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terça-feira, 25 de junho de 2013

TRATAMENTO DA TDAH EM ADULTOS


O tratamento do TDAH começa com o diagnóstico correto feito por um médico. Existem boas opções de tratamento no adulto. O tratamento medicamentoso deve ser reservado para os casos nos quais aconteça algum prejuízo, alguma dificuldade na vida do paciente. Considerando que o TDAH pode estar associado a problemas diversos como quadros depressivos, ansiedade, problemas com álcool e drogas, estas condições devem ser tratadas também.

Medidas não farmacológicas

Várias linhas de psicoterapia podem ser indicadas. No caso de adultos casados, com frequência algumas intervenções necessitam ser realizadas com o cônjuge. Associação de técnicas cognitivo-comportamentais com tratamento medicamentoso tem eficácia comprovada.

Tratamento com medicamentos

Vários remédios podem ser prescritos no tratamento do Transtorno do Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade, havendo evidências mais sólidas de eficácia com os psicoestimulantes  metilfenidato (Ritalina ou Concerta),  pemoline (Cylert), e as anfetaminas (Dexedrine, Adderall). Em alguns casos, o modafinil (Stavigile) pode ser usado.

Os psicoestimulantes são a primeira escolha no tratamento de TDAH, segundo o NIH – National Institute of Health, dos EUA. Existem mais de 170 estudos clínicos, com mais de 6 mil pacientes avaliados, sendo que 70% respondem com um único estimulante (o que é considerado muito bom).

Esses medicamentos melhoram não apenas os sintomas típicos (desatenção, impulsividade e hiperatividade), como também aqueles de condições coexistentes (especialmente ansiedade e depressão) além das explosões de raiva e comportamento intempestivo.

Antidepressivos podem diminuir a agressividade, melhorando também os sintomas de ansiedade e depressão frequentemente observados em portadores de TDAH. Clonidina (Atensina), um medicamento para tratamento de hipertensão arterial, parece estar associado à resposta favorável em bom número de casos. Neurolépticos, remédios que atuam na dopamina, podem ser usados, quando os estimulantes promovem aumento do comportamento motor ou quando existe déficit cognitivo associado (retardo mental).

Efeitos colaterais

Ocorrem em apenas cerca de 4% dos pacientes e são: insônia, diminuição do apetite, dores de estômago e cabeça e vertigem.  Existia uma crença de que o uso de estimulantes retardaria o crescimento de crianças e por isso se recomendava os “feriados” (alguns dias ou o final de semana) ou “férias” (meses) terapêuticas. Recentemente, estudos mostraram que isto não acontece.

Mas atenção: tudo o que foi exposto aqui precisa, necessariamente, 
ser prescrito por um médico. Não se automedique!

Fonte: cefaleias.com.br

quinta-feira, 20 de junho de 2013

TOC NO CONTROLE DA ST



O uso da terapia cognitivo-comportamental (TCC) para tratar os tiques na síndrome de Tourette também pode ser eficaz e até mesmo superior ao medicamento em alguns casos. Um novo estudo realizado por pesquisadores do Centre de Pesquisa Fernand-Seguin do Hospital Louis-H. Lafontaine, afiliado à Universidade de Montreal, Canadá, observou que a terapia tem efeitos não só em tiques, pensamentos e comportamentos, mas também sobre a atividade do cérebro.

Um dos pesquisadores da equipe de estudo, Marc Lavoie (foto), argumenta que a descoberta poderia ter um grande impacto sobre o tratamento desta doença. “Em alguns casos, medidas fisiológicas poderiam melhorar a terapia a fim de moldá-la conforme o tipo específico de paciente”.

Em experimento com adultos, a terapia mostrou ser eficaz na reconstrução cognitiva e na modificação comportamental e fisiológica. Os resultados demonstraram uma diminuição significativa dos tiques e, o mais importante, foi possível observar uma normalização da atividade cerebral quantificável, relacionada à melhoria dos sintomas em pacientes com a síndrome.

A originalidade dos resultados do estudo endossou a presença de uma mudança cerebral mensurável como resultado destas mudanças cognitivas e comportamentais. Enfim, a terapia permite uma reconstrução cognitiva e também uma mudança comportamental e fisiológica. O estudo é o primeiro a demonstrar os efeitos fisiológicos de uma terapia cognitiva-comportamental em pacientes com a síndrome de Tourette.

Fonte: site Ciência Diária

terça-feira, 18 de junho de 2013

SEMPRE É BOM LEMBRAR


As pessoas com a síndrome encontram dificuldades de adaptação nas escolas, porque são discriminadas, sofrem bullying ou recebem apelidos indesejáveis.

Com frequência, são expostas a situações vexatórias em público, sendo que os impulsos podem piorar ou ficar mais fortes em situações de nervosismo ou de ansiedade.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

MEDICAMENTOS PARA O TRATAMENTO DA TOURETTE


A natureza intencional dos tiques permite uma abordagem terapêutica comportamental com o objetivo de reduzir sua frequência através da interrupção da seqüência estímulo-resposta. A reversão de hábito tem-se mostrado eficaz para o tratamento dos tiques na ST (Wilhelm et al., 2003; Verdellen et al., 2004). Desse modo, um programa terapêutico multidisciplinar deve ser estabelecido, em colaboração com familiares e o paciente, visando o apoio psicológico e a reintegração social do mesmo (Arzimanoglou, 1998).

O uso de medicamentos ou outras técnicas podem trazer tanto benefícios quanto efeitos colaterais e, portanto, a abordagem farmacológica deve ser considerada somente quando os benefícios da intervenção forem superiores aos efeitos adversos. Além disso, fatores psicológicos e sociais podem influenciar na evolução da resposta terapêutica em pacientes com ST (Sandor, 2003).

Até o momento a ST não tem cura, sendo que o tratamento farmacológico é utilizado para o alívio e controle dos sintomas apresentados. O medicamento é administrado em pequenas doses, com aumentos graduais até que se atinja o máximo de supressão dos sintomas com o mínimo de efeitos colaterais. A posologia dos medicamentos varia para cada paciente, necessitando ser avaliada atentamente pelo médico (Associação Brasileira de Síndrome de Tourette, Tiques e Transtorno Obsessivo-compulsivo, 2004).

No grupo dos medicamentos utilizados no tratamento dos portadores de transtornos de tiques, encontram-se os antidepressivos tricíclicos, usados também no transtorno de déficit de atenção e hiperatividade associados, onde é contra-indicado o uso de psicoestimulantes (Spencer et al., 1994).

Estudos mostram que os antagonistas dos receptores dopaminérgicos reduzem a freqüência e a severidade dos tiques em cerca de 70% dos casos (Shapiro e Shapiro, 1998). Essas observações sugerem que o bloqueio dos receptores dopaminérgicos tipo 2 é o ponto central para a eficácia do tratamento (Scahill et al., 2000; Sandor, 2003) e por isso, os antagonistas dos receptores de dopamina são largamente utilizados (Hounie e Petribú, 1999).

O haloperidol, um neuroléptico com ação antagônica sobre os receptores dopaminérgicos, iniciou a era do tratamento farmacológico da ST, há cerca de 40 anos (Caprini, 1961; Seignot, 1961; Sandor, 2003). Este medicamento é utilizado inicialmente em pequenas doses (0,25 a 0,5 mg ao dia) com aumentos de 0,5 mg por semana até o máximo de 2 a 3 mg ao dia. A dose deve ser individualizada para cada paciente, havendo relatos entre 0,5 a 40 mg ao dia.

Para o controle dos tiques, este medicamento é requerido em baixas doses na maioria dos pacientes com ST, como indicado por um recente estudo, no qual uma dose equivalente à cerca de 2 mg de haloperidol, por dia, atingia a saturação de cerca de 80% dos receptores dopaminérgicos tipo 2. Este nível de efeito seria essencial para a eficácia do tratamento e a diminuição dos tiques (Fitzgerald et al., 2000). O tratamento, entretanto, apresenta uma série de efeitos adversos, como sintomas extrapiramidais de características parkinsonianas, sedação, disforia, hiperfagia com ganho de peso e, o mais grave, discinesia tardia (Sallee et al., 1997; Hounie e Petribú, 1999).

A pimozida tem sido proposta como alternativa ao haloperidol, devido à eficácia comparável e menor ocorrência de efeitos adversos extrapiramidais. Por outro lado, este medicamento possui efeitos de maior gravidade, envolvendo o sistema cardiovascular, incluindo ainda sedação e disfunção cognitiva (Ross e Moldofsky, 1978; Shapiro et al., 1989). A pimozida vem sendo utilizada largamente para o tratamento de ST em doses que variam de 1 a 20 mg ao dia (Sallee et al., 1997; Hounie e Petribú, 1999). Embora raro em baixas doses, o uso prolongado de pimozida pode causar o prolongamento da onda QT (Fulop et al., 1987), e portanto, recomenda-se realizar o exame eletrocardiográfico (ECG), durante a terapia de manutenção (Scahill et al., 2000).

Na prática clínica, existe uma forte tendência a substituir os chamados antagonistas típicos de receptores dopaminérgicos, tais como, haloperidol e pimozida, pelos antagonistas atípicos (risperidona, olanzapina e, em menor extensão, quetiapina) (Van der Linden et al., 1994; Brunn e Budman, 1996; Sandor, 2003) ou por agonistas dos receptores alfa-2-adrenérgicos como a clonidina e a guanfacina (Gaffney et al., 2002). Os antagonistas atípicos oferecem poucos efeitos adversos e vêm substituindo, gradualmente, o haloperidol e a pimozida, como suporte principal no tratamento dos tiques (Sandor, 2003).

Novas opções de tratamento parecem incluir a risperidona, um neuroléptico atípico com potentes propriedades antagonistas D2 e 5-HT2. A propriedade antagonista 5-HT2 parece conferir proteção contra efeitos colaterais extrapiramidais, talvez diminuindo a incidência de discenesia tardia (Scahill et al., 2000). Os efeitos adversos do uso da risperidona são a sedação, aumento de apetite e elevação dos níveis de prolactina.

Embora sintomas extrapiramidais sejam eventualmente observados, esses são muito menos freqüentes do que com o uso de haloperidol ou pimozida. Disforia e depressão podem ocorrer em indivíduos predispostos durante o tratamento com risperidona (Margolese et al., 2002). Alguns estudos indicam efeito terapêutico da quetiapina no tratamento de tiques, sendo requerida em altas doses (200 a 500 mg ao dia), entretanto, pode provocar o aumento de peso corporal do paciente (Chanob et al., 2001).

A olanzapina surge como uma droga eficaz no tratamento da ST. Estudos mais recentes mostram que 50% dos pacientes, em uso de olanzapina por oito semanas, apresentaram redução global dos tiques graves e 75% apresentaram melhora parcial do quadro, bem como, de sintomas agressivos presentes na síndrome, sem efeitos colaterais significativos, se comparados com os apresentados no uso dos neurolépticos típicos (Budman et al., 2001; Stamenkovic et al., 2000; Stephens et al., 2004).

Moléculas que mimetizam agonistas alfa-adrenérgicos, como a clonidina e a guanfacina, também podem ser utilizadas no tratamento da ST, apresentando resultados positivos em estudos controle (Peterson et al., 1999). A clonidina é uma droga não-neuroléptica que tem sido usada no tratamento da ST desde a década de 1970 (Cohen et al., 1979). Ela age como um agonista pré-sináptico dos receptores alfa-2, deprimindo o sistema noradrenérgico e promovendo a redução e a freqüência dos tiques (Scahill et al., 2000; Tourette’s Syndrome Study Group, 2002; Sandor, 2003).

Por ser um agente anti-hipertensivo, sua administração deve ser acompanhada de monitoramento da pressão arterial. A suspensão abrupta do medicamento tem sido associada a efeito rebote, nos valores de pressão arterial (Leckman et al., 1986). Um estudo comparativo entre o uso da clonidina e da risperidona em crianças e adolescentes, portadores da ST, mostrou equivalência terapêutica entre as duas substâncias reduzindo, respectivamente em 26% e 36% os tiques e em 33% e 66% os sintomas obsessivocompulsivos (Gaffney et al., 2002).

Outro agonista seletivo para o receptor alfa-2 é a guanfacina que tem sido sugerida como substituta à clonidina no tratamento da ST (Sandor, 2003; Mercadante et al., 2004). Esta troca pode trazer benefícios, principalmente quando o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade fazem parte do quadro apresentado pelo paciente (Chappell et al., 1995; Scahill et al., 2001).

Outras drogas tais como a nicotina, tetrabenazina e benzodiazepina também são atualmente empregadas em tratamentos alternativos da ST, bem como, a injeção de toxina botulínica, que pode ser uma boa opção terapêutica para o tratamento de tiques motores e em alguns casos para tiques vocais (Sweet et al., 1974; Jankovic e Orman, 1988; Marras et al., 2001; Silver et al., 2001; Mercadante et al., 2004).

Finalmente, resultados positivos foram verificados com o uso da tiaprida, da sulpirida e da amisulprida (Fountoulakis et al., 2004), com melhoras substanciais dos sintomas. A primeira mostrou-se eficaz no controle dos tiques em crianças, com a vantagem de não produzir efeitos discinéticos marcantes (Eggers et al., 1988).

Fonte: HCnet/USP

terça-feira, 11 de junho de 2013

ANTIPSICÓTICOS CAUSAM DEPENDÊNCIA?


Pessoas leigas costumam confundir as medicações que agem no sistema nervoso central (SNC) com os tranquilizantes de “tarja preta”. Estes são apenas uma classe de medicamentos que agem no cérebro. Todavia, a maioria das medicações utilizadas pela psiquiatria e neurologia é de “tarja vermelha”, como os antidepressivos, antipsicóticos e estabilizadores de humor.

Esses medicamentos não possuem nenhum risco de dependência física. Eles são vendidos com uma receita branca controlada que fica retida na farmácia, apenas porque são medicamentos que atuam no SNC e o governo entende que sua venda precisa ser controlada.

Já os tranquilizantes, vendidos com a receita azul, podem levar à dependência se utilizados de forma abusiva ou sem um controle médico.

Atualmente, existe uma diversidade grande de medicamentos, modernos e eficazes e sem risco de dependência, que substituem os tranquilizantes na maioria dos casos. Se o tranquilizante for imprescindível, ele poderá ser usado por um período curto e com um risco baixo de dependência, pois ela ocorre somente após seis meses de uso contínuo. O uso esporádico ou em dias alternados também reduz o risco do paciente se tornar dependente dele.

Fonte: psiquiatra Leonardo Figueiredo Palmeira

quinta-feira, 6 de junho de 2013

COMO DIFERENCIAR TIQUES DE COMPULSÕES



Apesar das diferenças conceituais, pode ser bastante difícil diferenciar os tiques das compulsões. Uma distinção importante que em geral se faz entre ambos é a característica dos tiques de serem rápidos e repetitivos, ocorrendo sem a presença de obsessões e com pouco ou nenhum controle do indivíduo. Já as compulsões são mais sistematizadas e geralmente estão relacionadas a uma ideia obsessiva.

Entretanto, existem tiques complexos envolvendo mais de um agrupamento muscular e tornando o movimento mais lento e muito mais elaborado do que no caso dos tiques simples. Alguns exemplos de tiques complexos são tocar em objetos ou nas paredes, agachar-se, esticar as pernas, voltar sobre os próprios passos e virar para trás ao caminhar. Da mesma forma, há compulsões que não são precedidas por obsessões.

Como exemplos de compulsões semelhantes a tiques, pode-se citar olhar de forma fixa para um determinado objeto ou pessoa, sentir necessidade de tocar em objetos ou pessoas ou esfregar determinada superfície para obter uma sensação específica. Nesses casos, as diferenças são muito arbitrárias e pouco precisas.

Com isso, alguns autores poderão interpretar parte desses comportamentos como tiques e outros, como compulsões. Por exemplo, o mesmo comportamento repetitivo de tocar alguém ou um objeto pode ser considerado uma compulsão quando é precedido por pensamentos ou ideias e iniciados com o objetivo de diminuir o incômodo causado por esses pensamentos, ou pode ser considerado um tique quando motivado por uma sensação corporal ou precedido apenas por um "ter que" tocar.

Para evitar essa confusão conceitual, propõe-se referir esses comportamentos como intencionais repetitivos precedidos ou não por obsessões ou fenômenos sensoriais, acreditando que há um continuum entre esses comportamentos e que a distinção, nesses casos intermediários, não traz muito benefício. É importante lembrar também que a ocorrência de tiques complexos sem a ocorrência de tiques simples é bastante rara.

Fonte: Tiques, cacoetes, síndrome de Tourette, Ana Hounie e Eurípedes Miguel, org.

terça-feira, 4 de junho de 2013

MAIS ALGUNS NÚMEROS SOBRE A TOURETTE


A ST, até pouco tempo, era considerada uma condição rara de índices de baixíssima incidência na população mundial (0,5/1000, em 1984). Entretanto, tem-se observado, atualmente, através de estudos de prevalência, o aumento de sua incidência nos últimos anos.

Estudos atuais demonstram que a taxa de prevalência pode variar de 1% a 2,9% em alguns grupos. Contudo, este dado deve ser subestimado, uma vez que depende, em parte, dos critérios e métodos utilizados e do tipo de estudo epidemiológico realizado.

Dados estatísticos internacionais mostram que esta síndrome é encontrada em vários países, independentemente de classe social ou de etnia, acometendo cerca de três a quatro vezes mais o sexo masculino, em relação ao sexo feminino.

Estudos mostram que a prevalência de ST é dez vezes maior em crianças e adolescentes, sendo que, quando tiques são considerados isoladamente, a freqüência aproximada varia de 1% a 13% nos meninos e 1% a 11% nas meninas.

A razão para este aumento na detecção da incidência mundial da ST parece ser a melhoria na divulgação e no conhecimento das características clínicas da ST, entre os profissionais da área de saúde.

Fonte: HCnet/USP