente alto de TDAH, "mas sem o H - de hiperatividade -" ressalta, quando mais jovem. Hoje, aos 45 anos, os sintomas praticamente desapareceram, exceto por um detalhe: o hiperfoco.

Ele diz que é comum entre os portadores do transtorno concentrarem-se de tal forma em algo que lhe desperte muita atenção que se é capaz de ignorar o que se passa à volta. Com bastante treinamento de concentração, é possível ativar voluntariamente o chamado hiperfoco para realizar uma atividade importante.

O próprio Auber descreve uma situação que lhe ocorreu há alguns anos, que exemplifica o que é o hiperfoco:

"Gosto muito de ler e, em meu apartamento, o faço preferencialmente na sacada, deitado na rede. Fico horas a fio ali, recostado, entretido com as palavras.

Certa vez, estava lendo um jornal aqui de Porto Alegre e me chamou a atenção um acidente terrível que ocorrera na cidade: um microônibus teve um problema mecânico, numa descida, cruzou para a pista contrária, atingiu de frente um automóvel, bateu em outro, estacionado, e capotou sobre a calçada. Felizmente, ninguém se feriu com gravidade. Mas a coisa toda foi muito grande.

Ao ver o texto, percebi que o acidente acontecera na rua onde moro. Observando os detalhes da foto, vi que tinha ocorrido na frente do meu prédio, bem embaixo da sacada (moro no 5º andar).

Mas o choque mesmo se deu quando vi o horário do acidente: exatamente o mesmo em que eu estava deitado na rede, lendo. A muvuca toda aconteceu a uma centena de metros de mim e eu não percebi coisa alguma!!!"

quinta-feira, 11 de julho de 2013

TERAPIA ALTERNATIVA AOS MEDICAMENTOS


A terapia de reversão de hábito é um tipo de terapia comportamental que provou ser bem-sucedida em pacientes que sofrem de síndrome de Tourette em grau não severo. A terapia tem cinco componentes: treinamento de consciência, treinamento de resposta competitiva, gerenciamento de contingência, treinamento de relaxamento e treinamento de generalização.

Especialistas acreditam que a parte da resposta competitiva é a chave para o sucesso da terapia. Um paciente que sofre de tics é treinado a identificar melhor quando um tic irá ocorrer. Quando ele tem um impulso ao tic, realiza uma resposta competitiva: geralmente uma ação que usa os mesmos músculos que o tic usaria.

Por exemplo, se ele sofre de um tic de encolhimento dos ombros, uma resposta competitiva seria esticar os músculos do pescoço e empurrar os ombros para baixo.

Fonte: UOL

terça-feira, 9 de julho de 2013

DOENÇAS NEUROLÓGICAS E ALTERAÇÕES DA PERSONALIDADE


Há pessoas que, depois de alguma condição médica, seja clínica, degenerativa, infecciosa ou traumática (ou ainda psicológica, neurológica ou existencial), mudam sua maneira de ser. Algumas vezes de forma definitiva, outras – felizmente, a maioria – temporariamente. É como se passasse a ser outra pessoa, com reações e comportamentos bem diferentes daqueles que a caracterizavam antes.

Para a psiquiatria, o termo "personalidade" se refere à totalidade de traços emocionais e comportamentais que caracterizam o indivíduo na vida cotidiana. Transtorno de Personalidade seria uma variação destes traços além da faixa de variação encontrada na maioria das pessoas.

Mais de 50% do córtex cerebral é constituído por áreas límbicas e de associação. Assim, é fácil deduzir que as patologias que acometem o cérebro são aquelas que mais alteram a personalidade da pessoa. Se a estrutura cerebral é comprometida, sem dúvida alguma, haverá repercussões sobre a função do órgão e, obviamente, sobre o psiquismo.

A perturbação na Alteração da Personalidade representa uma mudança no padrão prévio de personalidade característico do indivíduo. Isso quer dizer que a personalidade da pessoa vinha com determinado perfil de traços e de caráter e, de um momento em diante, apresentou mudanças nesse padrão, consequentemente mudando as reações e comportamentos.

Essa perturbação da personalidade para receber tal diagnóstico, deve causar sofrimento ou prejuízo significativo no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes.

As manifestações comuns incluem instabilidade afetiva, dificuldade no controle dos impulsos, episódios de agressividade ou raiva em nítida desproporção com estímulos desencadeantes, acentuada apatia que aparece de repente, certa desconfiança, podendo chegar à paranóia em casos mais graves. A pessoa com Alteração da Personalidade é descrito pelos outros como "não sendo ela mesma".

O tipo de AP chamado de instável tem uma característica predominante de instabilidade afetiva, intercalando com certa rapidez momentos de depressão e de hipomania, de ânimo pouco acima do normal com desânimo, de interesse com desinteresse. Esse tipo de alteração é mais comum em pessoas com lesões afetam os lobos temporais.

Já o tipo agressivo tem como característica predominante um comportamento violento, com crises de agressividade e irritabilidade. É mais comum na dependência química e após traumatismo craniano. O tipo apático é caracterizado por acentuada apatia e indiferença. E o tipo paranóide é aquele cuja característica predominante é a presença de desconfiança ou ideação paranóide

Fonte: Psiqweb

quinta-feira, 4 de julho de 2013

DOPAMINA SERIA A GRANDE VILÃ?


Estudos apontam que anomalias nos neurotransmissores, especificamente quantidades excessivas do neurotransmissor dopamina, podem estar envolvidas na síndrome, o que alguns sugerem que talvez seja o mecanismo primário da síndrome de Tourette.

A dopamina atua no cérebro para ajudar a regular movimentos e emoções. Portanto, qualquer distúrbio pode alterar esses fatores. Níveis diminuídos de dopamina foram apontados como causa do mal de Parkinson doença caracterizada por movimentos lentos, paralisia facial, tremores e fraqueza generalizada.

Em pacientes com quantidades excessivas de dopamina, são esperados sintomas de contrações musculares involuntárias súbitas e espasmódicas, como aqueles da síndrome de Tourette.

terça-feira, 2 de julho de 2013

EEG, MRI, PRA QUE?



Se não há nenhuma evidência para confirmar o diagnóstico da síndrome de Tourette, por que os neurologistas costumam solicitar que o possível portador de ST faça um eletroencefalograma (EEG) e ressonância magnética (MRI)?

Segundo a drª. Cathy Budman, do Centro Psiquiátrico para os Transtornos do Movimento da Universidade de North Shore (EUA), o diagnóstico da síndrome permanece essencialmente clínico, sempre excluindo outras possíveis causas que dão movimentos involuntários e/ou tiques vocais. Não há exame de sangue ou outros testes de laboratório para confirmar o diagnóstico da síndrome de Tourette.

No entanto, é da responsabilidade do médico descartar outras causas potenciais de sintomas, com base em um olhar cuidadoso sobre a sua história clínica e exame físico. Por exemplo, um EEG pode ser útil para excluir convulsões, e MRI pode excluir a presença de alguma anomalia no cérebro.

Fonte: Blog Mis Tics

terça-feira, 25 de junho de 2013

TRATAMENTO DA TDAH EM ADULTOS


O tratamento do TDAH começa com o diagnóstico correto feito por um médico. Existem boas opções de tratamento no adulto. O tratamento medicamentoso deve ser reservado para os casos nos quais aconteça algum prejuízo, alguma dificuldade na vida do paciente. Considerando que o TDAH pode estar associado a problemas diversos como quadros depressivos, ansiedade, problemas com álcool e drogas, estas condições devem ser tratadas também.

Medidas não farmacológicas

Várias linhas de psicoterapia podem ser indicadas. No caso de adultos casados, com frequência algumas intervenções necessitam ser realizadas com o cônjuge. Associação de técnicas cognitivo-comportamentais com tratamento medicamentoso tem eficácia comprovada.

Tratamento com medicamentos

Vários remédios podem ser prescritos no tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade, havendo evidências mais sólidas de eficácia com os psicoestimulantes  metilfenidato (Ritalina ou Concerta),  pemoline (Cylert), e as anfetaminas (Dexedrine, Adderall). Em alguns casos, o modafinil (Stavigile) pode ser usado.

Os psicoestimulantes são a primeira escolha no tratamento de TDAH, segundo o NIH – National Institute of Health, dos EUA. Existem mais de 170 estudos clínicos, com mais de 6 mil pacientes avaliados, sendo que 70% respondem com um único estimulante (o que é considerado muito bom).

Esses medicamentos melhoram não apenas os sintomas típicos (desatenção, impulsividade e hiperatividade), como também aqueles de condições coexistentes (especialmente ansiedade e depressão) além das explosões de raiva e comportamento intempestivo.

Antidepressivos podem diminuir a agressividade, melhorando também os sintomas de ansiedade e depressão frequentemente observados em portadores de TDAH. Clonidina (Atensina), um medicamento para tratamento de hipertensão arterial, parece estar associado à resposta favorável em bom número de casos. Neurolépticos, remédios que atuam na dopamina, podem ser usados, quando os estimulantes promovem aumento do comportamento motor ou quando existe déficit cognitivo associado (retardo mental).

Efeitos colaterais

Ocorrem em apenas cerca de 4% dos pacientes e são: insônia, diminuição do apetite, dores de estômago e cabeça e vertigem.  Existia uma crença de que o uso de estimulantes retardaria o crescimento de crianças e por isso se recomendava os “feriados” (alguns dias ou o final de semana) ou “férias” (meses) terapêuticas. Recentemente, estudos mostraram que isto não acontece.

Mas atenção: tudo o que foi exposto aqui precisa, necessariamente, 
ser prescrito por um médico. Não se automedique!

Fonte: cefaleias.com.br

quinta-feira, 20 de junho de 2013

TOC NO CONTROLE DA ST



O uso da terapia cognitivo-comportamental (TCC) para tratar os tiques na síndrome de Tourette também pode ser eficaz e até mesmo superior ao medicamento em alguns casos. Um novo estudo realizado por pesquisadores do Centre de Pesquisa Fernand-Seguin do Hospital Louis-H. Lafontaine, afiliado à Universidade de Montreal, Canadá, observou que a terapia tem efeitos não só em tiques, pensamentos e comportamentos, mas também sobre a atividade do cérebro.

Um dos pesquisadores da equipe de estudo, Marc Lavoie (foto), argumenta que a descoberta poderia ter um grande impacto sobre o tratamento desta doença. “Em alguns casos, medidas fisiológicas poderiam melhorar a terapia a fim de moldá-la conforme o tipo específico de paciente”.

Em experimento com adultos, a terapia mostrou ser eficaz na reconstrução cognitiva e na modificação comportamental e fisiológica. Os resultados demonstraram uma diminuição significativa dos tiques e, o mais importante, foi possível observar uma normalização da atividade cerebral quantificável, relacionada à melhoria dos sintomas em pacientes com a síndrome.

A originalidade dos resultados do estudo endossou a presença de uma mudança cerebral mensurável como resultado destas mudanças cognitivas e comportamentais. Enfim, a terapia permite uma reconstrução cognitiva e também uma mudança comportamental e fisiológica. O estudo é o primeiro a demonstrar os efeitos fisiológicos de uma terapia cognitiva-comportamental em pacientes com a síndrome de Tourette.

Fonte: site Ciência Diária

terça-feira, 18 de junho de 2013

SEMPRE É BOM LEMBRAR


As pessoas com a síndrome encontram dificuldades de adaptação nas escolas, porque são discriminadas, sofrem bullying ou recebem apelidos indesejáveis.

Com frequência, são expostas a situações vexatórias em público, sendo que os impulsos podem piorar ou ficar mais fortes em situações de nervosismo ou de ansiedade.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

MEDICAMENTOS PARA O TRATAMENTO DA TOURETTE


A natureza intencional dos tiques permite uma abordagem terapêutica comportamental com o objetivo de reduzir sua frequência através da interrupção da seqüência estímulo-resposta. A reversão de hábito tem-se mostrado eficaz para o tratamento dos tiques na ST (Wilhelm et al., 2003; Verdellen et al., 2004). Desse modo, um programa terapêutico multidisciplinar deve ser estabelecido, em colaboração com familiares e o paciente, visando o apoio psicológico e a reintegração social do mesmo (Arzimanoglou, 1998).

O uso de medicamentos ou outras técnicas podem trazer tanto benefícios quanto efeitos colaterais e, portanto, a abordagem farmacológica deve ser considerada somente quando os benefícios da intervenção forem superiores aos efeitos adversos. Além disso, fatores psicológicos e sociais podem influenciar na evolução da resposta terapêutica em pacientes com ST (Sandor, 2003).

Até o momento a ST não tem cura, sendo que o tratamento farmacológico é utilizado para o alívio e controle dos sintomas apresentados. O medicamento é administrado em pequenas doses, com aumentos graduais até que se atinja o máximo de supressão dos sintomas com o mínimo de efeitos colaterais. A posologia dos medicamentos varia para cada paciente, necessitando ser avaliada atentamente pelo médico (Associação Brasileira de Síndrome de Tourette, Tiques e Transtorno Obsessivo-compulsivo, 2004).

No grupo dos medicamentos utilizados no tratamento dos portadores de transtornos de tiques, encontram-se os antidepressivos tricíclicos, usados também no transtorno de déficit de atenção e hiperatividade associados, onde é contra-indicado o uso de psicoestimulantes (Spencer et al., 1994).

Estudos mostram que os antagonistas dos receptores dopaminérgicos reduzem a freqüência e a severidade dos tiques em cerca de 70% dos casos (Shapiro e Shapiro, 1998). Essas observações sugerem que o bloqueio dos receptores dopaminérgicos tipo 2 é o ponto central para a eficácia do tratamento (Scahill et al., 2000; Sandor, 2003) e por isso, os antagonistas dos receptores de dopamina são largamente utilizados (Hounie e Petribú, 1999).

O haloperidol, um neuroléptico com ação antagônica sobre os receptores dopaminérgicos, iniciou a era do tratamento farmacológico da ST, há cerca de 40 anos (Caprini, 1961; Seignot, 1961; Sandor, 2003). Este medicamento é utilizado inicialmente em pequenas doses (0,25 a 0,5 mg ao dia) com aumentos de 0,5 mg por semana até o máximo de 2 a 3 mg ao dia. A dose deve ser individualizada para cada paciente, havendo relatos entre 0,5 a 40 mg ao dia.

Para o controle dos tiques, este medicamento é requerido em baixas doses na maioria dos pacientes com ST, como indicado por um recente estudo, no qual uma dose equivalente à cerca de 2 mg de haloperidol, por dia, atingia a saturação de cerca de 80% dos receptores dopaminérgicos tipo 2. Este nível de efeito seria essencial para a eficácia do tratamento e a diminuição dos tiques (Fitzgerald et al., 2000). O tratamento, entretanto, apresenta uma série de efeitos adversos, como sintomas extrapiramidais de características parkinsonianas, sedação, disforia, hiperfagia com ganho de peso e, o mais grave, discinesia tardia (Sallee et al., 1997; Hounie e Petribú, 1999).

A pimozida tem sido proposta como alternativa ao haloperidol, devido à eficácia comparável e menor ocorrência de efeitos adversos extrapiramidais. Por outro lado, este medicamento possui efeitos de maior gravidade, envolvendo o sistema cardiovascular, incluindo ainda sedação e disfunção cognitiva (Ross e Moldofsky, 1978; Shapiro et al., 1989). A pimozida vem sendo utilizada largamente para o tratamento de ST em doses que variam de 1 a 20 mg ao dia (Sallee et al., 1997; Hounie e Petribú, 1999). Embora raro em baixas doses, o uso prolongado de pimozida pode causar o prolongamento da onda QT (Fulop et al., 1987), e portanto, recomenda-se realizar o exame eletrocardiográfico (ECG), durante a terapia de manutenção (Scahill et al., 2000).

Na prática clínica, existe uma forte tendência a substituir os chamados antagonistas típicos de receptores dopaminérgicos, tais como, haloperidol e pimozida, pelos antagonistas atípicos (risperidona, olanzapina e, em menor extensão, quetiapina) (Van der Linden et al., 1994; Brunn e Budman, 1996; Sandor, 2003) ou por agonistas dos receptores alfa-2-adrenérgicos como a clonidina e a guanfacina (Gaffney et al., 2002). Os antagonistas atípicos oferecem poucos efeitos adversos e vêm substituindo, gradualmente, o haloperidol e a pimozida, como suporte principal no tratamento dos tiques (Sandor, 2003).

Novas opções de tratamento parecem incluir a risperidona, um neuroléptico atípico com potentes propriedades antagonistas D2 e 5-HT2. A propriedade antagonista 5-HT2 parece conferir proteção contra efeitos colaterais extrapiramidais, talvez diminuindo a incidência de discenesia tardia (Scahill et al., 2000). Os efeitos adversos do uso da risperidona são a sedação, aumento de apetite e elevação dos níveis de prolactina.

Embora sintomas extrapiramidais sejam eventualmente observados, esses são muito menos freqüentes do que com o uso de haloperidol ou pimozida. Disforia e depressão podem ocorrer em indivíduos predispostos durante o tratamento com risperidona (Margolese et al., 2002). Alguns estudos indicam efeito terapêutico da quetiapina no tratamento de tiques, sendo requerida em altas doses (200 a 500 mg ao dia), entretanto, pode provocar o aumento de peso corporal do paciente (Chanob et al., 2001).

A olanzapina surge como uma droga eficaz no tratamento da ST. Estudos mais recentes mostram que 50% dos pacientes, em uso de olanzapina por oito semanas, apresentaram redução global dos tiques graves e 75% apresentaram melhora parcial do quadro, bem como, de sintomas agressivos presentes na síndrome, sem efeitos colaterais significativos, se comparados com os apresentados no uso dos neurolépticos típicos (Budman et al., 2001; Stamenkovic et al., 2000; Stephens et al., 2004).

Moléculas que mimetizam agonistas alfa-adrenérgicos, como a clonidina e a guanfacina, também podem ser utilizadas no tratamento da ST, apresentando resultados positivos em estudos controle (Peterson et al., 1999). A clonidina é uma droga não-neuroléptica que tem sido usada no tratamento da ST desde a década de 1970 (Cohen et al., 1979). Ela age como um agonista pré-sináptico dos receptores alfa-2, deprimindo o sistema noradrenérgico e promovendo a redução e a freqüência dos tiques (Scahill et al., 2000; Tourette’s Syndrome Study Group, 2002; Sandor, 2003).

Por ser um agente anti-hipertensivo, sua administração deve ser acompanhada de monitoramento da pressão arterial. A suspensão abrupta do medicamento tem sido associada a efeito rebote, nos valores de pressão arterial (Leckman et al., 1986). Um estudo comparativo entre o uso da clonidina e da risperidona em crianças e adolescentes, portadores da ST, mostrou equivalência terapêutica entre as duas substâncias reduzindo, respectivamente em 26% e 36% os tiques e em 33% e 66% os sintomas obsessivocompulsivos (Gaffney et al., 2002).

Outro agonista seletivo para o receptor alfa-2 é a guanfacina que tem sido sugerida como substituta à clonidina no tratamento da ST (Sandor, 2003; Mercadante et al., 2004). Esta troca pode trazer benefícios, principalmente quando o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade fazem parte do quadro apresentado pelo paciente (Chappell et al., 1995; Scahill et al., 2001).

Outras drogas tais como a nicotina, tetrabenazina e benzodiazepina também são atualmente empregadas em tratamentos alternativos da ST, bem como, a injeção de toxina botulínica, que pode ser uma boa opção terapêutica para o tratamento de tiques motores e em alguns casos para tiques vocais (Sweet et al., 1974; Jankovic e Orman, 1988; Marras et al., 2001; Silver et al., 2001; Mercadante et al., 2004).

Finalmente, resultados positivos foram verificados com o uso da tiaprida, da sulpirida e da amisulprida (Fountoulakis et al., 2004), com melhoras substanciais dos sintomas. A primeira mostrou-se eficaz no controle dos tiques em crianças, com a vantagem de não produzir efeitos discinéticos marcantes (Eggers et al., 1988).

Fonte: HCnet/USP